Capítulo 48

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— Fernanda narrando —

Bruno sabe que sou orgulhosa até pra agradecer e fica de cu doce pra cima de mim, fingindo que ia me estuprar se não pedisse. Eu preferia ser estuprada pelo meu próprio marido do que agradecer por ele ter me segurado, sabia? Podem me julgar. Sei que é errado e feio essa atitude, mas é do meu caráter. Nem pra me pedir desculpar ele pediu. Se arrumou e foi pra boca. Eu tava morrendo de fome, não tinha comido nada, mas depois do que eu botei pra fora, perdi toda fome. Fiquei sentada num banco da cozinha, pensando. Ai, é melhor eu pedir desculpa pro Bruno, né? Pareço uma criança na maior parte do tempo. Enfim, uns minutos depois, eu subi. Fui pro meu quarto, deitei na cama e fiquei enrolada no cobertor. 10H30, ouvi o Bruno entrando com a hornet e saindo com a Captiva. Pelo menos lembra da hora de ir buscar os pivete no colégio. 11h30, ele voltou com a mundiça. Olha, eu tava com nenhuma paciência, nem pros meus filhos eu tava. O Luquinhas entrou no quarto, todo feliz.

— P. Lucas: Mamãe, você sa... — Interrompi ele

— Fernanda: Luquinhas, depois a gente conversa, pode ser? Não tô com clima.

— P. Lucas: Tá.

Ele virou e saiu, meio bolado e meio triste. Fiz a mesma coisa com a Bia, mas ela ficou completamente triste. A Karol nem falou comigo; vendo que eu tava deitada, toda enrolada, só olhou e continuou andando pro quarto dela. O Bruno subiu logo atrás. Ouvi ele dando banho e arrumando os pivete. 12h30, desci pra almoçar, depois que o Bruno e as crianças terminaram de almoçar. Eu não tava a fim de olhar pra cara de ninguém. Assim que terminei de comer, subi as escadas e voltei pro quarto. Tranquei a porta do quarto e me deu uma vontade de chorar, mas segurei. Eu queria pedir desculpa pro Bruno pelo que disse, mas não consegui. Ficou entalado na minha garganta. Fui pro banheiro. Tomei banho, me troquei, escovei os dentes, fiz uma make leve e deixei o cabelo solto. Agora só esperar o Bruno sair pra boca com os pivetes. 14h, ele já foi empurrando a porta do quarto — é de correr —, e como tava trancada, só faltou derrubar batendo pra eu abrir. Abri a porta e sentei na cama. Não olhei pra cara dele, fiquei olhando pro celular. Ele tomou banho e se trocou. Pensei que tinha esquecido.

— Bruno: Bora?

No alto do morro...3º temporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora