Morte

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Ariane

Acabávamos de ter assistido mais um dos espetáculos de horrores da Nova Ordem. Fomos reunidos na praça para assistir aquela cena horrível aonde os bruxos e bruxas gritavam, seus gritos ecoavam pela praça. Olho para alguns dos guardas eles riam e aplaudiam aquilo, um deles me olhou abrindo um sorriso diabólico, moveu esses lábios "A hora de vocês está próxima bruxinha". Desvio meu olhar, Victor Hugo estava ao meu lado, tremia.
- Está tudo bem emo? - Elizabeth pergunta a ele.
- Não sei.
- Como não sabe?
Ele não responde, seus olhos estavam fixos nas pessoas que estavam sendo morta pelos monstros da N.O.M. Percebo que seu olhar estava no homem que acabará de ser enforcado.
- Minha mãe também foi enforcada.
Eu e Elisabeth trocamos olhares, não sabíamos o que falar.
- Ela pediu ajuda... e ele a matou. - Diz. - Ele não a salvou.
Lágrimas de ódio caiam, pego sua mão.
- Ele pagará por tudo isso. - Digo.
Ele me olha.
- Sim, ele pagará.
Seu tom de voz era de raiva, nunca havia visto ele assim. E o que ele quis dizer com "Ela pediu ajuda... Ele a matou. Ele não a salvou"?
Giovanni tinha matado sua mãe em sua frente. Mas como assim ele não a salvou? Será que algo havia acontecido antes de ela ser morto pelo seu pai? Ele sempre me falou que ela tinha sido assassinada em sua frente. Mas como? Ele nunca nos deu detalhes. Os clarões de raios eram intensos. A Chuva caia com força. 
-Abençoados sejam... - Dissemos todos ao mesmo tempo. 
Silêncio reinavam ali, a chuva nos deixava encharcados. Mas não nos importávamos. Nós nunca iríamos renunciar a magia. 
- Vou ali já volto. - Falo para Victor e Elisabeth.
Me aproximo de Hanyel, ele estava com raiva nos olhos. Diria que ele estava chorando no meio da chuva, todos ali estavam. 
- Hany. 
- Oi Ari. - Ele diz me abraçado forte.
Havíamos brigado, digamos que teve uma batalha entre nós, mas agora tudo estava bem entre nós novamente. 
- Ta tudo bem? Sua expressão não é boa. - Fala.
- Estou bem. Mas tem uma coisa me incomodando.
-O que? Se quiser me falar é claro. - Hanyel diz.
- Victor ele disse que sua mãe foi enforcada. Mas antes ela pediu ajuda para Giovanni.
- O que sabemos é que ela foi assassinada na frente dele. Mas ele nunca nos contou detalhes. - Fala pensando. Os trovões pesados ribombavam no céu. - Mas porque isso está a deixando assim?
- Será que a mãe dele estava ferida e pediu ajuda a Giovanni, mas ao invés de salva-la ele a matou?

É faz sentido. Mas ele não a amava? 
- Duvido que este monstro tenha amor em seu coração. - Falo.
- Também duvido. Aliás ele a matou na frente do filho né.
Assenti.
- Acredito que alguém a machucou antes. Mas quem?
- Victor deve saber. 
- Sim. Mas não vou perguntar a ele isso. 
Hanyel suspirou.
- Infelizmente você não pode fazer isso.
Ele ficou um bom tempo em silêncio. Podia ouvir sua respiração pesada, mas não tinha ideia do que ele estaria pensando.
- Me desculpe Ari. - Ele acabou falando. - Não devia ter descontado em você minha raiva. Por ter te chamado de fraca.
- Não precisa pedir desculpas. - Falo rindo. - Afinal eu sei que sou fraca.
- Não é não. Basta você acreditar em você Ari. 
- É meio difícil.
A chuva aumentava a cada segundo que se passava.
- Andem seus bruxos nojentos!! - Um guarda berra atrás de nós.
- Ainda vou esmaga-los!! - Hanyel fala com raiva. - Nós iremos!
- Iremos. Nem que custe nossas vidas.
Ele pega em minhas mãos.
- Você irá destruí-la Ari.
Como? Não sei se consigo.
Hanyel coloca uma de suas mãos sobre meu coração.
- Você consegue. Basta acreditar em você. - Ele sorri.
- Valeu Hany. Mas...
- Não têm, mas, nem meio, mas. - Ele sorri. - Lembre-se ela não pode te destruir se você não deixar. Ela pode ter controle da sua mente desde de criança, mas você vai destrui-la para sempre. Nós destruiremos tudo isso aqui. 
O abraço forte, ele confiava em mim, acreditava que eu era capaz de destruir aquela maldita. 
- Você me fez se sentir mais confiante. Obrigado meu grandão.
- Estarei aqui sempre meu amorzinho.
- Que cena mais patética. - Um guarda moreno fala revirando os olhos. - Andem seus malditos. Vamos!!
Nós dois caminhávamos juntos, Victor e Elisabeth com os outros já não estavam mais ali.
- Só vocês dois estão aqui ainda. VÃO!!! - Grita.
Chegamos até o barracão. Bianca estava sentada ao lado de Blanca e Tom. Elisabeth e Victor estavam junto com dona Jane. Adriana estava conversando com as outras bruxas.
- Aonde estavam? - Pergunta Adriana.
O guarda fecha o portão com um estrondo.
- Estávamos conversando. - Falo.
- Sobre? - Tom pergunta.
Nossa amizade Tom. Não precisa ficar com ciúmes. - Falo rindo. - Não vou roubar seu esposo.
- Nós... nós... nós... ah deixa para lá.-  Hanyel diz vermelho.
Todos ali riem dele, ele estava envergonhado. Mas era evidente que rolava algum sentimento entre os dois.

A inquisição de B.A.H.V.Onde histórias criam vida. Descubra agora