Candidata Nº2

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Foi pesquisando nos livros sobre os portais que Bree achou um livro sobre os cavaleiros da Guarda da Rainha. Eles eram uma irmandade juramentada conhecida em toda Arzua. O dever deles, como o nome dava a entender, era proteger a rainha. A cada nova geração os mais impressionantes cavaleiros se juntavam a irmandade jurando dar a sua vida pela rainha e obedecê-la em tudo. Sem questionar.

Era de conhecimento geral que a rainha tinha ordenado que toda sua guarda se sacrificasse depois de esconderem Evangeline. E como era uma ordem da rainha, eles não poderiam desobedecê-la. Mas enquanto Bree lia todas aquelas condecorações e feitos dos cavaleiros ela se permitiu pensar naquele famoso e se...

E se depois de esconder a princesa alguém parasse para pensar que a rainha estava morta?

E se alguém chegasse a conclusão que a ordem de uma rainha morta não era relevante?

E se esse alguém decidisse desobedecer a ordem e continuar vivo?

Essa pessoa teria que fugir e se esconder, por que mesmo a ordem de uma rainha morta, ainda era um decreto. E desobedecer tal ordem levaria a uma execução. Ele teria que mudar de nome, mudar sua historia. Se afastar de todos os que um dia amou, de sua família, de seus amigos, de tudo. E o que parecia mais importante para Bree naquele momento. Alguém da Guarda da Rainha saberia exatamente onde a princesa fora deixada. Talvez, saberia como ela fora chamada. Se algum daqueles cavaleiros tivesse se recusado a obedecer ultima ordem da rainha, ele saberia exatamente quem das vinte e seis garotas que estavam no palácio era Evangeline Vishous.

Dos sete cavaleiros juramentados a Guarda da rainha, quatro morreram durante o ataque. Protegendo sua soberana enquanto ela dava a luz a Herdeira. Apenas três ficaram responsáveis por escolher um lugar seguro onde a princesa poderia ser deixada.

Não foi difícil fazer um feitiço simples, usando o sangue que estava delineando a impressão digital dos cavaleiros da Guarda da Rainha. O sangue era um elemento poderoso para feitiços, talvez fosse o mais poderoso de todos. Por isso os juramentos dos cavaleiros eram selados com sangue naqueles livros, por isso Bree pode usar o sangue para descobrir se algum deles estava vivo. E que os deuses a ajudassem, mas quando uma gota viva de sangue se acumulou sobre o nome de Tominus Alcis ela fechou o livro e saiu da biblioteca. Seus passos foram precisos enquanto ela ia em busca de respostas.

***

Bree estava com o coração na mão, sair do palácio sem autorização era extremamente proibido e Bree era uma pessoa que cumpria as regras. E apesar disso o tempo fora de casa e a convivência com tantas pessoas de costumes diferentes fizeram dela uma pessoa diferente. Uma pessoa que fazia o necessário. Então ela mentiu para Matthew dizendo que a Primeira Ministra tinha dado autorização para viagem e por sua vez ele, mesmo sem saber, mentiu para o piloto do jato. Bree sabia muito bem que descobrir quem era a princesa não a levaria para casa, a essa ela nem sabia se queria voltar, mas ela precisava descobrir mesmo assim. Ela era assim, se havia um mistério, um segredo ou algo oculto, ela descobria a verdade e nesse caso isso parecia ainda mais necessário. O reino estava instável, ela entendia bem o suficiente de política para saber que sem uma rainha no trono as alianças com os reinos vizinhos ficavam abaladas e a guerra ficava mais próxima. Isso sem mencionar o Trono e a Coroa, eles eram elementos mágicos e precisavam ser controlados e a única pessoa capaz era aquela maldita princesa. Evangeline Vishous. Bree tinha pedido a suas criadas que preparassem para ela roupas como as que Claire usava para cavalgar, parecia adequado usar calças e botas quando ela estava indo para uma situação de campo. Ela sabia bem que as docas eram um lugar de contrabando e comercio, sabia que piratas do mundo inteiro desembarcavam cargas de todo mundo no Porto da rainha e que malandragem e perigo eram as palavras de ordem naquele lugar. Ter Matthew ao seu lado acalmava um pouco o seu coração, mas não o suficiente para fazer suas mãos pararem de tremer. As nove da manha ela estava parada na área de pouso do palácio, sozinha, o jatinho estava pronto e Matthew e o piloto discutiam o plano de voo, era uma boa coisa a Primeira Ministra estar tão ocupada nos últimos dias, a ponto de não notar uma programação não autorizada. Matthew fez sinal para que ela se aproximasse e o piloto entrou no jato.

A Herdeira Do TronoOnde histórias criam vida. Descubra agora