Traição

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Victor

Acordo em um quarto enorme, os móveis eram todos negros. Estava deitado em uma cama grande e confortável. Aos meus pés, Giovanni estava sentado em uma poltrona de couro preto. Ele sorri para mim, em suas mãos tinha um copo de whisky e um charuto.
- Bom dia filho. – Ela fala.
- Não me chame de filho! – Falei exaltado.
Tento me levantar mais uma força invisível me prendia a cama.
- Hahaha, eu sou seu pai queira ou não, seu pedaço de merda. – Diz tomando um pouco do whisky. – Ah, não se mexa muito. – Dá uma tragada no charuto. – Senão o campo de força irá te machucar. – Ele ri.
Me lembro que estávamos dormindo quando somos todos acordados por um estrondo vindo dos canos do barracão. Lembro-me de ter visto todos os bruxos desmaiarem antes de mim, o gás parecia fazer mais efeito neles.
- Onde estão eles? – Pergunto. – Cadê a Ariane? O que você fez com ela seu monstro? – Digo.
A raiva estava tomando conta de mim.
Ele se levanta e vai até a janela, era grande, com cortinas azul escuro, uma faixa de sol entrava pelas frestas dela.
- Eu fiz com ela, o que faço com todos os envolvidos com bruxaria.
Não... você... não...
A matou? – Ele olha para mim com os olhos brilhantes. – Ainda não. – Toma todo o whisky do copo.
- Onde ela está?
- Não se preocupe, meu querido. Ela está sendo muito bem tratada por meus homens.- Ele cai na gargalhado.
Pena maneira como ele falou, “está sendo muito bem tratada por meus homens”, já sabia que algo ruim estava acontecendo com ela.
Tento me levantar novamente, feridas se abrem em meu corpo ao fazer esforço. Solto um grito de dor.
- Eu lhe avisei meu filho!
Não sabia o que pensar, meu coração estava arrebatado. Ouço um grito vindo de algum lugar próximo. Era o grito dela, cheio de dor.
- O que estão fazendo?
- Sem perguntas garoto. Você verá sua amada em breve. – Ele pausa por um momento. – Mas acho que não gostará muito do que verá. –
Ele ri.
Ouço outro grito, estava me deixando aflito, eles estavam a machucando, estavam machucando a garota que eu amava.
- Eu posso parar com a dor dela agora... mas para isso acontecer, terá que aceitar minha oferta. – Ele caminha até a cama e senta. – Você vai se aliar a mim, irá traí-los!
- Não posso fazer isso...
Ele ergue um controle e fica olhando para ele.
- Eu posso acionar um desses botões e ela será esmagada lá em baixo, ela vai virar patê... assim como os patês franceses que eu como no café da manhã! – Ele ri alto e faz que vai apertar o botão.
NÃO! – Falo.
Estava prestes a fazer a coisa terrível do mundo. – Eu... eu aceito sua proposta, mas não vai machucá-la mais.
- Tentarei..., mas não prometo que farei com os outros a mesma coisa. – Ele sorri.
Sabia que não cumpriria com sua palavra, mas tinha que aceitar a oferta, para poupá-la dessa tortura que estava sofrendo.
- Escute bem... eu sei que aqueles outros não se importam com você, estão pouco se lixando, mas aquela vadiazinha... você faz tudo por ela, você vai humilha-la, vai fazer ela ter nojo de você. Levante-se!
- Mas...
- O campo de força já foi desativado. Agora levante-se!!!
Faço o que ele pede.
- Siga-me... e sem perguntas!
Pegou uma chave comprida do bolso de seu paletó e a encaixou em um buraco na parede do quarto. Uma porta se abriu, abaixo havia uma escadaria comprida. Olhei ela, era íngreme, não dava para ver onde terminava.
- Você terá que mostrar a ela que não a ama.
- O que?
- Bem isso que ouviu, não demonstrará compaixão.
- Você não pode me pedir isso... seria...
- Quer que ela morra?
Não!
Então faça o que eu mando!
Fomos até um corredor, era escuro.
- Ela deve estar na banheira tomando um banho agora... – Ele diz.
Giovanni abre a porta de uma das salas que havia ali, quando olho, vejo dezenas de tanques de concreto, havia algum líquido nele, o cheiro... parecia álcool. Pessoas estavam dentro deles, todas elas em estados horríveis. Vejo Hanyel com a cabeça perfurada e sangrando, Bianca estava com metade de seu couro cabeludo arrancado e então... eu a vi. Seu cabelo estava no rosto, mas podia ver um enorme corte em sua bochecha esquerda, sangue escorria do ferimento. Ela estava pálida, mais que o normal, seus lábios não tinham cor.
- Ari... – Digo baixinho. Meu pai me olha.
Ele acena para um dos guardas para que retire ela do tanque.

A inquisição de B.A.H.V.Onde histórias criam vida. Descubra agora