Eu disse pra todo mundo e pra mim mesmo que o tempo em Malibu era pra arejar a mente, me fazer crescer como um profissional e mais um tanto de baboseira. Mas acontece que meu coração é independente e não trabalha de acordo com minhas exigências.
E quando eu voltei pro casamento do meu primo e vi a Amanda, meu coração decidiu por vontade própria que a prioridade era ela. Eu não pude deixar de reparar que ela está diferente, ela estava com uma aparência mais adulta, além dos seios que estavam maiores do que eu me lembro, o que só deixou ela mais linda...
- Por quanto tempo você vai ficar deitado aí pensando na vida parecendo um gato morto?
- Não sei.
- Mas eu sei! Levanta daí agora e vai trabalhar.
- Yuna me deixa.
- Não - ela me empurrou do sofá - de jeito nenhum você vai ficar jogado aí com esses pensamentos auto-piedosos seu.
- Como sabe o que eu tô pensando?
- Pela sua cara. Agora sai, tenho certeza que seu cargo no hospital ainda está lá esperando por você, então vai trabalhar.
- Tá mas só porque eu não quero você o dia inteiro enchendo minha paciência.
- vai logo Matthew.
Fui até a recepção ver se ainda tinha algum paciente para mim, quando fiquei sabendo pelo enfermeiro que tinha uma moça desmaiada na entrada, para minha surpresa era a Amanda. Acontece que ela não estava desmaiada, ela só tinha tido uma queda de pressão, pedi um enfermeiro que continuar cuidando dela enquanto eu arrumava um quarto, mas quando voltei ela já havia saído, a encontrei praticamente correndo na saída do hospital e assim que gritei o nome dela ela entrou no táxi....
- Ela não quer mesmo te ver - a Yuna falou enquanto terminava o jantar - o que você fez de tão grave?
- Eu não sei! Antes de ir embora ela estava um pouco estranha mas disse que não tinha nada a ver comigo, ela me prometeu que voltaria.
- Ia dizer pra você ter uma conversa com ela, mas ela foge de você igual diabo foge da cruz.
- Eu não sei o que fazer.
- Matthew eu adoro a Amanda, mas você não pode parar a vida por causa dela, tem muitas garotas que adorariam ter você como namorado. É difícil esquecer mas você consegue.
- Valeu pelo conselho Yuna, você tem razão.
- E quando eu não tenho?!
- Não comece a se achar.
...
Dias depois
Estava na minha sala atendendo uma paciente e tentando não pensar na Amanda, mas por acaso a paciente era a Maitte e isso só me fez lembrar do dia em que conheci a Amanda.
- Vamos tentar medicar ela com comprimidos, se não melhorar vou pedir pra ela fazer alguns exames - falei escrevendo uma receita.
- Mas esses são os mesmos remédios que ela tomou mas na forma de pílulas - ela falou e eu confirmei - então por que dar esses mesmos remédios se sabemos que vai fazer mal a ela?
- Desconfio que não seja o remédio.
- O que? - ela estava bem confusa.
- Nada. Aqui está a receita, compre em uma farmácia que seja de sua confiança - não ia contar pra ela que os exames da Maitte tinham dado alterações absurdas, ja estava tudo controlado.
- Tá, eu vou comprar em uma farmácia de confiança - ela ficou me olhando desconfiada.
- Matthew - a Selena entrou afobada na sala - é uma emergência.
- O que aconteceu? - eu perguntei me levantando.
- Um bebê acabou de dar entrada no hospital, a casa dele estava em chamas, ele e a mãe foram socorridos as pressas e trazidos pra cá.
- Só um segundo e eu já estou indo. Luma, eu vou pedir pra Maitte ficar dois dias em observação só pra ter certeza, pra ver se o quadro dela vai apresentar mudanças ou não.
Sai correndo até a UTI neonatal onde provavelmente o bebê estava, mas quando cheguei infelizmente não havia nada que eu pudesse fazer, o bebê tinha se machucado um pouco e inalado muita fumaça, ele estava nas mãos do clínico geral e do cirurgião.
Eu queria ir pra casa, mas quando dei por mim já estava estacionando o carro na garagem da casa do meu primo e minutos depois eu descobri que na casa de um primo com quem você não se da bem é o melhor lugar pra chorar.
O Eduardo até tentou fazer alguma coisa, mas ele claramente não sabe consolar alguém. E eu fiquei não sei quanto tempo jogado no sofá dele até a Luma chegar.
VARIAS HORAS ANTES
Amanda
O ditado "desgraça pouca é bobagem " se confirmou na minha vida! Tudo que eu passei na vida até agora não é nada diante do que aconteceu.
A minha casa estava em chamas!
Como o fogo começou eu não sei, tudo que sei foi que começou na loja em baixo, minha opinião é que foi um curto circuito. Mas isso não importa, o que importa no momento é que eu estava sozinha com meu bebê e não consegui sair a tempo.
Não tinha pra onde eu correr, mas dava tempo de salvar o meu filho. Então rapidamente eu o enrolei em uma manta e em seguida no edredom, depois coloquei ele na banheira e enrolei a banheira com um forro de cama, depois joguei pela janela. Era o único jeito!
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Aguardando a Felicidade
RomanceAmanda tem 19 anos e trabalha na empresa R&W. Em uma visita a uma amiga de trabalho acaba conhecendo o primo do seu chefe. Vários encontros e uma noite. Uma noite. Foi o suficiente pra gerar uma nova vida. Mas por causa de um desentendimento ele fo...