4 anos depois
― Você tem mesmo que ir? –Eric murmurou do sofá, ao me ver sair do quarto vestindo meu jaleco e apanhar minha bolsa.
― Sim, hoje eu tenho plantão. –Me aproximei e ele me puxou para seu colo, me abraçando ao seu corpo.
― Pensei que passaríamos a noite juntos hoje. –Ele disse manhoso, sussurrando no meu ouvido.
― Eu também –Acariciei seus cabelos- Mas prometo recompensá-lo depois, agora eu tenho que ir. –Lhe dei um beijo no rosto, saltando de seu colo.
― Que horas você volta? –Ele disse, desligando a televisão e me acompanhando até a porta.
― Não sei bem amor, mas a Amber me informou que o plantão está uma loucura hoje, provavelmente eu só estarei em casa amanhã pela manhã. –Disse revirando minha bolsa, à procura das chaves do carro.
― Tudo bem. –Pelo tom de sua voz, soube que não estava nada bem. Eu reconhecia que ultimamente não vinha dando a ele a atenção que merecia.
― Ei, por favor, não fique chateado comigo –Me aproximei, segurando sua mão- Você sabe que eu sempre sonhei com esse trabalho e sei também que você gostaria que eu passasse mais tempo em casa, mas no próximo final de semana, quando formos a Las Vegas para o aniversário da Cindy, prometo que vamos aproveitar ao máximo nosso tempo juntos. –Eric sorriu, não parecia mais estar chateado comigo.
― Estou sonhando com esse final de semana. –Ele colocou suas mãos ao redor da minha cintura, me puxando para um beijo apaixonado- Eu te amo, Manuela. –Ele sussurrou por entre meus lábios, tornando todo o momento ainda mais sexy.
― Eu também te amo, Eric. –Me afastei, encarando seus belos olhos negros- Agora me deixe ir, antes que você me convença do contrário.
― Tem certeza de que não quer ficar? –Ele riu.
― Proposta tentadora, mas não, obrigada. –Pisquei para ele, passando pela porta e indo em direção ao elevador.
Depois de descer cinco andares, caminhei até a garagem e entrei na BMW de Eric, meu carro, um Volkswagem Eos, um conversível que era o meu xodó estava em uma oficina para revisão, minha sorte era que os meus horários e os dele não batiam. Às seis horas, quando chegasse do hospital, ele já estaria se preparando para sair a sua clínica, ele era um cirurgião plástico muito conhecido e requisitado em toda a Califórnia, e provavelmente só nos veríamos à noite, se eu não tivesse que cumprir outro plantão.
Depois de dar partida no carro, sai da garagem, indo em direção ao hospital. Apesar de viver em Los Angeles a sete anos, o fascínio que sentia quando andava pelas ruas daquela cidade ainda era o mesmo. O sol radiante, os jovens em seus carros conversíveis, todos os estabelecimentos sempre lotados, fazia parecer que tudo ali era mágico, e de certa forma, era mesmo.
Após alguns minutos, cheguei ao hospital em que trabalhava, depois de estacionar, entrei:
― Ainda bem que você chegou Manuela! Isso aqui está um caos! –Amber se aproximou, dizendo o meu nome com o seu típico sotaque inglês.
― Oi Amber, o que aconteceu?
― Na verdade, é o que não aconteceu, temos de tudo no plantão hoje, acidentes, afogamentos, viroses...
― Então vamos ao trabalho!
Admito que ser médica não era nada fácil, era uma profissão que exigia muita determinação, esforço e responsabilidade, principalmente quando se está cobrindo o plantão, onde pessoas doentes e feridas vão chegando a todos os momentos.
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O que acontece em Vegas, nem sempre fica em Vegas
RomanceDepois de descobrir que o relacionamento de quase três anos não havia passado de uma farsa após pegar o seu namorado na cama com outra, tudo o que Manuela queria era poder passar um final de semana tranquilo em Las Vegas ao lado de suas duas melhore...