Capítulo 54

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O Bruno é hilário, nossa. Tentei não rir, mas não consegui. Minha barriga até doeu. A Beatriz riu junto, comportada, e a Jane prendeu o riso. Se ela consegue, eu não. Assim que me recuperei, a Beatriz me olhou por baixo do óculos.

— Fernanda: Que foi? — Disse encarando ela, que balançou a cabeça negativamente — O gato comeu tua língua, garota? — Ela mostrou a língua — Fala! — Disse me irritando

— Beatriz: Tá aqui — Disse toda sonsa

Essa menina é muito estranha. Gente calada é o pior tipo de gente. Encarei-a por mais uns segundos e passei a encarar a Matilde.

— Fernanda: Pronto, tu já apresentou minha mãe, minha irmã e sobrinha postiça, agora pode vazar daqui, acha não?

— Matilde: Como você fala assim com a pessoa que te criou?

— Fernanda: Eu devia te dar uns tapas na cara por tentar acabar com minha felicidade, mas não sou de bater nos mais velhos.

— Bruno: Só em mim, né? — Disse cínico

— Fernanda: Você entendeu o que eu quis dizer com "mais velhos".

Ele ficou com a cara cínica dele. Quase voei em cima, mas me controlei. Despachei logo a Matilde da mansão e do Alemão, aí sim eu sai da varanda com o Bruno, a Beatriz e a minha mãe. O abraço dela é tão gostoso, velho. Nem dá vontade de sair dos braços dela. Mas assim, eu ainda prefiro os braços do Bruno. Os braços e as broncas. Não quero as broncas dela. Que mãe é essa que só depois de vinte e dois anos vem atrás da filha? Eu não consigo passar nem um dia sem notícias dos meus pivetes, eles podem me irritar o tanto que for. Minha mãe agora tem 42 anos. A Beatriz tem 18 anos, e a Bárbara, filha da Beatriz, tem 4 anos. Assim que desci as escadas, já fui explicando aos meus pivetes o que tava acontecendo: que agora eles tinham uma avó, mais uma tia e mais uma prima. Todos reagiram bem, até a Bia. Bom, a Bia por partes: ela ficou com ciúmes da Bárbara, mas já fui explicando a ela que não dá pra substitui-lá da minha vida.

— Fernanda: Vocês vão ficar pela zona sul, né? — Disse sentando no tapete, do lado do Luquinhas

— Jane: Na verdade, eu queria ficar aqui pelo Alemão, conhecendo aqui, você, seus filhos, meu genro — Deu destaque no "meu genro" — Mas vocês gostam de privacidade, então vou ficar em Ipanema mesmo.

— Bruno: Curto pra carai privacidade mermo.

— M. Karolinna: Tu e a mamãe são tão privados que a Bia já sabe até a hora que a mamãe não gosta de transar.

No alto do morro...3º temporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora