Capítulo 21

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— Bruno: Qual foi? — Disse tirando a camisa
— Fernanda: Posso não olhar pra você mais?
— Bruno: Tu tá me encarando, num tá me olhando!
— Fernanda: De qualquer forma, não posso mais?
— Bruno: Não!
— Fernanda: Então venha arrancar meus olhos pra eu não olhar mais, porque enquanto eu os tiver, eu vou te olhar, encarar, seja lá o que for.
— Bruno: Tu num zoa da minha cara, Fernanda. Fiz nada contigo.
— Fernanda: Fez com minha filha. Você já puxou meus cabelos, ainda puxa, e dói pra caralho em mim, imagina na cabecinha da Bianca, que é molinha? Dói quando eu dou um chute no meio das tuas pernas? Imagina a dor antes de puxar o cabelo dela, o cabelo da Karol, e o meu cabelo!
— Bruno: Se eu puxei o cabelo dela foi porque ela tava gritando contigo e tu deixando.
— Fernanda: Ela sabe que quando só tá a gente, a Bianca e eu, sem você, sem Karolinna, sem Pedro Lucas, só nós duas, ela sabe que eu grito com ela, e até dou uns tapinhas na bunda, mas puxar cabelo? Você acha que não dói?
— Bruno: Quero conversar não, Fernanda — Disse indo pro banheiro
— Fernanda: Mas agora eu quero! — Disse indo atrás
— Bruno: Na moral, Fernanda, vai pra lá — Disse me encarando
— Fernanda: Nós estamos conversando, não estamos?
— Bruno: Beleza, tu fala sozinha aí. Quero papo não — Disse e entrou no boxMe encostei na pia, cruzei os braços e fiquei olhando ele. Olhando não, encarando.— Fernanda: Às vezes, você age feito criança. Pior que criança, na verdade. Eu vejo todo santo dia, a Karolinna, o Pedro Lucas e a Bianca se estapeando, gritando um com o outro, mas minutos depois, já estão se abraçando, se beijando, brincando juntos. Lindo, né? Já você quando fica bolado com uma pessoa, fala tudo que quer... fala não, grita, magoa a pessoa e sai, querendo que a pessoa finga que não escutou nada e fique correndo atrás, distribuindo sorrisos, beijos e a porra toda. Ah, me poupe, né, Bruno? Tá na hora de crescer, né? Você não é criança mais.
— Bruno: Acabou? — Disse ainda no box
— Fernanda: Acho que sim.
— Bruno: Então procura mais algo pra falar que eu quero falar também.
— Fernanda: É, acabei — Disse alguns segundos depois, após vasculhar minha mente
— Bruno: Se eu sou criança, tu é mais ainda. Tu se iguala aos pivete, velho. Tu deixa eles gritar contigo, falar tudo que quer, te bater e a porra toda. Minutos depois, já tá lá, abraçando. Agora que eu, que sou o pai, vou tentar educar, fazer a piveta parar de gritar contigo, tu acha que eu tô matando a piveta — Interrompi ele


No alto do morro...3º temporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora