A inquisição de B.A.H.V.

Sozinha na tempestade

Ariane

Estávamos todos juntos quando a tempestade piorou. Os ventos estavam muito fortes, até mais que os meus dons. Fui arrastada pela neve, a chuva estava intensa. 
- Hany... Cadê vocês?! - grito no meio da chuva.
Blocos de neve caíam em cima de mim. 
O frio se tornou congelante juntamente com a tempestade, meu cabelo estava encharcado, o vento batia em meu rosto com força.
- AONDE ELES ESTÃO! - Grito com raiva, lágrimas escorriam. 
Galhos de árvores caíam em todos os lados, quase fui atingida por um na cabeça. Me levantava, mas era puxada pra baixo, um tornado havia se formado. Aquilo não era nada bom.
- Merda!
Não podia usar nenhuma magia ao meu favor, estava ficando exausta. Não parava de pensar em meus amigos, eles estavam também em algum lugar, Adriana, Anderson e Dona Jane eram mais experientes que nós. Hanyel tinha seus truques, Bianca era inteligente..., mas nessa maldita tempestade ninguém poderia fazer nada. O tornado aumentava a cada minuto ainda mais. Um tronco de umas das árvores é arrancado e lançado em minha direção. Escapei por pouco, consegui me levantar, corria, mas a neve era espessa e a chuva caia com violência. Não enxergava, minha visão estava embaçada. Raios atingiam o topo das árvores, sinto que o gelo abaixo está se quebrando. Tento correr, mas o gelo se rompe.
A água estava muito gelada, alcanço um tronco e me agarro nele. O desespero já tomara conta de mim. Minhas mãos escorregavam, me esforcei ao máximo para me segurar no tronco. Olho para trás e vejo uma onda de neve vindo. 
- Nãão! 
A tempestade aumentou mais do que eu esperava. 
Precisa encontrar os outros, mas nessas condições seria difícil. Não sabia se eles também foram separados, imaginava que sim. Eles estavam em perigo também. Essa chuva poderia nos matar antes mesmo que a nova ordem. Nenhum ser humano normal suportaria isso. Nós bruxos poderíamos aguentar, mas não estávamos livres de morrer em uma tempestade desse tamanho.
Sou levada pela onda, bato em árvores, sinto que algum galho ou algo atinge minha perna esquerda, sinto algo entrando na minha coxa.
- Aiiiiii - Grito
Não me levantaria, a dor na minha coxa estava insuportável. Notei que a água se enchia de sangue. 
Uma árvore caí bem ao meu lado. O Pânico me tomava por completo. A onda me jogava para todos os lados, meu corpo não tinha mais controle. Era jogada com brutalidade em pontas de galhos que haviam ali. 
Naquele momento apenas lembranças corriam em minha mente, morreria talvez, começo a pensar em Victor, ele foi o único garoto que amei de verdade. O único que despertou sentimentos profundos em mim.  Agora não sabia se ele estava nos traindo ou sendo prisioneiro de seu pai, sendo torturado para nos entregar. Minha perna estava sangrando, minha cabeça doía, minhas mãos não se mexiam, a exaustão ganhou.