Candidata Nº1

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Tecidos, joias e sapatos estavam espalhados pelo quarto de Ayana, na maioria das vezes as estilistas dela eram extremamente organizadas, mas aquela era uma ocasião especial. O baile de mascaras estava previsto para aquela noite e com os feéricos e os acaihanos chegando, ninguém queria fazer feio. Principalmente Ayana. Ela não tinha contado aos seus estilistas que Victor tinha marcado de se encontrar com ela na festa, algumas coisas eram bem mais excitantes se mantidas em segredo. Então Ayana estava experimentando todos aqueles vestidos e sorrindo como uma idiota. No momento que a seda lilás e índigo escorregou por seu corpo como mel quente Ayana soube que aquele era o seu vestido. O corpete era ricamente bordado com o brasão de Arzua, vinhas douradas envolvidas pelas garras de um leão negro, sobre o tecido lilás, a saia se estendia com bordados negros de vinhas e com pedrarias índigo. O tecido brilhava como se pó de ouro tivesse sido salpicado sobre ele e a cada vez que a garota se mexia um padrão de cores novo se tornava visível. Ate mesmo os estilistas estavam parados ao lado de Ayana, encarando o reflexo dela junto ao espelho, completamente fascinados pela beleza do que eles fizeram.

—Digno da corte feérica. Resmungou Charles, e apesar de ter visto apenas ilustrações dos feéricos ela foi obrigada a concordar, apesar de ter o brasão de seu país estampado aquele não era um vestido arzuano.

—Agora as asas. Disse Agatha com a excitação clara em sua voz. —Se demorarmos muito para colá-las elas não vão secar a tempo. Isso era verdade, as asas era magníficas delicadas e absurdamente pesadas, prendê-las nas costas de Ayana ia ser uma das coisas mais difíceis da noite. Ayana sorriu ao ver Agatha carregando o adereço, apesar de ter assistido enquanto suas estilistas as construíam vê-las ali, prontas eram um experiência completamente diferente. Elas pareciam feitas de gelo, opacas e brancas e com um aspecto quebradiço.Espirais lilases, roxos e índigos foram artisticamente desenhados nelas, as pontas eram arredondadas e delicadas lembrando mais as asas de uma libélula do que as de uma borboleta.

—Elas parecem ainda mais magníficas do que ontem. Comentou Ayana incapaz de parar de sorrir.

—Espere só ate vê-las em você, vai parecer que você nasceu com elas.

Agatha estava certa, duas horas depois as asas estavam aderidas as costas de Ayana de maneira tão sutil que a garota sentia que poderia levantar voo a qualquer momento. As asas não se moviam, mas eram pesadas o suficiente para fazer os ombros de Ayana ficarem tensos. Isso também não era nenhum novo desafio, a Primeira Ministra as tinha feito praticar andar com ornamentos nas costas por dias. Ao se aproximar das dez horas Ayana estava pronta e impecável, uma coroa de flores azuis escuros coroavam a sua cabeça e os cabelos loiros e curtos foram deixados soltos e livres, seus olhos foram bordados com contornos azuis meia-noite e iluminados por um pó branco e brilhoso, seus lábios foram pintados de roxo e de suas o orelhas se pendurava brincos de ônix com safiras azuis. Ela era um perfeita feérica da noite. Bela, escura, sedutora e poderosa. Ayana saiu de seu quarto pronta para ver a própria corte feérica nos corredores e ela não estava completamente enganada. A primeira pessoa que viu foi Selene, vestida como uma feérica do inverno, suas maças do rosto estavam coradas para dar o aspecto que ela tinha enfrentado uma tempestade de neve, seu vestido azul siena tinha flocos de neve brancos bordados por todos os lados, os lábios estavam azuis e um colar de águas marinhas decorava seu pescoço. Das costas da garota se prendiam asas que lembravas pingentes de gelo, azuis e quebradas como a superfície de um lago congelado.

—Você esta impressionante. Disse Ayana tentando fechar a boca. Selene riu e revirou os olhos.

—Você esta brincando? Olha só para você, fada da noite certo? Ayana assentiu, mas fez uma careta.

—Não diga fada, eles não gostam. Selene retribuiu a careta.

—Sempre me esqueço. Do final do corredor Ayana viu Bree e Claire lado a lado, apesar da diferença de altura entre elas, as duas pereciam ter nascido para usar asas, com uma graça tão sutil que por um segundo Ayana as invejou. Bree era uma feérica lunar, apesar de geralmente usar azuis escuros em suas roupas hoje ela era toda prateada. O vestido reluzia com cristais ao menor dos movimentos, estrelas azuis meia-noite foram espalhadas pela saia e a barra era feita de algum tipo de pele branca que lembra as nuvens. Seus lábios foram pintados de prateado e seus olhos estavam contornados por delineador preto e branco, pequenas estrelas de prata estavam pregadas em seus cabelos e em suas orelhas foram colocados brincos de pedra da lua. Suas asas também tinham aspecto de nuvens, cinzentas e com bordas contornadas de prata. Elas eram maiores do que as asas de Ayana e Selene e tinham dois septos, magníficas e incrivelmente reais. Ao lado de Bree, Claire era seu oposto. Seu vestido fora bordado com folhas se sobrepondo, assim como o vestido de borboletas monarca que ela usara na festa das luzes, as folhas eram vermelhas, laranjadas e amarelas como se o fogo as tivesse consumido. Ela uma feérica do outono, quente e fria ao mesmo tempo, seus cabelos negros como a noite caiam em ondas elaboradas sobre o peito com minúsculos pingentes dourados os fazendo arder cada vez que ela virava a cabeça, seus lábio estavam da cor do sangue e suas asas, ela fizeram cada cabeça no corredor se virar. Elas eram as maiores asas ali, vermelhas, laranjas e pontudas se arrastando ate o chão elas pareciam pesar uma tonelada e ainda assim Claire parecia carregá-las sem esforço nenhum. Seus olhos foram deixados com sombras claras douradas e brancas ao redor e ela não usava joias, as asas já eram o suficiente. Entretanto ninguém surpreendeu mais do que Rebecka, feérica solar. Seu vestido era dourado e fora bordado com citrinos e almandinas por todos os lados, o pó dourado que estava no vestido de Ayana e no cabelo de Claire fora espalhado pelos braços dela e a garota em si, brilhava sempre que se movia. Ela não era uma feérica do sol, Rebecka era o próprio sol. Se o vestido em si era incrível, as asas a faziam parecer um anjo. Elas eram tão longas quanto as de Claire, transparentes como as Ayana porem eram douradas e brancas e lembravam exatamente as asas de uma borboleta.

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