Capítulo Dezesseis - Mentiras

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Alissa se sentia presa, por sorte, Eduardo falava o mínimo com ela quando entrava no quarto e até isso iria acabar, pois, outra médica assumiria o caso, ou melhor, a sua real.

Todos estavam estranhos naquela manhã, não a olhando nos olhos e falando baixo uns com os outros. Cara estava com aquele olhar assassino, e haviam dois seguranças na porta.

— Alguém pode ligar a televisão por favor? — Ela pediu. E mais uma vez foi ignorada. O que estava acontecendo?

— Se ninguém vai ligar, me passem meu celular, agora.

Carlo se aproximou e beijando seus cabelos disse a ela:

— Que tal nada de tecnologia hoje?

Ela se calou, e pouco depois uma enfermeira entrou na sala. Após medir sua temperatura, e fazer algumas anotações, ela olhou para ela e disse:

— Um médico além do seu já foi chamado, ele irá trabalhar junto a sua médica para que você não sofra com a abstinência menina.

Alissa olhou para ela sem entender e perguntou:

— Abstinência?

A enfermeira sorriu tristemente:

— Sim, das drogas. Uma moça tão linda quanto você perdida nesse mundo tão sombrio.

Todos ficaram em silêncio, enquanto a mulher saía sem perceber a confusão que havia deixado para trás.

— Sobre o que ela falou? — Ela perguntou baixo e em modo letal.

Cara chegou perto dela e disse:

— O bastardo do Eduardo disse a imprensa que você é uma viciada em drogas, bebida, orgias e outras coisas a mais. E que ele mesmo havia impedido mais de uma vez que você se suicidasse, que essa foi uma das razões para o término de vocês. A sua bipolaridade violenta.

Cara não podia acreditar, ela sequer fumava, nunca havia ingerido drogas, ou bebia mais do que dois copos de algo alcoólico, e pelos Deuses, até Eduardo chegar, ela havia feito sexo com apenas um parceiro anterior. E poucas vezes.

— Porque ele me odeia? — A voz dela saiu quebrada. — Quero ver o que ele disse.

Kyle chegou perto dela e lhe entregou o celular. Cara então fez uma busca e achou a maldita matéria, nela ela era retratada como uma socialite viciada, de comportamento violento, e ainda continha fotos. Do seu desmaio na boate, e de sua saída do hospital dias após seu incidente. Ela não devia se surpreender, mas uma declaração de Madeline dizendo que ela havia feito tratamento psicológico desde a infância a chocou. Ela só havia ido algumas vezes quando a mãe lhe forçava a treinar dança demais e ela se cansava, física e emocionalmente. Alissa havia dançado dos 2 aos 10 anos, todos os dias por cerca de 5 horas diárias. Madeleine queria uma bailarina clássica famosa, caso o plano de extorquir Carlo falhasse. E ambos falharam, o que ocasionou o fim da cordialidade entre ambas. Ela a culpava por todo e qualquer fracasso.

— Eu não sou assim… — Ela disse sem olhar para eles. 

Ninguém falou nada e de repente ela sentiu frio. Abraçando o próprio corpo, do jeito que podia com o soro conectado a ela.

MEU TORMENTO 04 - confiar e perdoar Onde histórias criam vida. Descubra agora