Bônus

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— Obrigada pelo cachorrinho Kyle, ele é absolutamente lindo.

Kyle se virou e a olhou, a luz do sol se pondo criava halos de fogo nos cabelos dela e ele sabia que poderia ficar horas apenas contando as sardas ao redor do nariz dela, Alissa tinha algo que realmente prendia as pessoas, uma força inata a ela e um carisma. E ele se sentia como um daqueles mosquitos irritantes em volta da luz, incapaz de se afastar, mesmo que isso causasse danos.

— Quando olhei para ele, só imaginei uma pessoa a quem ele poderia pertencer, você. Penso que vão se dar muito bem.

Ela sorriu e alisou a cabeça do animalzinho, ele estava deitado aos seus pés e era muito calmo.

— Porque você quer ser meu amigo?

Kyle não sabia bem como responder a isso, não havia pensado nos dois como amigos.

— Porque não sermos amigos? Eu não sou alguém difícil de lidar, sou um homem simples.

Alissa deu um pequeno sorriso, pois, nada nele era simples, desde a altura, a beleza e a aura que o envolvia. Kyle era um homem em quem confiar, ela sentia isso. Um homem como poucos.

— Quero ser sua amiga, é só o que posso oferecer… — Ela disse com um sorriso um pouco triste.

Tocando uma mecha dos cabelos dela ele disse:

— É o suficiente por agora. Sou Kyle, tenho mais de 34 anos, sou do signo de Virgem, trabalho de 15 a 18 horas por dia, não fumo, bebo muito pouco, tenho dois irmãos mais novos, e amo andar a cavalo, detesto a cidade e penso que o campo é o paraíso ideal. E detesto cenouras.

Alissa ficou surpresa com o quanto ele havia falado e na rapidez.

— Prazer Kyle, sou Alissa, tenho mais de 25 anos, sou leonina, meu cabelo é natural, não que eles irão continuar assim, costumava trabalhar 10 horas por dia, 7 dias por semana, tenho uma família louca, bebia, nunca apreciei cigarros, meu ex me usou para tentar uma posição melhor no hospital, e me trocou por uma melhor, amava a cidade, hoje em dia já não sei nem se me amo, amo a tranquilidade que encontrei aqui, mas também amo o barulho da noite na cidade, o vai e vem das pessoas, como de tudo menos maçã.

Eles sorriram um para o outro é se viraram para olhar o sol uma última vez naquela noite.

Kyle quebrou o silêncio dizendo:

— Sua família é incrível, e eu penso que seu ex namorado é um Playboy mimado, estúpido e muito burro, que vai ser infeliz. Agradeço a isso.

Ela o olhou sem entender.

— Se ele não fosse um idiota, eu não teria tido a oportunidade de estar aqui, dividindo com você algo muito especial para mim.

— Você é muito gentil…

Segurando as mãos dela, Kyle a ajudou a levantar e juntos caminharam para a casa. Moon no colo dela.

— Obrigada Kyle, olhando para você, este lugar, me faz bem. Mas sou problema…

Ele riu com gosto

— Problema? Mulher você tem "corra" tatuado na testa, com esse cabelo vermelho, nariz arrebitado e a família que tem.

Ela beliscou o braço dele indignada.
E tentou entrar, não sem antes ser segura por ele que disse:

— Eu não penso que você seja um problema, só penso que precisa de foco e um amigo. Sorte sua que meu apelido é foco e somos amigos.

Juntos entraram na casa e se reuniram ao restante da família.

Mais tarde quando ele estava deitado em sua cama, não conseguia parar de pensar nela e em como ela era encantadora. Isso era perigoso, ele havia planejado ajuda-la a superar a doença e serem amigos e não ficar fantasiando sobre como seria beijar cada uma daquelas sardas.

Deitada na enorme cama, Alissa tinha o cãozinho deitado a seu lado e pensava em Kyle. Na conversa de ambos e em como era fácil estar perto dele. Talvez não fosse assim, tão ruim que eles fossem ser amigos. Amizade era bom, era o certo, mas um pensamento não saia de sua cabeça: Seria bom apertar aquela bunda também. O homem era lindo. Tão diferente dele… Foi a primeira vez que pensou em Eduardo sem sentir dor.

De repente ela ouviu uma batida na porta e viu um papel ser jogado sob ela. Levantando curiosa ela se abaixou e pegou, abrindo viu que era um número de telefone. KYLE.

Kyle ouviu o celular tocar, uma mensagem:

'Boa noite'

Ele respondeu

'Boa noite ruiva'

'Como…?'

'Peguei seu número com Vitor.'

Deitada na cama, ela sorriu. Ele havia querido falar com ela. Sorrindo ela se despediu e desligou o aparelho. Apagando a luz, se aconchegou e logo dormia.

Também em sua cama, Kyle guardou o aparelho e virando de lado, fechou os olhos.

MEU TORMENTO 04 - confiar e perdoar Onde histórias criam vida. Descubra agora