A Herdeira Do Trono

Candidata Nº2

Depois de lançar um olhar zombeteiro a Claire quando reparou a cara de boba que ela estava olhando para o príncipe, e guardar na memória a expressão azeda no rosto de Natalie. Bree voltou para seu quarto para repassar seu plano para aquela noite. A companhia de Claire podia ser muito útil aquela noite, mas Bree não queria criar problemas entre ela e a Primeira Ministra, aquela era uma aliança que nenhuma das duas poderia se dignar a perder. Então Bree teria que se virar sozinha, por mais que ela já estivesse no palácio a pouco mais de um mês aquele lugar ainda parecia um enorme labirinto determinado a fazê-la se perder repetidamente. Para as atividades do dia a dia ela sempre podia contar com seus guardas para guiá-la e mantê-la longe das áreas perigosas, mas de noite, violando o toque de recolher sem permissão ela teria que se virar sozinha. Bree sabia que os guardas não brincavam em serviço e qualquer coisa fora do normal seria atacada e posteriormente reportado a Primeira Ministra. Apesar disso tudo Bree não era estúpida, ela sabia muito bem quais as ordens que os guardas tinham e quais os horários em que eles trocavam de turno e com um pouco do talento para fugas de Claire ela tinha tudo o que precisava para fugir. Uma distração, um mapa e uma lanterna. Os guardas ficavam em menor numero na parte da noite, apenas quatro nos corredores do dormitório, então naquela manha Claire, que tinha escapado da aula de magia, enfeitiçou o lustre para que ele caísse no momento certo. Isso faria com que dois dos fossem para o lado de fora investigar o que levara o lustre a cair. Quanto a outra metade, Bree não sabia o quanto era por conveniência o quanto era por implicância, Claire fizera um feitiço para atrair aranhas para o quarto de Natalie. O feitiço tinha progressão lenta, de modo que seu ápice, o momento que aranhas saídas de todos os lugares e todos os tamanhos apareceriam, só ocorreria tarde da noite. Como Natalie é desnecessariamente escandalosa, quando as aranhas aparecessem ela daria um escândalo que levaria os dois guardas restantes a verificá-la, deixando o corredor livre para Bree. Para voltar, ela precisaria mais uma vez da ajuda de Claire que distrairia os guardas ao aparecer com o príncipe no final da noite. Bree só esperava que Claire conseguisse manter o príncipe entretido tempo o suficiente para que ela descobrisse alguma coisa na biblioteca. A meia noite Bree estava a postos, mapa em um mão, lanterna em outra e o coração batendo rápido. Ela ouviu os gritos agudos de Natalie e contou ate dez, segurando o riso ela abriu a porta de seu quarto e correu sem olhar para trás. Ela estava feliz por estar usando uma calça de algodão e uma camisa de seda azul ao invés de seus vestidos habituais, do contrario ela não conseguiria se mover tão rapidamente. Tomando cuidado para não ser vista pelos guardas que investigavam o lustre, ela desceu as escadas e se escondeu nas sombras para recuperar o fôlego.

O palácio em si nunca dormia, então ela não se surpreendeu que o caminho tivesse iluminado então ela seguiu na direção que o mapa indicava, parando de tempos em tempos para ver ninguém a observava. Seguindo o mapa não era tão difícil achar a biblioteca e quinze minutos depois ela estava parada de frente para as grandes portas de carvalho que davam acesso aos livros. As portas não estavam trancadas, mas o interior do cômodo estava escuro e sombrio então ela segurou mais alto a lanterna que trazia nas mãos e disse.

-Lumina. E o fogo começou a queimar no interior da lanterna. Ela vinha com frequência a biblioteca, as vezes varias vezes por dia, mas a bibliotecária nunca a deixava chegar perto da área restrita. Na opinião de Bree o conhecimento nunca deveria ficar restrito a apenas algumas pessoas, mas não era ela que fazia as regras. Então ela não teve outra escolha a não ser se esgueirar no meio da noite para a biblioteca para finalmente conseguir dar uma olhada nos livros, que ela sabia, guardavam o conhecimento que ela precisava para desvendar o mistério da princesa perdida. Bree estava distraída observando os exemplares em disposição na estante e por isso não viu o garoto que a pouco se posicionara a sua frente com a intenção de pará-la. Ela esbarrou nele de súbito e soltou um palavrão. Levantando a lanterna para ver no que esbarrara ela se deparou com olhos azuis cristalinos e um rosto familiar.