C10: Promessas

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Sem saber ao certo que horas seriam Lauren abriu os olhos, sentindo o sol entrando pela janela que tinha as cortinas abertas. Olhou para Camila que dormia tranquila em seus braços e experimentou uma sensação dúbia.  Por um lado, a noite com sua discípula foi de longe a melhor que já experimentara. Tê-la em seus braços lhe trazia uma paz e plenitude inéditas. Mas por outro lado, ela sentia culpa, medo, deveria se arrepender, mas não sentiu arrependimento. Não queria pôr um fim naquela noite, mas era preciso, tinha obrigações e uma missão interna a cumprir, e se apegar a Camila não ajudaria em nada. Afastou-se lentamente dos braços de Camila,  foi em direção ao banheiro, olhou-se no espelho por minutos, sentindo aquela mistura de sentimentos que lhe deixava tonta. Debaixo do chuveiro buscou uma forma de se livrar daquele sentimento bom que sentia por ter Camila em sua cama, mas foi inútil, as lembranças que tinha do corpo alvo de Camila intimamente ligado ao seu, inspirava o sorriso mais sincero.

Na cama, Camila acordou sentindo falta do corpo quente de Lauren em baixo do seu. Ainda sentia o perfume da morena no seu corpo cheio de evidências do prazer que a noite lhe proporcionara... Unhas, mordidas...  So ergueu-se e olhou pelo quarto em busca de Lauren. Ouviu barulho do chuveiro, e assim caminhou até o banheiro. Encontrou a morens envolta em uma pequena toalha, linda, tão linda que roubou a respiração da novata. Mordeu os lábios e a devorou com o olhar.

_Bom dia...

Dulce surpreendeu-se com a voz em tom malicioso de Camila, que estava logo atrás dela, completamente nua. Olhou-a dos pés a cabeça e sentiu seu corpo estremecer, mas disfarçou com um cumprimento seco, desviando o olhar rapidamente, que deixou Camila pensativa.

_Aconteceu alguma coisa, Lolo?

_Não, por quê?

Lay não encarava Camila, que tentava se aproximar da morena, sem sucesso.

_Lauren??

_Novata, você está dispensada, não preciso de nada mais no momento.

Camila foi tomada por um sentimento devastador, sentiu-se ultrajada, e como se pudesse, ainda mais nua. Em um movimento de puro reflexo, tentou cobrir-se, enquanto uma lágrima se formava e caía lentamente pelo seu rosto. Viu Lauren sair do banheiro com urgência, deixando-a ali com sua humilhação e revolta.

Lauren saiu do banheiro em uma atitude de fuga, olhar para Camila ali vulnerável, com os olhos desejosos lhe dizendo bom dia, tocou a veterana de uma forma tal, que teve que se controlar muito para não abraçar seu corpo nu e cobri-la de carinhos. Ficou ali parada diante de suas roupas, respirando fundo, repetindo internamente os motivos pelos quais não podia se deixar levar por aqueles sentimentos que se confirmaram na noite passada. Por mais que desejasse Camila, e quisesse se entregar a ela, protegê-la e a ter todo o tempo perto, não poderia se esquecer de suas promessas interiores.

Camila passou por Lauren, já vestida em um roupão. Seu rosto não escondia as evidências de que seus minutos sozinha no banheiro foram de choro. Lauren fugiu do olhar dela, baixou a cabeça, desejando cuidar da latin desfazendo aquele olhar triste e magoado. Ouviu em poucos minutos a porta bater forte, e agora era sua vez de deixar as lágrimas contidas caírem. Encostou sua cabeça na porta do closet batendo-a como se buscasse se punir pelo que sentia, ou pelo que causou a Camila?

A novata desceu o lance de escadas amargando a sensação de ter sido dispensada pela mulher responsável pelos melhores e mais intensos sentimentos, e pela melhor noite de sua vida. Experimentava a raiva, revolta pela frieza de Lauren, e a mágoa, o vazio por não ter sido correspondida no desejo de prolongar a noite com mais momentos de carinho e excitação no dia seguinte.

Sentiu tristeza profunda, porque guardava a esperança que seus dias, a partir daquela noite, seriam ao lado de Lauren. Mas a resposta da morena a arrancou desses sonhos, dando-lhe a realidade da arrogância já conhecida da veterana. Tamanha foi sua pressa de chegar ao quarto que acabou por tropeçar no tapete, ficou caída no corredor desejando não mais se levantar, quando sentiu uma mão a puxar com delicadeza, era Normani, o braço direito de Dulce, que a olhava com certa piedade:

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