Aguardando a Felicidade

Capítulo 28

     - Amanda está tudo bem? - a Emma perguntou.

     - Cadê meu filho? Eu quero ele aqui agora.
      
     - Querida, o pediatra tem que examinar ele com calma, ele nasceu com o cordão umbilical enrolado no pescoço, isso é muito grave, ele tem que ter certeza que está tudo bem com seu bebê. E além do mais o doutor Norberto é muito competente!

     - Norberto?

     - Sim, o pediatra que está examinando seu filho.

     - Vou confiar no seu julgamento - falei aliviada de saber que não era o Matthew que estava examinado meu bebê.

     - Pode confiar! Ele foi meu pediatra quando eu era criança.

     - E o doutor Matthew? - perguntei como quem não quer nada.

     - Meu primo? - concordei - bem ele é um ótimo pediatra, mas casos como esse que ocorreu com seu bebê nos encaminhamos para pediatras com mais anos de experiência.

     - Entendo.

     - E além do mais ele não está aqui.

     - É folga dele?

     - Não. Ele foi embora...

....

     - Ele foi embora?! - a Giulia perguntou mais tarde quando veio me visitar.

     - Foi o que a prima dele disse - falei - ele foi morar em Malibu com a Luma.

     - Eu não consigo acreditar numa coisa dessas - minha mãe falou desolada - ele era tão bom.

     - Pra você aprender Amanda que homem não presta - meu pai falou emburrado.

     - Pai o senhor é homem - falei.

     - Sou diferente - ele falou mexendo na gola da camisa.

     - Ignora ele filha, chorar ajuda a aliviar a dor mas não vai trazer ele de volta...

     - Se eu ao menos conseguisse chorar pra aliviar a dor que eu estou sentindo - suspirei - eu achava que ele seria o homem da minha vida.

     - Você só tem dezenove anos, não devia nem estar pensando nisso - meu pai falou.

     - Ela já mais do que pensou querido, tanto que agora você tem um netinho - minha mãe retrucou.

     - Não fica com essa carinha - a Giulia começou a fazer carinho no meu rosto - olha, ele pode até ter ido embora, mas você ainda tem a nós, e iremos te ajudar a cuidar daquela bolinha gostosa.

     - E quando eu vou poder ver ele?

     - Assim que você puder levantar da cama ou ele tiver alta - minha mãe falou.

     - Isso não é justo! Eu sou a mãe e a única que ainda não viu ele.

     - Calma meu amor, já já você vai estar muito bem e ele também é você vai poder ficar agarrada com ele vinte e quatro horas.

...

Dia seguinte

     Eu finalmente consegui ir ver meu bebê. Ele ainda estava na UTI neonatal, mas o médico que fez meu parto disse que era só até os pulmõezinhos dele conseguirem funcionar sem a ajuda dos aparelhos.

     E eu chorei! Chorei muito! Chorei tudo que estava preso dentro de mim! Chorei tudo que chorei quando descobri que o Matthew foi morar em Malibu com a Luma.

     - Logo você vai poder pegá-lo no colo - o médico disse enquanto eu fazia carinho no rostinho dele.

     - Você já escolheu um nome pra ele? - a enfermeira perguntou - precisamos saber o nome dele.

     - Não - não saber que nome dar ao meu filho me fez querer chorar tudo de novo.

     - Tudo bem, não tem problema! Podemos chamá-lo de bebê Johnson por enquanto.

     Voltei pro quarto e estava dormindo quando a enfermeira me acordou dizendo que eu tinha visita. Não tive nem tempo de arrumar o meu cabelo, meu chefe e o senhor Joseph estavam parados ao lado da minha cama. Tomei um susto.

     - Olá - o senhor Joseph falou colocando um vaso de flores na mesinha ao lado da minha cama.

     - Oi - falei constrangida enquanto tentava arrumar o cabelo frenéticamente.

     - O pessoal da fábrica fez um chá de fraldas de última hora pra você - meu chefe falou - mandamos tudo pra sua casa - ele tirou um envelope do paletó - isso é pra você.

     - Obrigada - abri o envelope e quando vi que havia uma quantia considerável de dinheiro dentro devolvi pra ele - não posso aceitar.

     - Por que não?

     - Eu não posso aceitar o dinheiro deles, eles devem ter tirado das despesas deles pra me dar.

     - Esse dinheiro quem está te dando sou eu.

     - Ma...

     - Você vai precisar pra despesas do dia a dia, consultas ou alguma emergência.

     - Mas meu plano de saúde da empresa inclui ele.

     - Amanda só aceita logo esse dinheiro, meu tempo é curto pra ficar aqui tentando te convencer de que precisa dele - fiquei vermelha de tanta vergonha.

     - Muito obrigado doutor. O senhor é tão bom pra minha filha - minha mãe falou com os olhos até brilhando.

     - Você devia ter namorado era com ele Amanda - meu pai falou surgindo do nada.

     Minha cara caiu! Quase literalmente. Eu não sabia pra onde olhar de tanta vergonha, deu vontade de pedir demissão só pra não ter mais que olhar na cara do meu chefe.

     - PAI!

     - Para com isso amor - minha mãe falou - o...

     - Nem mensione o nome dele - meu pai interrompeu.

     - Que seja. O fato é que ele é uma boa pessoa e é muito lindo.

     - Pela trigésima vez, você é casada! E se ele fosse uma boa pessoa não teria embarrigado nossa filha e ido morar com outra.

     - Por favor vocês podem parar de discutir minha vida íntima na frente do meu chefe.

     - Desculpa benzinho - minha mãe falou.

     - Eu só estava fazendo um elogio ao seu chefe - meu pai se defendeu - continue sendo essa boa pessoa que você é.

     - Claro que ele é - o senhor Joseph falou em um tom sarcástico.

     - Cala a boca Joseph - meu chefe murmurou - já estamos indo, melhoras Amanda.

     - Obrigada.