|Forty-Eight|

846 40 19
                                    

Los Angeles

Eu já estava em casa, Harry não demorou muito tempo para pegar outro avião, ele estava muito preocupado com o padrasto e eu estava me sentindo um pouco mal por deixá-lo sozinho nessa situação, mas não havia nada que pudesse ser feito. O destino não estava em nossas mãos. Eu havia me questionado se os fãs já estavam sabendo desse acontecimento, então percebi que não. Era algo que não podia ser espalhado, já que prejudicaria ou melhoraria a situação, não tínhamos como ter certeza das reações das pessoas.

Na mesma noite, eu havia contado os detalhes — não todos, é claro — sobre as minhas duas noites em Londres para a minha família, minha mãe ficou bastante feliz quando eu falei sobre a família de Harry e como fui bem tratada, porém, tanto a minha mãe quanto meu irmão ficaram tristes com a noticia da saúde de Robin, os fiz prometer que jamais contariam tal segredo.

Recebi duas mensagens de Harry assim que me deitei na cama, extremamente cansada da viagem, meu namorado somente avisou que havia chegado em segurança em sua terra Natal e que adoraria me ter perto de si. Sorri ao ler a mensagem com muitos emojis de coração no final, eu também adoraria estar perto de você, Harry. Essa foi a última mensagem que eu deixei para o meu namorado antes de pegar no sono.

Na manhã seguinte, eu estava pronta para ir para a escola e minha mãe estava com o carro ligado do lado de fora, somente esperando eu sair de casa. Avistei Maya assim que cheguei na escola, a minha melhor amiga estava me esperando há um bom tempo, depois que terminou as três primeiras aulas da manhã, aproveitamos o intervalo para colocarmos o papo em dia. Contei à Maya exatamente o que havia acontecido em Londres.

— Vocês chegaram a transar? — Maya perguntou, com o tom de voz um pouco alto, trazendo olhares curiosos para a nossa conversa. — Desculpa! — ela disse, assim que eu deixei um tapa no seu braço.

— Não, May. Não chegamos nessa parte, por tudo que aconteceu e que eu já contei a você. — falei, bastante tímida.

— Quase, amiga. Quase.

Maya ficou mais empolgada que eu quando contei alguns detalhes, ela parecia super feliz ao saber disso e que estava extremamente ansiosa pelos próximos capítulos. Questionei a minha melhor amiga sobre o australiano, ela contou-me que estavam saindo ainda, mas que gostaria de namorá-lo o quanto antes, já que nutria sentimentos muito fortes por ele. Não posso negar que eu ainda estava com um pé atrás em relação a ele, mas eu não podia fazer nada além de apoiá-la. Quando retornamos a quarta aula, dessa vez, Maya e eu éramos colegas de classe, fazíamos Artes e estávamos ansiosas para o novo trabalho do Sr.Lee — nosso professor de Artes —, ele anunciou que deveríamos produzir para o próximo mês, algo que representasse o nosso futuro, como enxergávamos ele.

Não deve ser tão difícil, certo?

1 mês depois

Eu estava feliz porque estava trabalhando com o que eu gostava e estava, aos poucos, conquistando a minha independência financeira. Essa era a Hannah que eu enxergava daqui dez anos, eu havia feito uma edição no Photoshop para o meu trabalho de Artes e depois de apresentá-lo ao Sr.Lee, imediatamente, recebi nota A pelas minhas habilidades de edição — que, particularmente, eu passei noites vendo vídeos no Youtube para conseguir entender cada ferramenta.

Na mesma tarde, saí da escola e fui direto para a minha casa, um lado meu estava extremamente triste e cansada, porque os professores resolveram dar provas e trabalhos em apenas um semana, mas também, porque fazia um mês que eu não via o Harry pessoalmente, conversávamos somente por mensagens. Me sentia um pouco mal por querer receber atenção dele, porém eu entendi que ele estava em um momento delicado. Ele queria aproveitar cada segundo ao lado de Robin, sem perder qualquer pedacinho do dia.

