Capítulo 47

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— Bruno: Agradece, Fernanda!

— Fernanda: Não! — Repetiu mais alto

— Bruno: Tem certeza que não vai agradecer? Uma palavra não mata — Disse e sarrei na bunda dela

Aí a Fernanda botou pra chorar, e eu a rir pra caralho. Soltei ela, subi as escadas, vesti uma cueca e uma bermuda e desci de novo. Ela ainda tava deitada do mesmo jeito que eu deixei, chorando, e eu continuava rindo. Uns 5min depois, ela parou de chorar, enxugou as lágrimas e veio encravando as unhas dela no meu braço. Aquilo dóia mais que um tapa, séloko, véi, mas eu não conseguia parar de rir.

— Bruno: Parece uma criancinha — Disse e sentei ela no colo

— Fernanda: Você é um idiota — Disse estapeando meu braço

— Bruno: Tu num sabe agradecer! Tô criando vagabunda pra não agradecer o povo?

— Fernanda: Você não tá me criando, que eu não sou criança! No momento que eu quiser, eu posso sair dessa porra de casa, dessa porra de morro, dessa porra de Rio de Janeiro, dessa porra de Brasil! E tudo isso levando meus filhos!

— Bruno: Não são só seus!

— Fernanda: São sim! Você só colocou-os dentro de mim, mas eu que carreguei por noves meses. Eu que senti dor, eu que tive que ficar em casa em dias de festas dos meus amigos e de bailes, eu que fiquei toda enchada, eu que senti a dor de colocá-los pra fora! Até parir a Karolinna sozinha eu pari, que você não tava do meu lado pra me dar força!

— Bruno: Acabou com o xororô? — Disse olhando ela mais sério do que já tava

— Fernanda: Idiota.

Soltei ela e ela foi pra cozinha. Eu tava com fome, mas depois disso que ela disse, perdi. Subi as escadas, botei uma camisa da CK, calcei minha kenner e desci. Quer ficar de cu doce, fica sozinha. Sai de casa, subi na hornet e fui pra boca. Já tava começando a chegar gente já, e já tinha gente vendendo. Fiquei fiscalizando e conversando com o povo.

No alto do morro...3º temporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora