Candidata Nº1

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Ayana estava pensando que se fosse obrigada a admitir, ela gostava daquilo. Estar cercada por um grupo grande de amigos. Ela e as garotas tinham decidido sair para passear no lago, mesmo sobre fortes protestos de seus guardas. Quando eles ameaçaram a traça-las no palácio bastou uma levantada de sobrancelha de Bree e um sorriso felino de Claire para tirá-los do caminhos. Todas elas tinham se livrados dos vestidos e estavam usando casacos pesados e calças quando caminharam ate o lago com quinze guardas em seu encalço. Com exceção a Bree todas elas tinham o dia de folga, devido a exaustiva, constrangedora e de certa forma humilhante seção de fotos com a realeza de Arzua. Ayana ainda se sentia em divida com Victor e foi apenas por isso que ela aceitou aparecer nas fotos com ele. Claire concordou em aparecer se pudesse levar Bree como acompanhante. Rebecka tinha confessado que Antony tinha insistido, dizendo que ela era a única garota com quem ele conversava e aparentemente Rebecka era incapaz de negar algo quando ele usava aquele argumento. Selene, fora a única garota que realmente se sentira honrada pelo convite, o que gerou inúmeras implicâncias por parte das amigas.

Ayana não estava preocupada com as fotos, não quando elas tinham gravado as entrevistas na noite anterior. Segundo Bree, as entrevistas iriam ao ar naquele dia, antes do Jornal Oficial, revelando um pouco da personalidade de cada uma. Elas tinham se comprometido a assistir juntas para ver o que Natalie e seus Zumbis diriam. Como fora exaustivamente instruída, Ayana não revelou muito sobre si mesma, ou sobre suas reservas a respeito de sua estadia no palácio. Ela falou sobre a pintura, sobre suas aulas e sobre usar vestidos e comparecer a festas. Egorth Blizel, o jornalista que tinha conduzido as entrevistas, pareceu se deliciar com as respostas dela, talvez ele fosse apenas um bom ator. O ataque das Sombras também era um assunto proibido, ninguém fora do palácio sabia sobre o assunto e era de interesse da Primeira Ministra manter as coisas daquela maneira.

Naquele momento Ayana tinha coisas melhores em que pensar, aquela era a primeira vez que ela colocava os pés para fora do palácio desde o ataque. Se tivesse pincel e tinta na mão ela pintaria aquela paisagem em tons de branco e dourado e azul, e quando terminasse a chamaria de Respirar. Era realmente algo que ela sentia falta, a pintura, apesar de saber com certeza que conseguiria pintar depois do que acontecera, ela ainda não tivera coragem o suficiente para tentar. Parecia que as Sombras tinham consumido, aquele lugar pequeno e brilhante dentro dela, de onde sua inspiração saia. E mesmo assim Ayana estava determinada a tentar, ela não deixaria seus pesadelos vencerem, ela só não estava pronta ainda.

Meu nome é Natalie Randall e minha atividade preferida no palácio é procurar um marido. Começou Rebecka em uma imitação cômica e debochada. — Por que como meu pai é dono de um império de tecidos eu já sou uma princesa. Ayana deixou escapar uma gargalhada, todas elas já tinham ouvido Natalie dizer exatamente aquelas palavras.

—Eu não acho que ela diria nada tão modesto em uma entrevista, acho que esta mais para algo como. Meu nome é Natalie Randall e se você estiver procurando uma esposa bonita, inteligente, esperta e dedica, eu fui feita sobre medida para você. Em caso de interesse ligue para 452200061. Bree disse logo em seguida. Todas elas estavam rindo e fazendo suas próprias imitações de Natalie quando se sentaram na beira do lago congelado para calçar os patins. A maioria delas deslizou com facilidade pela superfície congelada, mas Claire caia com frequência e xingava nomes que Ayana nem sabia que existiam. Rebecka e Selene estavam ao lado dela, segurando-a pelos braços e impedindo-a de cair. Foi Bree quem começou uma guerra de bola de neve sobre o lago. Entre patinar, desviar e atacar, todas elas caíram no gelo, o que sem duvidas resultaria em vários hematomas no dia seguinte. Quando as cinco estavam exaustas, molhadas e congelando, elas usaram magia para se aquecerem e começara a caminhar de volta para o palácio.

—Quem vocês acham que pode ser a princesa? Selene perguntou depois de um minuto de silencio. Ayana pensava naquilo com frequência, mas o assunto parecia ser delicado de mais para ser discutido com outras pessoas. Mesmo com suas amigas.

—Eu aposto em Pauline Cabrett. Claire respondeu sem hesitar.

—Por que? Bree quis saber imediatamente, Claire deu de ombros antes de dizer.

—Não tenho nada concreto, eu apenas acho que é ela. Não sei, sabe aquele quadro da família real? O rei tinha cabelos loiro-acobreados e olhos azuis. Ela também tem. A garota deu de ombros de novo.

—Eu acho que é Georgiana Darci. Ela parece uma princesa. — Começou Rebecka. — O jeito como ela anda, como ela fala com as pessoas. Ela tem classe, elegância. Coisas naturais da realeza.

—Zal Livrathy é a candidata mais provável. —Bree argumentou. —Ela estava em um distrito perto da capital, sua família era rica e bem sucedida, ela é filha única e ela é poderosa. Selene concordou com a cabeça.

—Eu já vi Zal destruir um cômodo inteiro depois de Natalie perturbá-la demais.

—Monique Deveraux. Resmungou Ayana depois de um minuto de silencio. —Ela me dá nos nervos. Todas elas concordaram, Monique tinha olhos e cabelos negros, a pele era branca como um osso e a boca era sempre vermelha, mesmo sem maquiagem. Nem mesmo a cor laranjada de suas roupas conseguia lançar alguma alegria sobre ela.

—Ninguém acha que é uma de nós certo? A pergunta de Rebecka estava tingida de desconforto.

—Poderia ser. —Bree sempre tendia a olhar as coisas de um jeito mais lógico, de analisar todas as possibilidades. — Ayana é poderosa, mesmo que não saiba usar magia. Dá para sentir só de andar perto dela. Claire é assustadora e perspicaz, nunca vi ninguém negar nada a ela. Rebecka é forte, astuta e seus modos são realmente elegantes. Selene não levantaria suspeitas por se parecer de mais com a família e você pode fazer qualquer pessoa se sentir bem e confortável ao seu redor, isso pode ser útil em uma rainha. Bree fez uma pausa e Claire completou.

—Você é inteligente, é capaz de sair de qualquer situação apenas falando, isso sem mencionar que é estupidamente corajosa e cheia de compaixão.

—Acho que todas nós concordamos que poderia ser qualquer uma. É por isso que estamos aqui, por que podemos ser Evangeline Vishous.

—Será que poderíamos... Abdicar... Se fosse uma de nós. Bree negou com a cabeça, mas foi Claire quem respondeu.

—É preciso que haja outra pessoa para governar, para que uma rainha abdique e não sobrou nenhum outro Vishous.

—Eu não abdicaria mesmo se pudesse.

—Por que não? Ayana quis saber.

—Seria egoísmo de mais deixar que o país perecesse só porque não quero ser uma rainha, eu nunca mais teria paz se fizesse isso. Nunca mais teria uma noite tranquila de sono. Apesar da realidade que Bree estava expondo ser dura, Ayana era obrigada a concodar. Ela não abdicaria também, mesmo que esse tipo de poder e responsabilidade pudesse destruí-la, mesmo assim ela governaria. 


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Beijinhos, Carol Siqueira


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