Capítulo 4

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  — Fernanda: Tá rindo por que?
— Bruno: Nada — Disse ainda rindo
— Fernanda: Fala — Disse encarando ele

Ele não falou. Levantei bolada, sai da varanda e desci as escadas. Na virada, a Karol tava subindo com o m16 na mão. Sim, ela também sabe manusear um fúzil. Quase cai da escada.

— Fernanda: BRUNO — Gritei sentando num degrau
— Bruno: Fala — Disse com a cabeça na porta da varanda, me olhando
— Fernanda: OLHA O QUE A MARIA KAROLINNA TEM NA MÃO!
— M. Karolinna: Dramática — Disse revirando os olhos e subiu

Eu não conseguia levantar do degrau. A menina só tem oito anos, velho! O Bruno não parava de rir, e meu coração tremia. Só levantei porque o traste me ajudou e me levou até a varanda. Sentei no cheise e fiquei olhando a Karol destravando o m16, limpando as munições, colocando no carregador... tudo com a maior frieza! Beleza, eu faço tudo isso que ela faz, mas vendo ela fazer é outra coisa, bem diferente. O Bruno sentou do meu lado e botou a cabeça no meu colo.

— Fernanda: Bruno, como você deixa ela fazer isso?
— Bruno: Eu vou proibir a piveta de tocar numa arma sendo que ela vê todo dia?
— Fernanda: Ela é muito pequena!
— M. Karolinna: Tenho oito anos — Disse olhando pra mim, e voltou a olhar pro m16
— Fernanda: Eu com oito anos não sabia nem o que era um m16.
— Bruno: Se tu num sabia, a Karol sabe. E com seis anos, meus pivete tudinho vai começar a mexer em arma.

Bufei e fiquei mexendo no cabelo dele. As sobrancelhas dele ainda estavam enxadas. A Karol terminou de mexer no m16 e foi mexer na pistola. Ela apertou no gatilho mirando pra mim, e eu não me liguei e gritei assustada. Só depois que eu percebi que tava sem munição. Ela e o Bruno começaram a rir.

— Fernanda: VOCÊS SÃO DOIS PALHAÇOS — Gritei braba  

No alto do morro...3º temporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora