Capítulo 42 - Matthew

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     - Desulpa mesmo mãe!

     - Já chega Matthew, não estou aguentando mais ouvir você pedindo desculpa. Vamos pra casa!

     - Ainda tá doendo? - perguntei enquanto dirigia.

     - Não e para de fugir do assunto Matthew!

     - Fugir de que assunto?

     - Eu já te perguntei trezentas vezes o por que daquela sua reação.

     - Eu... Eu...

     - Você!

     - Preciso me concentrar no trânsito.

     - Você já parou pra pensar que não adianta tentar me evitar agora por que eu ainda vou passar mais duas semanas na sua casa?! - merda!

     - Ok - suspirei - quando chegar em casa a gente conversa.

...

     - Pronto chegamos, desembucha.

     - Eu conheço a secretária do Eduardo chamada Amanda, nós meio que...

     - Meio que o que Matthew? Aí meu Deus, eu não acredito nisso. MATTHEW - ela começou a gritar - EU NÃO. ACREDITO. NISSO!

     - Mãe a senhora está pondo a carroça na frente dos bois, não sabe ainda se é isso mesmo e além do mais a senhora pode ter visto mal a foto.

     - Eu sei muito bem o que eu vi!

     - Mãe...

     - Quando você ia contar pra gente Matthew? Você deixou a pobre moça na rua da amargura com um filho na barriga?! - ela não estava exatamente gritando agora, mas eu tinha a sensação de que o prédio inteiro escutava.

     - EU NÃO SABIA! - pronto, agora eu levaria um soco na cara.

     - Abaixa esse tom de voz mocinho e como assim não sabia? Não viu ela mais?

     - Vi...

     - Matthew, você chegou a ver a criança? - ela perguntou com tanta calma que eu me encolhi. Era como se ela tivesse acesso a minha mente e soubesse de tudo antes que eu respondesse.

     - Sim.

     - E COMO NÃO PERCEBEU? - ela baixou o tom de voz - como não percebeu que o garoto é igualzinho você quando era bebê?

     - Porque eu não vejo uma foto minha de quando eu era bebê desde criança - agora que as coisas que eu tinha deixado passar começaram a fazer sentido na minha cabeça, eu comecei a ficar estressado, irritado, comigo mesmo que fui um grande tapado.

     Eu não precisava me recordar da minha aparência quando era pequeno pra saber que o garoto era minha cara, não precisava que ele se parecesse comigo, era só fazer as contas!

     A Amanda foi embora poucos dias depois da primeira vez que dormimos juntos e quando voltou tinha um bebê, como ela mesma disse, ela era um tanto traumatizada em relação a homens, era muito pouco provável que ela fosse ficar com outro cara, a transfusão de sangue...

     - Filho está tudo bem? - a voz da minha mãe penetrou a minha mente.

     - Como eu pude ser tão tapado? - eu estava com tanta raiva que quase quebrei minha mesa de centro.

     - Se acalma Matthew.

     - Mãe eu doei sangue pra ele - por alguma razão meus olhos se encheram de lágrimas - eu ajudei a cuidar dele e ela não me disse nada.

     - Vocês se viram depois?

     - Várias vezes - eu já não estava enxergando mais nada.

     - Não fique nervoso filho, agir de cabeça quente não da certo.

     - Ela me conhece mãe, como ela pôde  fazer isso comigo?

     - Ela deve ter ficado com medo filho.

     - Eu jamais tiraria o bebê dela e ela devia saber disso.

     - Da um desconto pra ela Matthew, ninguém conhece ninguém cem porcento e é isso que ela deve ter pensado, deve ter imaginado que você ia ficar furioso.

     - Eu não acredito nisso - me joguei no sofá enquanto dava uma risada amarga - esse tempo todo eu ajudei ela com o Louis enquanto condenava o pai do garoto por ser um irresponsável que não dava assistência pro filho, quando o pai era eu.

     - O meu neto se chama Louis?! Que lindo.

     - E pensar que eu fiquei triste quando o teste deu negativo - eu só percebi que tinha dito aquilo em voz alta quando minha mãe perguntou.

     - Que teste Matthew?

     - A um tempinho atrás nos meio que nos descuidamos e nos preocupamos com a possibilidade dela ter engravidado.

     - O quê que há com esses jovens de hoje em dia? Vocês não sabe que existe camisinha não? Ou pílula do dia seguinte.

     - Na pressa esquecemos da camisinha e quando nos lembramos da pílula já era tarde demais. Aí fizemos um teste de laboratório, que deu negativo.

     - Então quer dizer que vocês ainda se encontram?

     - Já faz um tempo desde a última vez.

     - Você precisa ir atrás dela - assim que minha mãe falou meu celular tocou e por ironia do destino era ela.

...

     - O que ela queria?

     - Me chamou pra conversar.

     - Será que ela vai contar tudo, finalmente te dizer sobre seu filho?

     - Eu acho que não e tem ainda a possibilidade do garoto não ser meu filho.

     - É claro que ele é seu!

     - Eu não vou ter certeza disso até amanhã.

Aguardando a FelicidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora