|Six|

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Eu estava deitada na minha cama, relembrando dos meus momentos com o Harry e do nosso quase beijo – que poderia ter acontecido, se não fosse pela aquela voz robótica do museu –. Provavelmente, eu estaria nas nuvens se nossos lábios estivessem se tocado, droga, eles devem ser bem macios. E logo que eu cheguei em casa, meu irmão e minha mãe estavam me esperando com diversas perguntas e eu, calmamente, respondi todas.

Apesar do meu irmão ser bastante protetor, ele não disse mais nada depois de ontem a tarde, finalmente percebeu o quão ridículo foi.

Deslizo o dedo pela tela do celular e sento-me na cama, arregalo os olhos quando vejo uma foto minha e do Harry circulando nas redes sociais – mais especificamente, dando close em nossas mãos juntas –, os paparazzis são bem rápidos que eu não nem percebi qualquer flash vindo em nossa direção durante o encontro.

Hannah, se quiser ter algo com o Harry, terá que aguentar muita coisa. - penso para mim.

Resolvo mandar uma mensagem para a minha melhor amiga, Maya. Ela provavelmente está louca para saber sobre essas fotos, apesar dela estar com a família em Cancún, eles preferem passar o Natal e ano novo em praias, pois os mesmos odeiam lugares frios.

Enquanto estou digitando o babado, recebo uma mensagem de Harry. Ainda não completou um dia que saímos, eram recém onze horas da manhã e ele já está me convidando para sair novamente.

 Não que eu esteja reclamando, mas é estranho para mim.

Harry: Então, Hannah, quer sair comigo de novo?

Eu: Claro, para onde iremos?

Respondo nervosa, meu coração parece que vai sair para fora do corpo. Mesmo que seja a segunda vez, eu tenho a sensação que sempre sentirei todos os arrepios, os suspiros e as mãos suadas como se fosse a primeira vez.

Harry: Não sei se você viu as nossas fotos circulando por ai, então, eu acredito que seja melhor um lugar mais reservado. Pode ser?

Eu: Sim, eu vi. É a melhor opção. :)

Harry: Eu passo ai na sua casa daqui uma hora, ok.

Eu: Tá bom. ;)

Solto o celular na cama e corro até a cozinha, minha mãe está preparando o almoço e chego por trás dela, assustando-a um pouco. Desculpo-me e dou um sorriso amarelo.

– Olá, mãe. O Harry me convidou para sair de novo, posso ir?

Assim que termino, ela se vira para mim. Minha mãe arqueia uma das sobrancelhas e olha-me séria.

– De novo, Hannah? Eu não quero te impedir de sair, mas você sabe para onde ele te levará?

– Bom, eu não sei. Mas ele disse que vai vir me buscar. - mexo nos cabelos, um pouco nervosa com a sua resposta. – Por favor, deixa!

– Ok, Hannah. Mas não vem tarde para casa e por favor, me liga se precisar de alguma coisa.

– Obrigada, mãe. Sabe que eu te amo, certo?

Dou um abraço apertado nela e ouço a mesma dar uma risada, saio correndo para o quarto para me trocar. Coloco uma calça jeans escura junto com uma blusa de mangas compridas, calço os meus tênis e resolvo vestir um cardigã rosa claro por cima. Arrumo os meus cabelos em um rabo de cavalo alto e passo um pouco de maquiagem.

Olho para a tela do meu celular e faltava apenas cinco minutos para às doze. Pego no meu celular e uma pequena bolsa para guarda-lo. Desço às escadas, esperando na cozinha, enquanto a minha mãe almoça.

– Vou comer sozinha hoje. - ela diz, olhando-me.

– E o Kyle?

– Está trabalhando. - ela olha para baixo, fazendo uma expressão triste.

– Não faz essa cara, eu vou me sentir culpada por deixá-la. - cruzo os braços, dando risada do seu drama.

Dou um salto quando ouço a campainha tocar, dou um beijo na minha mãe e caminho até a porta. Assim que abro, vejo um homem maravilhoso na minha frente, ele estava com uma calça jeans clara e uma blusa social escura. Seus cabelos longos estavam bagunçados, deixando-me louca por ele, louca para tocá-los.

Dou-lhe um abraço forte e ele me dá um beijo na testa. Sorrio com o seu ato, pego na sua mão e caminhamos até o seu carro. Ele abre a porta do auto móvel para mim, me fazendo sentir uma rainha, até hoje eu me questiono se ainda existem homens cavalheiros.

E sim, eles são reais, porém, um pouco raros.

Assim que entro em seu carro, sinto o seu cheiro entrar nas minhas narinas, deixando-me mais calma. Ele entra no carro logo em seguida e sorri para mim.

– Para onde iremos? - pergunto, colocando o cinto.

– Para um restaurante. Você não almoçou ainda, certo? - ele me olha, mordendo os lábios. Balanço a cabeça, negando. – Não se preocupe, o restaurante é pequeno, mas é muito bom. Eu reservei para nós.

– Ok.

[...]

Ele estaciona o carro em frente a um pequeno restaurante, TurnOff. Dou uma risada pelo nome engraçado, mas eu acredito ser novo, já que eu nunca ouvi falar. Abro a porta do carro e espero Harry me acompanhar.

– Você estragou a minha boa ação, Hannah. - ele pega na minha mão e me leva para dentro.

– Desculpa, prometo deixar você ser cavalheiro outra vez. - pisco para ele.

Logo que entramos, vejo que se tratava de um restaurante brasileiro, que deixava-me ainda mais com água na boca, saudades da comida do Brasil. Sentamos em uma mesa de frente para uma janela grande, que tinha uma ótima paisagem, algumas luzes enfeitando o lugar e uma grande bandeira do país ficava em destaque.

– O que você achou? Como você nasceu no Brasil, pensei que gostaria. - ele coloca as mãos em cima da mesa.

– Eu amei, nunca ouvi falar daqui. Você acertou em cheio. - dou um sorriso.

Um garçom chega na nossa mesa dando um sorriso largo e então começa a anotar nossos pedidos. Dou algumas dicas para Harry, já que era a primeira vez que ele experimentava comida brasileira.

Ficamos conversando até as nossas comidas chegarem, espero o Harry dar uma garfada no estrogonofe, minha boca saliva só de vê-lo comer.

– Então, o que achou?

– Meu Deus! Isso é muito bom. - vejo os seus olhos brilharem. – Eu deveria ter pedido mais.

Solto uma gargalhada e logo coloco a mão da boca, podemos dizer que a minha risada é um pouco escandalosa. Mesmo que esteja somente Harry e eu e mais um casal.

Depois de comermos, vejo Harry olhar para mim com a mão segurando o rosto, enquanto esperamos a sobremesa.

– Desde ontem estou desejando beijar você.

– Oh... - sinto o meu rosto ficar vermelho, ouço ele dar uma risada e logo depois, tocar em uma das minhas mãos.

– Você não quer me beijar, Hannah? - ele acaricia lentamente minhas mãos.

– Quero. - tomo a coragem de olhá-lo. – Mas não aqui. Muitas pessoas podem olhar.

– Não tem quase ninguém aqui. Mas tudo bem, podemos ir para outro lugar, se você quiser.

– Outro lugar então.

– Já estou começando a ficar nervoso. - lhe dou um tapa fraco na mão, assim que chega a nossa sobremesa.

– Bobo.

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