Pronta para ficar presa

21 7 0
                                    

Ariane

Acordo, uma das garotas está com as mãos em meus ferimentos. Me encolhia de dor quando ela tocava me corpo. As algemas tinham corroído minha pele, meu pulso ardia. Giovanni havia me deixado com dezenas de cortes, as feridas se abrindo de novo a cada vez que a garota esbarrava no sangue seco. 
- Temos que cuidar dela. Precisamos curar as feridas antes que piore. - A garota de cabelos prateados fala.
- Vamos colocar ela ali. - Diz a garota ruiva. - Tom...
Ela começa a falar, mas é interrompida por Victor Hugo.
- Deixe que eu a coloco ali. - Ele pega nos braços, da forma mais cuidadosa que pode. Ele me levou até o canto da cela aonde tinha um tipo de uma cama, mas de concreto.
Ao me deitar ali, sinto uma agulhada na minha costela. Grito de dor.
- Vou cuidar de você. - Victor fala passando sua mão em meu cabelo.
- Não ... não... preciso de seus cuidados Victor. - Falo com dificuldade.
- Melhor deixar com nós emo. - O garoto alto, com cabelo comprido branco fala.
- Não. É meu dever cuidar dela. Eu sou o culpado disso tudo. - Victor fala chorando.
- Por Favor Victor. Deixe com nós. - A garota ruiva fala. - Blanca pegue aquela vasilha de água ali, para podemos limpar o sangue.
Então o nome da garota de cabelos prateados era Blanca. Bianca ia amar conhecê-la. Meu pensamento foi para meus amigos, o pai de Victor havia jogado a mochila da Bianca em meus pés cheia de sangue. Será que Adriana, Dona Jane e o pai dela poderia estar mortos? E ela? E Hanyel? Uma lágrima cai.
- Não precisa chorar. Tudo vai ficar bem. - A garota ruiva diz, enquanto tirava o sangue gentilmente, mas mesmo assim mal podia aguentar seu toque e não conseguia parar de chorar. Meus amigos poderiam estar todos mortos nesse momento.
- Porque você fez isso Victor? - Pergunto, já podia falar normalmente, mas ao respirar tudo doía.
- Desculpa Ariane. Não sabia que ele ia usar nossa conexão para achar vocês. - Fala cabisbaixo, seus olhos estavam vermelhos, o azul de seu olho era quase impossível de ver.
- Tem mais gente? - O tal de Tom pergunta.
- Sim. Meus amigos. Eles podem estar mortos agora por sua culpa Victor.
Solto um gemido de dor. 
- Calma. 
- Mas eles também podem estar vivos. PORRA! - Victor grita e dá um soco na parede, fazendo seus dedos sangrar.
Todos ficam em silêncio.
- Os cortes começaram a se fechar.- Blanca fala. 
- Logo ela estará boa novamente. - A garota ruiva, fala. - Ela precisa dormir um pouco, assim que acordar, vai estar melhor.
Deixo que o sono me invada, era o melhor jeito de suportar a dor que sentia.
...

- Quem será que estava protegendo eles até agora? - Victor pergunta em voz alta.
- Que? Está ficando doido já emo?
- Não... queria saber que são os outros.
- Por que quer saber Victor para contar ao seu pai? - Falo.
- Achei que você estivesse dormindo. - Blanca diz.
- Todos achamos.
- Não. - Victor responde.
- Ficará sem saber.- falo, tentando me sentar, a garota ruiva me ajuda. - Está se sentindo melhor? - Pergunta.
- Sim. Obrigada.- falo sorrindo para ela, realmente estava me sentindo melhor, meus ossos não doíam mais, as feridas em meus braços haviam desaparecido. 
- Sou Elisabeth Margon! Prazer.
- Sou Ariane.- sorrio para ela.
- Eu sou ...
- Tom. E você é Blanca não? Ouvi Elisabeth chamar vocês assim.
- Sim, somos irmãos. Tom Severo e Blanca Severo. - O garoto fala. - Prazer em te conhecer.
- O Prazer é todo meu em conhecer vocês.
Os três sorriem.
- Acho que meus dois amigos iriam gostam de conhecê-los. 
- Nós ainda o conheceremos. - Tom fala sorrindo.
Hanyel iria amar aquele cara, senti isso ao vê-lo.

...
Haviam passado sete dias, a prisão a noite era fria, e nós não tínhamos cobertores para nos cobrir. Exceto Victor os guardas trouxeram um coberto vermelho para ele. Com certeza a mando do Chefe.
- Chefinho trouxe um cobertor para você. - O guarda joga para ele. - Não passará frio como seus amiguinhos. - Ele ri e some.
- Maldito. - Elisabeth diz entre dentes.
- Bom nós dois aqui não sentimos frio. - Blanca fala deitando no colo do irmão. - E se vocês duas se abraçarem, talvez diminua a sensação de frio. - Sugere.
- Não pegaria bem. - Elisabeth fala rindo.
- Verdade. - Concordo.
Victor nos olha.
- Posso dividir com vocês o cobertor. Ele é grande.
Elisabeth me olha.
- Ariane tudo bem para você?
- Não temos outra escolha né. Não quero morrer aqui congelada.
Elisabeth estava sentada no canto da parede, e eu do lado dela, Victor se senta ao meu lado.
Não iria trocar de lugar, só porque ele se sentou ao meu lado. 
- Acho vocês meio que se apertarem aí. Vai ficar pior durante a madrugada. - Tom diz.
- Também acho. - Elisabeth fala.
- É tenho que concordar. - Falo. - Victor venha um pouco mais para cá.
Victor se aproxima mais, seu braço toca no meu. 
Blanca já estava dormindo, Tom estava fazendo o máximo para segurar o sono.
- Gente desculpa. Mas não aguento mais de sono. Irei dormir. Boa noite para vocês.- fala bocejando.
- Ta Boa noite.
- Boa noite. - Falo
- Boa noite cara. - Victor diz.
- Também acho que vou dormir. - Elisabeth fala se deitando. -  Boa noite.
- Para você também. - Falamos.
Ficamos só nos dois acordados, Victor encosta sua cabeça na parede, olhava fixamente para o teto.
Me deito também.
Não estava com sono. Após uma hora Elisabeth com os irmãos estavam dormindo profundamente. 
- Ariane sei que você não quer me ouvir, mas...
- Victor por favor. 
- Por favor me ouça.
Me sento novamente.
- Não quero ouvir você dizendo que não fez por mal. Você me magoou.
- Ari sei que te magoei, mas não tenho culpa de ser filho desse monstro. Não pedi para nascer.
- Eu sei. Mas você escondeu isso de mim. 
- Não sabia como te contar. Eu te amo cara. 
- Eu ... eu... esquece.
- Não. - Victor diz. - Continue.
- Não posso negar também amo você, mas não podemos ficar mais juntos.
Victor se vira um pouco de lado, pega meu queixo virando meu rosto para que possamos olhar um para o outro.
- Você não sai da minha cabeça. Nunca saiu nesse tempo que estive aqui.
Nossas bocas se encontram, seu beijo era leve e doce. Me afasto dele.
- Melhor nós dormir. - Falo, ele se encosta novamente na parede, fecho meus olhos e deixo que o sono venha. Mas não era tão fácil assim.

A inquisição de B.A.H.V.Onde histórias criam vida. Descubra agora