Capítulo 25 - Matthew/Amanda

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Alguns meses depois

     Cheguei ao meu apartamento pronto pra me entregar a solidão e ficar me perguntando a que ponto eu cheguei quando descobri que tinha visitas.

     - Olha só, quem é vivo sempre aparece - falei quando vi quem era - o que o Eduardo fez?

      - Engraçadinho. Eu vim me despedir, estou indo embora em poucas horas.

      - É sério o que o Eduardo fez?

      - Não quero falar sobre isso. Mas quero te pedir um favor.

      - Claro, pode pedir, agora se eu vou topar é outra coisa.

      - Pode cuidar da Maitte pra mim? Vai ser só por um mês, eu volto pra buscar ela.

      - Por qué está levando ela embora.

      - Peguei a Jhenna batendo nela atoa, agora fico imaginando o que ela deve ter feito com o meu bebê enquanto eu não estava aqui.

      - O Eduardo o que ele fez a respeito? - perguntei meio nervoso, estava ansioso pra descontar minha frustração em alguém.

      - Acreditou nela, quando ele chegou e viu nós duas no tapa deduziu que eu estava batendo nela sem motivos.

      - Você está certa em tirar ela de lá, eu fico com ela o tempo que for necessário.

      - Muito obrigado - ela me  abraçou.

      - De nada.

      - Vai ser só até eu arrumar um apartamento e me matricular na faculdade. E tem convercer meus pais que eu quero continuar sendo independente.

      - Por que só não conta pra eles sobre a Maitte?

      - Não quero eles envolvidos nisso, eles iam querer saber de tudo e o pai do Eduardo é amigo do meu pai e talvez isso vá interferir na amizade deles.

      - Entendo. Quer que eu vá com você?

      - Hã? Ir pra onde?

      - Já tem algum tempo que eu estou pensando em pedir transferência, estou precisando respirar novos ares, esquecer o passado, conhecer novas pessoas - e como precisava.

      - Ia ser ótimo se você fosse - ela falou dando um sorriso.
    

....

Dias depois

     - Desculpe por fazer você largar sua vida assim - ela falou.

     - Para de se desculpar por favor - pedi - eu já queria fazer isso desde que a Hayden voltou e depois teve o lance com a Amanda, foi muita coisa de uma vez. Na verdade você está sendo como um bote salva-vidas em meio ao naufrágio.

     - Obrigado.

   ...

     - E onde você vai trabalhar agora? - ela perguntou.

     - Vou ser transferido pro hospital da faculdade Pepperdine, vou atender crianças carentes que são mandadas pra se tratarem lá.

     Chegamos em Malibu e eu fui pra um hotel com a Maitte enquanto a Luma foi pra casa dos pais.

     Desde que a Amanda desapareceu da face da terra eu disse pra mim mesmo que ia parar de correr atrás dela, mas eu não conseguia evitar, eu sempre tinha esperança que quando eu tentasse pela última vez ela ia me atender. O que não aconteceu. Depois de um tempo tentando, a chamada nem completava mais.

     Eu precisava seguir em frente! Mas como dizer isso pro meu coração?

     Amanda

     Depois do Elliw ser solto e descobrir onde morávamos meu pai decidiu que era melhor nos mudamos; então ele vendeu a nossa casa e comprou outra em outra cidade.

     O bom disso é que o Elliw não vai nos achar aqui, o ruim é que eu faço quase uma viagem pra chegar no meu serviço, são duas horas e meia quando o tempo está bom, mas quando está chovendo ou tem algum engarrafamento são quase quatro horas.

     Eu finalmente consegui superar a fase do pânico que senti desde que descobri estava grávida, trezentos meses depois, mas superei. O que eu não superava era as piadinhas e insinuações de mau gosto ao meu respeito desde que minha barriga começou a crescer. A insinuação que mais prevaleu e que até virou motivo de aposta era a de que eu tinha engravidado do meu chefe ou do senhor Jhosep. Isso rendeu tanto que meu chefe até demitiu a criatura - que por acaso eu nem conhecia - que começou com a fofoca.

     Cheguei em casa tão cansada que nem dei conta de subir as escadas. Nós estávamos morando num sobrado em cima de algumas lojas. O lugar era bastante espaçoso, não era maior ou do tamanho da minha antiga casa mas não era um cubículo, conseguia-mos andar pela casa sem ficar se esbarrando.

     Depois de ficar vinte minutos sentada na escada o senhor Alfredo, dono de uma pet shop e dono do sobrado que minha família alugou, como de todas as lojas alugadas da rua apareceu e me ajudou a levantar e subir as escadas. Mal abri a porta e escutei o que a Zoey me dizia toda vez que me via desde de o último mês.

     - Manda você tá parecendo uma bola com pernas.

     - É porque tem um bebê ali dentro - minha mãe explicou pela milhonezima vez.

     - E como você fez pra ele entrar aí dentro?

     - Chega desse assunto - meu pai falou emburrado.

     - Papai eu posso colocar um bebê dentro da minha barriga também? - pronto! Agora ele teria um treco.

     - Amor acho que estou sofrendo um infarto.

     - Para com isso amor, infarto é coisa séria - minha mãe o repreendeu.

     - Eu tô falando sério. E você nem pense nisso Zoey Johnson.

     - Quem colocou o bebê aí dentro? Foi aquele namorado da Manda que parecia um príncipe? - aí meu Deus! De onde essa menina tirava essas perguntas?

     - Eu já estou vendo e indo em direção a luz - meu pai falou.

     - Da onde você tirou essa ideia meu amor? - minha mãe perguntou.

     - Ele disse que era médico que cuidava de bebês e crianças - ela se referiu a primeira vez em que o Matthew foi na nossa antiga casa e jantou conosco - como ele fez pro bebê entrar aí? E porque o bebê tem que ficar dentro da sua barriga?

      - Minha querida, você é muito novinha pra entender como o bebê veio parar dentro da minha barriga...

     - E ele tem que ficar aí até estar grande e forte o suficiente pra conseguir viver aqui com a gente - minha mãe completou quando viu que eu não sabia como explicar.

     - E cadê o papai do bebê?

Merda!

Aguardando a FelicidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora