Capítulo 45 - Manuela (Final)

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     Depois de nos casarmos em Las Vegas e curtimos nossa Lua de Mel por alguns dias na cidade, Lorenzo e eu retornamos para o Rio de Janeiro, onde nos mudamos para a sua casa.

     Ele havia alugado seu apartamento e apesar de a casa não ter a vista incrível do mar que tínhamos do apartamento, ela se encontrava em um bairro tranquilo, com uma boa vizinhança e sem muita agitação.

     Quando Lorenzo saia para o trabalho, a casa parecia ficar maior do que já era, tanto que eu tratei de arrumar outro emprego o mais rápido possível e graças as experiências que possuía, logo fui contratada por um hospital público da cidade.

     Não nego que trabalhar em um hospital público no Brasil, era totalmente diferente de se trabalhar em um hospital público nos Estados Unidos, mas aceitei tudo isso como um novo desafio para minha vida e quando via um sorriso de gratidão no rosto de meus pacientes, para mim era o maior presente que poderia receber.

     Depois de quatro meses casados e após uma noite de amor, Lorenzo me confessou que estava ansioso para ter um filho comigo, demonstrado que ele estava preparado para iniciar o tratamento.

     No início do tratamento, ele se mostrou eufórico e focado, mas a cada nova tentativa que falhava, eu conseguia ver o desapontamento em seu olhar e o seu sonho ir se fragmentando pouco a pouco. Nessas horas, eu o abraçava, dizendo que tudo ficaria bem e que no fim tudo daria certo, desde que nós nunca desistíssemos de tentar e que continuássemos a nos amar.

     Vi meu marido passar por muitos altos e baixos, principalmente depois de ele completar um ano e meio de tratamento e nenhuma das nossas muitas tentativas dar certo, foi quando ele contou a sua família que era estéril.

     De repente, uma coisa aconteceu. Em um certo dia, em um plantão no hospital, uma moça chegou baleada, ela estava grávida. Infelizmente, ela não resistiu, mas conseguimos salvar o bebê, um garotinho prematuro, com pouco mais de seiscentas gramas.

     Tentamos de tudo para encontrarmos algum familiar que pudesse tomar conta do bebê, mas descobrimos que sua mãe era órfã e que seu pai poderia ser qualquer um, já que conhecidos nos contaram que ela levava uma vida precária em uma periferia do Rio e que nos últimos tempos, havia se envolvido com muitos homens.

     O próximo passo, seria encaminhá-lo para a adoção assim que tivesse condições.

     Todas os dias, antes de voltar para casa, eu ia até o berçário ver como o pequeno menino estava, e na incubadora, era fácil perceber como ele ainda estava frágil, mas lutando a cada dia para se fortalecer e sobreviver. Foi aí que percebi que eu já estava apegada demais a ele.

     Naquela noite, quando voltei para casa, encontrei Lorenzo na cozinha:

     ― O que está fazendo? –Me aproximei, dependurando meu jaleco sobre a cadeira.

     ― Oi! –Ele disse com um sorriso- Não te vi entrar. –Ele me cumprimentou com um selinho, quando me aproximei- Queria te fazer uma surpresa, por isso decidi preparar nosso jantar hoje.

     ― Uau, isso é realmente uma surpresa! –Disse admirada, o observando picar algumas verduras, enquanto a carne já parecia assar no forno.

     ― Você tem trabalhado muito ultimamente, achei que merecesse um descanso. –Ele se voltou para mim.

     ― Obrigada, você é o melhor marido desse mundo. –Enlacei meus braços ao redor do seu pescoço, o beijando.

     ― Está tudo bem? –Ele murmurou após o beijo, segurando em meu queixo, me fazendo olhar para ele- Você parece um pouco tensa.

O que acontece em Vegas, nem sempre fica em VegasOnde histórias criam vida. Descubra agora