Salva

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Bianca

- Será que está bem?
- Não sei, vamos espera-la acordar.
- Sorte que a encontramos.
- Tem raz...
- Veja! Está abrindo os olhos!
Minha cabeça doía muito, acordei com o som de vozes ao meu redor, abro os olhos devagar, minha visão estava meio embaçada.
- Oi filha... está melhor? – Meu pai ao meu lado pergunta.
- Err... estou, eu acho...
- Como está a cabeça? – Ele pergunta. – Está doendo muito?
- Sim... – Tento levantar.
- Não, não, não! – Adriana fala. – Você está muito machucada, fique deitada. Sei que esses seixos de rio não são confortáveis, mas deve permanecer deitada.
- O que aconteceu com vocês? Sumiram do nada! – Pergunto.
- Caímos daquele precipício, você também, não é? – Adriana diz.
- Lembro vagamente, o que sei é que caí e a luz do cetro do pai se apagou, não me lembro mais.
- Que bom que a encontramos, caso contrário teria morrido afogada.
- Como me encontraram?
- Vimos seu corpo enroscado em uma árvore deitada sobre o rio. – Diz vó Jane.
- Por sorte sabemos nadar e conseguimos chegar até a beira do rio. – Um pai disse.
- Onde estão Hanyel e Ariane? – Adriane pergunta.
- Não sei, os perdemos enquanto ainda estávamos lá em cima. – Falei.
- Espero que não tenha acontecido nada de grave com eles. – Diz Adriana.
Meu medo era perder meus dois amigos, eles não poderiam nos abandonar assim tão cedo. Deveríamos procura-los, eles não estavam seguros sozinhos. Estava muito frio, a neve cobria todas as árvores ao meu redor, a névoa densa e úmida nos cercava completamente na beira do rio. Fiz forças e sentei-me, olhei ao redor e tudo o que vi foi deslizamentos de terra, rochas que rolaram dos morros e muitas árvores arrancadas por todos os lados.
Em sinal de espanto, cubro minha boca com a mão e abro bem os olhos. Aquilo era assustador e surpreendente ao mesmo tempo. Notar que havíamos sobrevivido a aquela enorme tempestade, me fez acreditar que posso viver por mais alguns anos ainda.
- Estamos sem comida. – Disse minha vó.
- E agora? O que vamos fazer?
- Já irei resolver isto. – Adriana fala. – Me deu seu cetro Anderson.
Meu pai o entrega a Adriana, ela respira fundo e caminha até a borda do rio. Ergue o cetro ao ar e em sua ponta brilha uma luz escura com tons roxos.
- Nefetaim hegbrion neflass! – Ela diz batendo o cetro ao chão.
Imediatamente um som de ferro batendo sai dele. Um trecho do rio paralisa totalmente, nenhuma gota de água se mexia. Meus olhos se encantaram com aquilo. De repente Adriana ergue o cetro novamente e com uma das mãos erguidas também, levanta do rio vários peixes. 
Lentamente ela caminha até nós e coloca os peixes ao chão, devia ser uns quinze mais ou menos. Fecha os olhos e bate o cetro no chão, fazendo com que o rio voltasse a cursar novamente seu caminho.
- Agora precisamos de uma fogueira! – Disse Adriana.

A inquisição de B.A.H.V.Onde histórias criam vida. Descubra agora