Capítulo 24

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  — Bruno: Vaza daqui, Fernanda!
— Fernanda: Eu quero saber o que você veio fazer aqui!
— Bruno: Nada de mais!
— Fernanda: Então fala!
— Bruno: Em casa eu te falo! Vaza!

Continuei encarando ele, de braços cruzados. Ele ficou de pé, veio até eu e foi me arrastando até fora do apê pelo braço. Não segurou com força, mas doeu pra caralho. Fiquei do lado de fora do apê, encostada no elevador, esperando ele finalmente sair. O que caralho ele tava fazendo lá dentro?

— Bruno narrando —

Fernanda cheia de frescura, velho. Deixa os pivete gritar com ela e ainda reclama se eu tento educar. Se foder, ein. Acordei hoje cedão, sem sono, e já com a cabeça latejando sobre o que falei ontem de conseguir educar os pivete sozinho, sem a Fernanda. Do jeito que é, é bem capaz dela sair de casa dizendo que vai ali e volta rapidão e ficar uns tempo fora. Cês acham que eu não conheço ela, né? Se enganaram. Tomei banho, comi e fui saindo de casa. Quando abri a porta pra sair, a Fernanda desceu. Não falei e sai de vez. Subi na Captiva e passei na boca. Tava vazia. Avisei no pé que não era pra deixar a Fernanda sair se ela tivesse dentro de carro, com um monte de mala ou até mesmo com uma sacolinha. Ela podia muito bem não levar as roupas, só levar grana. Fui pro asfalto, pro apê dela. Tava limpinho, que sempre vem empregada aqui limpar caso ela dá uma doida e decide ficar longe de mim. Tinha uma caixa meia grande no meio da sala, em cima da mesa, e eu agachei na frente da mesa e comecei a abrir a caixa. Tava cheia de fita. Nessa hora a Fernanda chegou. Mandei ela sair e ela não saiu, então eu mermo botei ela pra fora. Tranquei a porta na chave e voltei a abrir a caixa. Tinha um monte de foto de uma pivetinha branquela, do cabelo preto. Baixinha, mas bundona e pernona. Cara de antipática, e sorriso debochado.

— Bruno: Não mudou nada — Disse rindo
— Fernanda: TÁ RINDO DO QUE? — Gritou do lado de fora do apê
— Bruno: Relaxa aí! — Disse alto  

No alto do morro...3º temporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora