- Desulpa mesmo mãe!- Já chega Matthew, não estou aguentando mais ouvir você pedindo desculpa. Vamos pra casa!
- Ainda tá doendo? - perguntei enquanto dirigia.
- Não e para de fugir do assunto Matthew!
- Fugir de que assunto?
- Eu já te perguntei trezentas vezes o por que daquela sua reação.
- Eu... Eu...
- Você!
- Preciso me concentrar no trânsito.
- Você já parou pra pensar que não adianta tentar me evitar agora por que eu ainda vou passar mais duas semanas na sua casa?! - merda!
- Ok - suspirei - quando chegar em casa a gente conversa.
...
- Pronto chegamos, desembucha.
- Eu conheço a secretária do Eduardo chamada Amanda, nós meio que...
- Meio que o que Matthew? Aí meu Deus, eu não acredito nisso. MATTHEW - ela começou a gritar - EU NÃO. ACREDITO. NISSO!
- Mãe a senhora está pondo a carroça na frente dos bois, não sabe ainda se é isso mesmo e além do mais a senhora pode ter visto mal a foto.
- Eu sei muito bem o que eu vi!
- Mãe...
- Quando você ia contar pra gente Matthew? Você deixou a pobre moça na rua da amargura com um filho na barriga?! - ela não estava exatamente gritando agora, mas eu tinha a sensação de que o prédio inteiro escutava.
- EU NÃO SABIA! - pronto, agora eu levaria um soco na cara.
- Abaixa esse tom de voz mocinho e como assim não sabia? Não viu ela mais?
- Vi...
- Matthew, você chegou a ver a criança? - ela perguntou com tanta calma que eu me encolhi. Era como se ela tivesse acesso a minha mente e soubesse de tudo antes que eu respondesse.
- Sim.
- E COMO NÃO PERCEBEU? - ela baixou o tom de voz - como não percebeu que o garoto é igualzinho você quando era bebê?
- Porque eu não vejo uma foto minha de quando eu era bebê desde criança - agora que as coisas que eu tinha deixado passar começaram a fazer sentido na minha cabeça, eu comecei a ficar estressado, irritado, comigo mesmo que fui um grande tapado.
Eu não precisava me recordar da minha aparência quando era pequeno pra saber que o garoto era minha cara, não precisava que ele se parecesse comigo, era só fazer as contas!
A Amanda foi embora poucos dias depois da primeira vez que dormimos juntos e quando voltou tinha um bebê, como ela mesma disse, ela era um tanto traumatizada em relação a homens, era muito pouco provável que ela fosse ficar com outro cara, a transfusão de sangue...
- Filho está tudo bem? - a voz da minha mãe penetrou a minha mente.
- Como eu pude ser tão tapado? - eu estava com tanta raiva que quase quebrei minha mesa de centro.
- Se acalma Matthew.
- Mãe eu doei sangue pra ele - por alguma razão meus olhos se encheram de lágrimas - eu ajudei a cuidar dele e ela não me disse nada.
- Vocês se viram depois?
- Várias vezes - eu já não estava enxergando mais nada.
- Não fique nervoso filho, agir de cabeça quente não da certo.
- Ela me conhece mãe, como ela pôde fazer isso comigo?
- Ela deve ter ficado com medo filho.
- Eu jamais tiraria o bebê dela e ela devia saber disso.
- Da um desconto pra ela Matthew, ninguém conhece ninguém cem porcento e é isso que ela deve ter pensado, deve ter imaginado que você ia ficar furioso.
- Eu não acredito nisso - me joguei no sofá enquanto dava uma risada amarga - esse tempo todo eu ajudei ela com o Louis enquanto condenava o pai do garoto por ser um irresponsável que não dava assistência pro filho, quando o pai era eu.
- O meu neto se chama Louis?! Que lindo.
- E pensar que eu fiquei triste quando o teste deu negativo - eu só percebi que tinha dito aquilo em voz alta quando minha mãe perguntou.
- Que teste Matthew?
- A um tempinho atrás nos meio que nos descuidamos e nos preocupamos com a possibilidade dela ter engravidado.
- O quê que há com esses jovens de hoje em dia? Vocês não sabe que existe camisinha não? Ou pílula do dia seguinte.
- Na pressa esquecemos da camisinha e quando nos lembramos da pílula já era tarde demais. Aí fizemos um teste de laboratório, que deu negativo.
- Então quer dizer que vocês ainda se encontram?
- Já faz um tempo desde a última vez.
- Você precisa ir atrás dela - assim que minha mãe falou meu celular tocou e por ironia do destino era ela.
...
- O que ela queria?
- Me chamou pra conversar.
- Será que ela vai contar tudo, finalmente te dizer sobre seu filho?
- Eu acho que não e tem ainda a possibilidade do garoto não ser meu filho.
- É claro que ele é seu!
- Eu não vou ter certeza disso até amanhã.
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Aguardando a Felicidade
Storie d'amoreAmanda tem 19 anos e trabalha na empresa R&W. Em uma visita a uma amiga de trabalho acaba conhecendo o primo do seu chefe. Vários encontros e uma noite. Uma noite. Foi o suficiente pra gerar uma nova vida. Mas por causa de um desentendimento ele fo...