Império Cornier

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Fiquei impressionado com a beleza do motorista. Me aproximei um pouco mais dele.

−Prazer, me chamo Victor. –Falei estendendo a mão para cumprimenta-lo de volta.

−É. Eu sei. − Falou sorrindo.

A primeira coisa que reparei ao entrar no carro, foi o sorriso bonito dele. A segunda coisa foi o seu braço musculoso marcando a camisa, e mesmo sentado, vi como ele era alto. A essa altura eu já estava praticamente babando o Rodrigo.

Pensei melhor, afinal, ele estava trabalhando e eu não deveria incomodá-lo. O silêncio instaurou-se no carro, ele estava dirigindo concentrado, e eu no meu celular. Confesso que eu não estava fazendo nada, apenas o segurava para não ter que encará-lo. Apesar do meu esforço em não manter contato, ele resolveu quebrar qualquer chance disso.

−Você está indo encontrar algum amigos?

−Não. –Respondi encarando seus olhos pelo retrovisor. − Estou indo para USP para fazer a minha matricula.

Ele sorriu.

−Entendi. Não quero me ache um intrometido. Só estou querendo puxar um assunto. –Ele disse enquanto estávamos parados em um semáforo.

Essa fora nossa única conversa nos primeiros vinte minutos do percurso. Mais ou menos no meio da viajem, trocamos mais algumas palavras.

−Não mora aqui, não é? – Perguntou-me.

−Não. Sou do Sul, mas agora vou morar aqui.

−Nossa! Que legal. Seja bem vindo. –Era notório o entusiasmo em sua voz.

−Obrigado. –Respondi sorrindo.

−Por nada, Victor.

O Rodrigo havia me deixado envergonhado. Mas até então só isso. Foi quando reparei que ele dirigia, mas estava sempre me encarando pelo retrovisor do motorista. Aos poucos ele foi diminuindo a velocidade. O sinal havia fechado novamente. Insistentemente ele estava querendo manter algum diálogo comigo.

−E aí, gostando da cidade?

−Ainda não tive o privilégio de conhecê-la totalmente.

−Por que não conheceu ainda a cidade totalmente?

Eu não contive o sorriso. Ele estava tentando fazer graça com a situação.

−Ainda não tive tempo para sair.

O Sinal abriu e o Rodrigo "arrancou" o carro.

−Isso é bom. Gostaria de sair hoje à noite para conhecer a cidade comigo?

Fiquei sem graça com o convite, mas fique tentando a aceitar.

−Mas qual motivo do convite, Rodrigo?

−Ué. Quero mostrar a cidade a você. –Rodrigo disse isso sorrindo.

−Entendi. Tudo bem, eu aceito.

−Te pego às 20h00min, pode ser?

−Pode sim.

A viagem durou uns quarenta minutos. Nesse meio tempo eu e o Rodrigo conversamos bastante, trocamos contato e ele ficou de me ligar à noite. Ele me deixou em frente ao prédio da USP. Fiquei admirado com a estrutura. Era ampla e organizada. Algumas pessoas caminhavam de um lado para o outro, e eu como sempre perdido, tive que pedir informações ao senhor que se encontrava sentado em um dos diversos bancos que se localizavam na parte lateral do prédio.

O Irmão da Minha Melhor Amiga (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora