Capítulo 43

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Yasmine narrando...

Acordei com dificuldade em abrir os olhos, estava sentindo dores por toda a parte do corpo principalmente na barriga, tinha dificuldade em respirar!

Abri os olhos devagar e tentei me levantar mas senti uma pontada no abdômen, era como se um caminhão tivesse passado por cima do meu corpo.

Olhei à muita volta e não reconheci o lugar, não estava na casa do Gustavo ou de algum conhecido, era diferente da minha realidade, ATB paz e o silêncio que havia aí era assustador, fora do comum.

Naquele lugar não tinha muita coisa, apenas um parque vazio e com poucas árvores em volta, não se ouvia nada apenas o barulho do vento.

Juntei as forças e me levantei aos poucos mas algo me incomodou, senti um vazio estranho dentro de mim, como se eu tinha perdido algo, me senti incompleta, olhei para baixo e arregalei os olhos, minha barriga estava mais grande que dá última vez parece que eu estou grávida de 9 messes, estava com um vestido branco de renda e longo até aos pés.

Fui caminhado por aquele lugar desconhecido, sem cor, nem vida.

A medida que avançava várias recordações da minha infância me vinham a mente, alguns momentos eu nem me recordava e outros já me tinha esquecido. Alturas que eu estava com a minha avó , outros com Gustavo, parecia mais um livro da minha vida, da minha história.

Uma lágrima solitária desceu pelo meu rosto e desarmou no chão, aquela sensação de estar só e vazia ainda tomava conta de mim, e como da última vez as vozes das duas crianças me chamavam.

Entrei no parque e me supreendi, duas crianças aparentemente ter 5 anos brincavam num balanço de madeira sorrindo e dando gargalhadas gostosas de ouvir, mas antes elas não estavam lá, o parque estava vazio!

Assim que eles me viram, saíram do balanço e vieram na minha direção correndo.

Xxx: Mamãe! Mamãe! Papai tava pocurando voxe — dizem em coro —

Franzi a testa, como assim mamãe? Sendo que ainda estou grávida.

Yasmine: Eu não sou a mamãe de vocês - digo me agachando ao nível deles -

Xxx¹: Mamãe não lembra de nós - diz o rapaz -

Xxx²: Mamãe o Ale bateu - diz a menina emburrada -

O menino era idêntico a mim, os olhos, a boca, o rosto e a menina era a cópia do Gustavo, até o sorriso.

Yasmine: Cadê o papai de vocês — ignoro as perguntas e as queixas —

Xxx¹: Alí como a vó.

Num banco bem distante uma mulher de idade vestida de branco que eu não conhecia estava sentado ao lado do Gustavo que também estava de branco, o mesmo parecia estar chorando e chamando meu nome, deixei a duas crianças brincando e fui ao encontro deles.

Cada vez que eu me aproximava deles, tinha a impressão que o caminho se tornava mais longo e mais difícil, chamei o nome dele mas parecia que ele não me ouvia, uma silhueta preta apareceu do meu lado com uma arma na mão.

Grávida De Um TraficanteOnde histórias criam vida. Descubra agora