Capítulo 27

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A Karol ficou calada. A Fernanda parece que entrou de vez no quintal. Fui atrás.— Fernanda narrando —No meu apê tinha mil e umas fotos minhas quando criança! Tinha foto minha com todo mundo: meu pai, a rapariga da Matilde, os amigos do meu pai, minhas professoras... tanta gente! Chegando em casa, os pivete tavam tudo no quintal, brincando de quebra-cabeça, sobre os olhares da Karolinna, que tava jogando no iPad dela. Deitei do lado dela e fiquei olhando os três. Logo o Bruno chegou, e deitou do outro lado dela. Encarei ele, sai do quintal e fui pra sala. Que bagunça do cacete ele deixa onde passa. Parece que é uma marca que ele esteve presente num canto! Arrumei e tinha um papel no chão. Abri, sentei no chão e li. Tinha escrito "Você era uma criança adorável. Criei você como se tivesse saído do meu útero... e você hoje, nem liga para mim mais. Seus filhos são lindos, Fernanda Albuquerque. Beijos, sua mãe, a verdadeira, agora". Os beijos com letra de mulher, e o outro restante da frase em letra de forma. Quem escrevia em letra de forma era a Matilde, e a letra "E" dela tem um rabinho, um espiral... Estranho. E os beijos, da minha mãe verdadeira? Ela não tinha morrido? Fiquei pensando. Agora fazia sentido o Bruno perguntar do que minha mãe morreu e se embaralhar ao dar a desculpa da pergunta. Também não falei nada. Guardei a carta bem guardada em baixo da minha maleta de esmalte do closet e desci. 12H15, nós almoçamos. O Bruno deitou no sofá, e os pivetes ficaram sentados no tapete, brincando — ou judiando — da Belinha. Não falei nada porque ela tava balançando o rabo, como se tivesse gostando. Uns minutos depois, o Pedro Lucas e a Bianca dormiram. Coloquei eles no quarto de cada um e só ficou a Karol, o Bruno e eu na sala. A Belinha também tinha ido dormir.

No alto do morro...3º temporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora