Capítulo 5

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Anos depois.

      Cheguei em casa depois de uma entrevista, como me mudei do bairro onde minha tia morava quando fui morar com o Axl tive que sair da loja onde trabalhava. Encontrei meu pai cabisbaixo sentado no sofá que tinha na cozinha olhando pro quarto a frente dele com uma expressão triste.

      - Papai o que aconteceu?

      - Não vi você chegando querida. Como foi na entrevista?

      - A moça disse que eu me sai bem, eles ligaram em dois dias se eu conseguir o emprego.

      - Fico feliz por você querida.

      - Obrigada, mas agora me conta o porque dessa carinha triste.

      - O serviço na casa da dona Solange acabou e eu fui dispensado.

      - Não fique assim, o senhor é muito esforçado, já já consegue outro emprego.

      - Que Deus te ouça mi filha, ou ficaremos sem o que comer.

      - Vou buscar a Zoey na escolinha e aproveito pra comprar o jantar - falei e peguei minha bolsa.

      - Filha, já disse que não tem que ficar gastando seu dinheiro conosco.

      - Eu tenho sim pai! Eu também moro nessa casa e é meu dever ajudar mantê-la.

      - Más você está deixando seus sonhos de lado.

      - Meus sonhos podem esperar papai, a saúde da minha mãe e da Zoey não, e a nossa também, porque se não nos alimentarmos vamos acabar igual a mamãe.

...

      Graças a Deus eu tinha conseguido um emprego, não foi o que eu queria mas consegui. Eu ia ter que trabalhar em uma loja de conveniências num posto de gasolina, o problema é que o trabalho era a noite, mas eu não poderia recusar, o salário era bom e o lugar era tranquilo, sem contar que ficava próximo da minha escola.

      Hoje era o meu primeiro dia no trabalho e eu estava ansiosa pra ter algum cliente, pois o senhor Manfred me prometeu que me daria um extra se o movimento fosse bom, ele foi muito bom comigo, nenhum dos funcionários ganhavam um extra e também porque ninguém queria contratar uma jovem menor de idade, sem experiência ou algum curso, ainda mais pra trabalhar a noite. Estava distraída pensando nisso quando um casal entrou na loja.

      - Boa noite.

      - Boa noite - o rapaz respondeu enquanto a moça estava com a cara fechada - quanto deu? - ele perguntou colocando as coisas que ia comprar em cima do balcão.

      - Quinze - respondi enquanto o observava. Ele era muito bonito, o cabelo era grande mas combinava com ele, os olhos dele pareciam olhos de gato.

      - Moça - ele estalou os dedos na minha frente e depois me entregou o dinheiro. Que vergonha.

      - Seu troco.

      - Pode ficar pra você, é uma gorjeta - e bem generosa por sinal.

      - Obrigado - dei um sorriso e ele retribuiu.

      - Não pode nada - a moça que acompanhava ele puxou o dinheiro da minha minha mão.

      - Hay o que foi isso? - ele parecia bravo - o dinheiro é meu e eu dei a ela! Devolve o dinheiro pra moça.

      - Não!

      - Não tem problema - interferi quando vi que ele ia começar a brigar com ela.

Aguardando a FelicidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora