"Despedida"

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Eu estava devastado, sem rumo, a chuva continuava caindo, cada gota que caía em meu corpo era como uma espada penetrando-me, Me escondi em uma grande árvore em uma espécie de parque florestal, e ali permaneci, sentei-me no chão, todo encolhido, nesse momento eu queria estar nos braços de alguém, abaixei a cabeça, e pensei no que faria daqui pra frente, eu não teria como voltar para casa do Arthur, não depois de tudo que rolou e da forma como as coisas vieram a tona. Resolvi que ali permaneceria, até criar coragem para voltar lá, pegar minhas coisas e voltar para o lugar de onde eu nunca deveria ter saído. Minhas lágrimas fizeram com que minha visão ficasse embaçada, limpei meus olhos, respirei fundo, Mas nada adiantou, estava sem forças para continuar, ali fiquei encolhido, sozinho, e tudo escureceu...

Adormeci ali mesmo, acordei com os raios do sol no meu rosto, não havia ninguém ali, levantei-me, uma dor nas pernas fez com que eu me desequilibrasse, Acho que por conta das horas agachado, olhei ao meu redor e constatei que ali era um parque florestal, um lago serpenteava sobre as árvores, o verde era maioria ali, andei um pouco, peguei o celular e olhei para a tela, 06h00 da manhã, Fui andando pelo parque, tentando tomar coragem para voltar para casa do Arthur, Mas estava com medo da reação dele, do que viria depois, Mas não vou pensar nisso agora, fui andando até o condomínio do Arthur, o porteiro liberou minha entrada normalmente, eu entrei, peguei o elevador, e subi, chegando no 19° andar, eu fiquei parado na porta, não sei se por medo, só sei que meus dedos não reagiam ao comando de apertar a campainha, Mas nem precisei apertar, a porta estava encostada, entrei, olhei para a sala e estava vazia, fui até a cozinha vazia também, resolvi ir até a área da piscina e estava vazia também, então fui até o quarto do Arthur, bati na porta e não obtive respostas, então girei a maçaneta e lá estava o Arthur sem camisa, deitado sobre a cama, dormindo, não quis acordá-lo, coloquei sua cabeça sobre a almofada, pois ele estava deitado de mau jeito, coloquei suas pernas na cama, e andei de fininho até a porta, olhei para trás e o Arthur encarava-me, fiquei sem jeito, dei mais um passo para sair, quando ele falou.

-Fica! -Virei até ele, e me mantive ali.

-O que você quer Arthur? Não já disse tudo que queria, deixa-me ir. -Falei olhando para ele.

-Posso te perguntar uma coisa? Por que eu? -Falou o Arthur encarando-me.

-Arthur, eu preciso de um tempo. -Falei virando as costas.

-Se você não quiser responder, eu entendo, Mas preciso saber qual motivo levou você a se apaixonar por mim.

- Arthur, Você está me fazendo uma pergunta que nem eu sei responder, Ou melhor, até sei responder, mas não precisamos prolongar isso.

- Victor eu sei que essa pergunta tem uma resposta, Mas tudo bem, respeito sua decisão.

Eu poderia mentir, eu deveria mentir na verdade, seria bem menos doloroso para mim, não daria mais explicações, não teríamos mais perguntas embaraçosas, evitaria inclusive uma possível dor de cabeça futuramente.

Eu abri a boca para responder a pergunta dele, Mas o que saiu foi apenas um:

-Adeus Arthur.

-Como assim "Adeus" Victor? -Arthur falou isso levantando da cama.

-Vou arrumar as minhas coisas, comprarei a passagem e voltarei para minha casa.

-Mas e a faculdade Victor? A Júlia? -Falou num tom triste.

-A faculdade não importa mais, A Júlia vai se virar sem mim.

Arthur nem se moveu, Não esboçou nada, apenas encarava-me.

-Você deve achar que sou um idiota. -Eu disse - Devo fazer esse papel brilhantemente.

-Na verdade não.

O Irmão da Minha Melhor Amiga (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora