Um pingo de esperança

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Adriana

- Aqui está a água! – Hanyel diz.
Pego a garrafa e dou um pouco de água para a senhora que estava sentada no chão, com a mão na cabeça.
- Tome um pouco senhora! – Falei.
- Obrigado minha filha. – Disse ela bebendo um pouco.
- Se sente melhor? – Elemi pergunta.
- Sim... um pouco eu acho! Onde estou? – A senhora pergunta.
- Está nos campos de inquisições, estamos presos aqui. Qual seu nome? – Elemi faz outra pergunta.
- Me chamo Maria Drummond.
- A senhora é uma das Henastes certo? – Pergunto.
- Sim... eu... como sabem?
- Aquele garoto ali viu quando trouxeram a senhora. – Apontei para Hanyel, ele acenou.
- Ah sim... eu... me entreguei, pois tenho que completar minha missão, eu... recebi um sonho de que muitas vidas necessitariam de mim aqui... eu não entendo, eu não tenho poderes, sou velha, meu único dom é viver...
Ouço Hanyel cochichar algo para aquele garoto de cabelos brancos. Olho para eles. Hanyel faz um sinal para me aproximar dele. Vou até lá.
O que está pensando aí nesta cabecinha? 
- Venha, vamos mais ali, tenho que te perguntar algo.
Fomos um pouco distantes deles.
- Pode dizer...
- Bom... lembra daquelas aulas de poções que você deu para mim e para Bianca na sua casa?
- Sim, lembro, o que tem?
- Então, eu uma noite li um livro seu praticamente inteiro e vi nele uma poção.
- Que poção? Fala garoto!
- Calma! – Ele ri. – Uma poção usando o sangue de uma Henaste.
- Por Hécate... como eu não me lembrei!
- Que poção é esta? – Tom pergunta.
- Essa poção, tem propriedades para não morrermos por determinado tempo, mas leva muito sangue e não sei... aquela velha ali não iria aguentar! – Hanyel diz.
- Sério? – Tom fica espantado.
- Sim, já houve casos de bruxas que mataram Henastes e retiraram todo o sangue delas para tentarem ficar imortais, mas quando o sangue é retirado sem consentimento, o efeito é contrário... as pessoas morrem na hora.
- Então se a mulher nos der o sangue dela, ou só uma parte... nós termos chances de fugir daqui? – Tom pergunta.
- Sim..., mas... ela não dará tanto sangue assim. – Falo.
Acabamos a conversa e voltamos junto as outras. Elemi e as duas bruxas conversavam com Maria. Elemi vem até mim.
- A ideia do garoto é excelente.
- Como...?
Elemi bate com o dedo indicador na cabeça.
- Os mortos ouviram e me contaram! – Disse mostrando a língua.
- Fofoqueiros hein? – Falo brincando.
- Eu meio que acabei dizendo algo sobre uma coisa que Maria poderia fazer por nós, ela concordou! Disse que qualquer coisa é melhor do que ficar tomando chá, ouvindo valsa antiga no rádio e indo no bingo nos finais de semana.
- Ela disse isso?
- Não disse... mas pensou! Venha, conte para ela a ideia, ela pensou na possibilidade da poção da segunda morte.
Abaixo-me ao lado de Maria, ela me olha.
- Filha... conte-me mais sobre o que desejam fazer.
- Dona Maria... nós não podemos continuar aqui, mais bruxos e bruxas vão ser mortos e estes malditos não vão sossegar enquanto não dizimarem todos nós.
- Sei onde quer chegar... preferiria tentar acabar com tudo isto e morrer do que me calar e morrer do mesmo jeito, eu te entendo.
- Então precisamos da ajuda da senhora, o seu sangue é valioso e nos dará a certeza de escapatória daqui!
Cacilda... então minha missão é ajudar a acabar com as inquisições? Eu estou avisando hein universo, na próxima encarnação quero um desafio que me faça pensar mais, ouviu? – Maria disse rindo.
- E então? Irá nos ajudar? – Elemi pergunta.
- Prefiro morrer esvaída ao ver minha raça morrer diante de meus olhos!
Aquela senhora... Maria, tinha sangue nos olhos, tinha grande idade mas conservava uma alma jovem e corajosa dentro de si.
Aceitou nos ajudar com o começo de nosso plano. Deveríamos começar a bolar algo mais a se fazer, cada minuto conta e cada detalhe imposto sobre nosso plano, também!

A inquisição de B.A.H.V.Onde histórias criam vida. Descubra agora