Após tomar meu banho e relaxar na cama ainda de toalha, meu corpo levantou-se rapidamente quando ouvi meu celular vibrar, era uma mensagem de uma conta desconhecida no Instagram, deslizei meu dedo pela tela, não era somente uma, eram seis mensagens. A curiosidade tomou conta de mim e resolvi lê-la —ok, não foi a melhor alternativa— era uma conta que desejava a minha morte caso eu continuasse namorando o Harry. As mensagens eram estranhas, mas nada fora do "normal" até certo ponto, de repente, essa mesma conta, me envia uma foto. Era uma foto minha com a minha família em frente a minha casa e em seguida, mais uma foto surge, era uma minha junto com Jake e Maya, no dia que fomos comer. Joguei meu celular, um tanto assustada, as mensagens começaram a surgir em grande quantidade, todas dizendo "Eu sei sobre você", " Você tem uma família bonita, pena que não viverão por muito tempo", meu coração acelerou quando a suposta conta mandou uma última mensagem.

Quando você menos esperar, tirarei tudo de você e até mesmo a tua vida. Vadia!

— CHS

Depois de receber aquelas mensagens assustadoras, eu comecei a ficar um pouco paranoica, às vezes, eu me pegava olhando para todos os lados como se tivesse alguém me espionando e de fato, havia. Mas eu não conseguia enxergá-la, eu conhecia praticamente toda a minha vizinhança e não fazia ideia de quem poderia ser, já que eu não tinha inimizade com ninguém dali.

Eu estava me arrumando para ir dormir quando ouvi a campainha tocar sem parar, senti meu coração errar as batidas. A pessoa do outro lado da porta parecia estressada, pensei que poderia ser alguém da minha família, mas não teria motivos para tocar a campainha, já que todos tinham uma cópia da chave. Desci degrau por degrau, sem fazer qualquer barulho e já aproveitei para pegar o taco de beisebol do meu irmão — ele sempre deixava perto das escadas, caso precisássemos —, a cada segundo que aquele campainha tocava, sentia meu corpo tremer ainda mais. Tentei olhar pela janela, mas não conseguia ver já que estava muito escuro, eu não sabia o que fazer porque todo aquele barulho estava me deixando aflita.

Aproximei-me da porta com o taco já pronto para qualquer golpe, mas de repente, o som da campainha parou de tocar e eu ouvi passos pesados perto da porta e estes, ficavam mais fracos a cada segundo. Senti um alívio por algum tempo, mas ouvi a campainha tocar novamente, mas dessa vez, foi tocada somente uma vez. Tomei um susto quando alguém bateu no vidro da janela, era um homem e estava encapuzado, eu não consegui ver seu rosto e isso me deixava com mais medo. Me escondi para que ele não pudesse me ver, mas foi perda de tempo, ele já havia me visto.

Eu adorava ficar sozinha em casa, mas neste momento, eu estava odiando. Odeio o fato dos Estados Unidos terem o maior número de Serial Killers do mundo, odiava. Depois, de todo o susto, meu coração acalmou-se aos poucos, quando eu vi o homem tirar o capuz e sorrir para mim.

Era o Harry.

Senti uma vontade enorme de chorar por ele ter me assustado e porém, a vontade que eu estava de bater nele, era ainda maior.  Coloquei o taco no sofá e abri a porta e já lhe dei um tapa no peito, ele sorriu ao meu ver e então, deixei meu coração se acalmar no calor dos seus braços.

— Por que você estava se escondendo? — Harry passou as mãos pelos meus cabelos.

— Eu fiquei com medo. — respondi, ainda nos braços do meu namorado. Harry levantou delicadamente meu rosto e deixou um beijo nos meus lábios.

— Medo? Do que? — ele perguntou, bastante preocupado. — Aconteceu algo?

— Mais ou menos, depois eu conto. — peguei nas suas mãos geladas. — Mas por que caralhos você não parava de tocar a campainha? Isso me deixou ainda mais aterrorizada.

— Desculpa, amor. — ele deu um sorriso sem graça. — Ah, é que eu gostei da musiquinha, é divertida. 

New World |H.S|Onde histórias criam vida. Descubra agora