|Thirty-Eight|

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Após dizer ao Harry a minha localização, sinto minha pele arrepiar-se por conta da frente fria que estava por vir e claro, pela bebida que foi jogada em mim. Sinto os meus olhos arderem novamente ao lembrar da cena, tudo isso aconteceu só porque eu namoro com um artista, mas não significa que era necessário todo esse ódio e por esse motivo, alguns pensamentos errados insistem em permanecer na minha mente.

Todo esse caos teria sido evitado se eu nunca tivesse ido naquele programa.

Uma pequena parte de mim, está decepcionada pelo fato das pessoas não entenderem o nosso relacionamento, as fãs - principalmente, elas são as que mais deveriam apoiar-nos. Sempre vi na internet, pessoas que se dizem fãs e simplesmente, não aceitam o fato dos seus ídolos namorarem. 

Passado alguns minutos, avisto seu carro preto parar bem na minha frente. Vejo-o sair do veículo e correr em minha direção com um casaco em suas mãos, Harry coloca-os sob meus ombros e abraça-me fortemente.

- Está tudo bem, eu estou aqui.

Assim que ele termina, meu coração aperta e as lágrimas voltam, dessa vez, não parecem ter fim.

- Só me leva para longe daqui.

Minha voz sai baixa, ele leva uma das suas mãos até as minhas costas, esfregando-a de leve com objetivo de deixar-me mais tranquila.

Missão impossível, pois eu estava destruída por dentro.

Harry abre a porta do carro para mim, entro com uma certa dificuldade, porque minhas pernas estavam doendo muito, eu nunca havia corrido tanto na minha vida. Eu estava ficando sedentária também.

Meu namorado entra no carro, pega na minha mão e deixa um beijo suave em cima. Desvio o olhar para que as lágrimas não voltassem a molhar meu rosto, estava doendo tanto e não posso negar que o sentimento de fraqueza tomou os meus pensamentos, eu deveria ter revidado.

Fraca! Fraca! - era isso que eu era. 

Às vezes, sinto falta na Hannah de antigamente. Aquela garota era forte e raramente chorava, agora me pergunto:

Para onde ela foi? E porque esqueceu de voltar?

Ela tem que voltar porque já sinto sua falta.

– Eu sei que você não quer falar agora. - ele liga o carro. - Mas quero que saiba que sempre estarei ao seu lado.

– Eu sei.

Minha voz saiu tão baixa que nem eu mesma consegui ouvir, olho para o lado de fora da janela, pessoas e mais pessoas - todas vazias. Para mim, é difícil acreditar que alguém possa ser tão mau com o próximo, eu nunca havia sido humilhada e simplesmente, corri como uma covarde.

Durante o nosso percurso até a sua casa, decido tomar coragem e olhá-lo, porque eu sabia de alguma forma que isso não duraria para sempre. Tenho medo dessa pressão acabar separando a gente e depois, agirmos como se nada tivesse acontecido. Sei também que isso acontece, principalmente, no mundo da fama. Você não pode amar outra pessoa, somente as que forem escolhidas.

Como se o nosso coração soubesse disso.

Toco no meu cabelo que já está todo sujo e com nós, e não posso esquecer do meu vestido verde claro que bem, agora está um misto de cores. Tudo foi por água abaixo. Sinto o meu corpo ficar grudento por conta da bebida, preciso urgentemente tomar um bom banho e claro, ter alguns minutinhos para chorar em silêncio.

Não existe lugar melhor para chorar do que em nosso próprio banheiro.

Sinto-me completamente sortuda por tê-lo, estamos juntos faz um mês e alguns dias, não quero pensar de como será daqui em diante. Minha expressão muda ao vê-lo olhar atentamente para a rua, seus olhos verdes ficam ainda mais claro por conta das luzes dos faróis, seus lábios estão em linha reta fazendo uma covinha aparecer na sua bochecha direita.

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