A noite seguiu-se sem nenhuma novidade. Fiquei deitado na cama imaginando o que talvez o Arthur estivesse fazendo com a tal da Bruna. Mas isso não importa mais, não quero ter que ficar pensando nisso.
Olhei para o relógio, marcava 01h30min. Estava sem sono. Levantei-me e fui até a cozinha beber um copo de água, depois fui para varanda. A madrugada estava fria, apenas alguns carros passavam na avenida. Sentei-me em uma cadeira próxima a piscina, coloquei meus fones e comecei a escutar She Wolf (Falling to pieces), do David Guetta Feat Sia. Fiquei ali por um tempo. Depois de alguns minutos, senti um toque no meu ombro direito, tremi com o susto e me virei.
Era o Arthur.
Ele estava sem camisa para variar. Além disso, exibia um sorriso.
−E aí, tudo bem? –Perguntou-me enquanto sentava-se numa cadeira que estava posicionada ao lado da minha.
−Por que não estaria, Arthur? – Perguntei em um tom ríspido.
−Calma ae, Victor! –Advertiu-me. − Te fiz ou falei algo que não gostou?
−Não. –Respondi sem olhar para ele.
−Hey! Eu estou falando com você. –Disse puxando meu rosto para sua direção. –Por que essa raiva toda de mim?
−Cara, você se acha o melhor em tudo, não é? Acha que o mundo gira em torno de você. Acorda! O mundo não é assim. –Disse encarando-o.
−Que drama é esse, Victor? Vai me falar o que eu te fiz, ou vai ficar agindo igual uma garotinha?
Mais uma vez ele estava agindo como um ridículo.
−Dramático, eu? Aliás, por que você se importa tanto com o que eu penso de você? −Questionei.
Arthur ficou olhando para mim. Talvez estivesse pensando numa resposta que nem ele soubesse.
−Não estou me importando com o que pensa de mim.
−Ué. –Disse rindo. − E o que faz aqui agora falando comigo? –Perguntei.
−Só quero entender o que foi aquilo mais cedo na sala, antes da minha saída com a Bru.. Bruna. –De repente o Arthur parou de falar.
Era como se ele tivesse constatado algo.
−O que foi? −Perguntei querendo saber o motivo da pausa.
−Você está com ciúmes de mim, não é? Do meu encontro com a Bruna, do que eu fiz com ela e não com você. –Disse rindo.
−Larga de ser babaca cara. Ciúmes de vocês dois? Faça-me um favor né.
−Não existe outra explicação pra explosão gratuita naquela hora. −Disse o Arthur.
Ele estava me colocando contra parede.
−Claro que não foi isso. –Menti.
−Sei. –Arthur me encarava. − Olha Victor, eu sou macho. Gosto de mulher. Sei que sou gostoso, apaixonante, mas não vai rolar nada, Ok?
Aquilo me destruiu por dentro
−Não estou com ciúmes. Por mim você pega geral, faz o que quiser da sua vida, isso não me diz respeito, e se me der licença, vou dormir. –Disse levantando-me da cadeira. −Perder meu sono com você não é algo rentável pra mim. Boa noite! –Disse andando.
Antes que pudesse sair da varanda completamente, Arthur resolveu me provocar novamente.
−E se eu te desse uma chance? −Senti o tom sarcástico dele.
−Vai à merda, Arthur!
Junto com aquela conversa, veio o arrependimento. Eu não deveria ter me deixado passar por essa situação. Arthur definitivamente era o pior tipo de cara que alguém poderia tentar se apaixonar.
É. Eu já estava me apaixonando por ele.
Em poucas horas de convivência? Sim. Em poucas horas de convivência.
A verdade é que eu era o tipo de pessoa que me deixava se apaixonar rapidamente. Isso era terrível.
Tranquei-me no quarto. E com muita raiva acabei adormecendo.
Acordei cedo. Era uma sexta-feira, melhor dia da semana. Levantei-me da cama às 07h00min. Fui ao banheiro, tomei um banho, vesti uma cueca branca, coloquei uma bermuda de moletom, uma regata preta, e fui para sala. Notei que a Júlia já havia acordado e pelo visto já havia saído, Pois a procurei por todo o apartamento e não a encontrei. O Arthur já estava acordado, estava sentado no sofá, dei um "Bom dia" e continuei andando; Fui até a cozinha preparar algo para o café, de repente o Arthur entra na cozinha, deixando o meu dia que estava indo muito bem, ficar péssimo.
−Qual foi, Victor? Tá me evitando é?
Respirei fundo.
−Eu te dei um "Bom dia". –Respondi.
Ele se manteve calado.
Virei-me de costas, mas percebi que ele ainda me encarava. Virei novamente em sua direção.
−Olha, Arthur. Depois do clima de ontem, eu pensei que poderíamos manter nosso contato o mais direto possível. Fale comigo somente o indispensável.
−Que merda é essa? –Arthur me encarava. −Não estou entendendo nada. Desde ontem que você está agindo dessa maneira. Qual o motivo disso? –Perguntou-me de braços cruzados.
−Tem certeza de que você não sabe?
Arthur se manteve calado.
Resolvi quebrar o silêncio.
−Acho que nem deveríamos estar tendo essa conversa.
−Me fala o que eu fiz Cara. –Disse o Arthur.
−Não. Agora me dê licença, vou até a USP fazer minha matricula.
−Eu te levo. –Disse o Arthur se posicionando em frente à porta da cozinha.
−Não. Obrigado! Agora me dê licença, Arthur, por favor.
Ele me encarou por alguns segundos, mas logo em seguida cedeu espaço para que eu pudesse passar.
Deixei o Arthur sozinho na cozinha. Eu disse que "não", mas no fundo eu queria muito que ele me levasse. Eu nem sabia como chegar lá. Mas nessas condições, eu não me renderia ao charme desse garoto.
Chamei um Uber pelo aplicativo. Desci para esperar na portaria do condomínio. Não demorou muito e o Uber chegou. Conferi a placa, o modelo do carro, era ele mesmo. Quando me aproximei, vi uma coisa maravilhosa na minha frente, um garoto aparentando ter uns vinte anos, loiro, olhos azuis. Ele me aguardava com um lindo sorriso. Seus dentes eram perfeitos, sua barba por fazer dava um charme a mais. Era o motorista. Fiquei parado, sem reação.
−Victor? –Disse o motorista quebrando o silêncio.
−Sim, sou eu. −Disse meio atordoado.
−Prazer, Victor. –Disse estendendo a mão para mim. − Me Chamo Rodrigo...
Revisado.
Oii gente mais um capítulo para vcs. Espero que estejam gostando. Comentem e votem para dar aquela forcinha. Bjsss
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O Irmão da Minha Melhor Amiga (Romance Gay)
Romantizm- Eu não tenho culpa de ter me apaixonado por você Arthur. - Eu não sou Gay Victor. -Eu gostaria de comandar meus desejos, e me apaixonar por outra pessoa que não fosse você. Gotas de água despencaram do céu, Comecei a correr, não olhei para trás...