Capítulo Sete - Sentimentos

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Kyle acordou na manhã seguinte com um telefonema que não queria atender.

- Kyle, seus irmãos e eu vamos visitar você esse fim de semana, queremos tratar de alguns assuntos já que você não se importou em vir a reunião semestral.

Ele se sentou e pelos minutos seguintes foi tomado pelas críticas e palavras ásperas da mãe. Assim que desligou o telefone, foi tomar um banho, e desceu para o café, não sem antes parar na grande sala de jantar e se perguntar o que havia feito para merecer uma reunião familiar. Odiava a sala de jantar formal, fazia suas refeições apenas na cozinha, o que sua mãe detestaria e jamais faria, para ela cozinha era a ala dos empregados.

Entrando na cozinha foi brindado com o cheiro incrível de café, ovos, Bacon frito e Panquecas.

- Bom dia menino - Hortênsia disse alegremente sem se virar do fogão.

Ele chegou perto dela e a abraçou alegremente, deslizando com ela pela cozinha, mesmo sem música.

- O que há garoto? Porque toda essa felicidade?

Ele lhe deu um beijo no rosto e sentou a mesa se servindo de tudo o que podia. Gemeu ao comer a primeira porção.

- Tive uma ótima noite de sono, mas acordei com mamãe informando que a realeza familiar virá nos ver. Precisamos nos animar enquanto há tempo, logo isso não vai ser possível.

Dona Hortênsia assentiu e pensou na mulher fria que era a mãe dele, nunca havia gostado dela e se não fosse por Kyle, não estaria ali durante a visita dela.

Por sorte Kyle era o único dono ali e ela tinha autonomia na casa. Quem o via assim, tão controlado, tão independente, não fazia ideia do quanto as atitudes da mãe, o haviam magoado no passado, mas seu menino, era forte e havia se tornado um excelente homem.

- Não vamos nos abater por isso menino, agora me conte o que fez você ter uma ótima noite de sono?

Ele parou de comer e sorriu.

- Uma amiga. Ela se chama Alissa e é cunhado de Vitor.

Hortênsia duvidava que a moça fosse apenas uma amiga, ou se fosse, que o seria por muito tempo, nunca havia visto aquele brilho nos olhos dele. E havia trocado suas fraldas. Mais tarde faria uma ligação. Uma boa conversa com Rosa ajudaria a saber os detalhes. E quem sabe poderia começar a tricotar alguns casaquinhos em tons de amarelo e branco. Crianças usavam essas cores, certo?

Saindo de casa, ele parou na varanda e pegando o celular mandou uma mensagem para Alissa:

' Bom dia, como foi sua noite? Sorria, está um lindo dia, que tal um almoço?'

Alissa lavou a boca e enxugou o rosto, detestava se sentir assim, doente e enjoada. E naquela manhã com dores.

Sentando na cama ela viu a luz de notificação do celular e o pegou. Era uma mensagem de Kyle, isso a fez sorrir apenas de tudo. Ele a convidava para almoçar e dizia que o dia estava lindo, caminhando até a janela, viu que ele dizia a verdade, tudo estava lindo, exceto ela.

Mas a ideia de passar algum tempo com ele era tentadora.

'Um almoço não prometo, não sei, estou sem fome, mas sua companhia será incrível'

Ele entrava no celeiro quando sentiu o celular vibrar, Alissa.

A resposta dela o preocupou, pois, dizia estar sem apetite, mas o deixou feliz. Ela também queria vê-lo.

Não resistindo, discou o número é aguardou.

- Olá cowboy, bom dia.

Ele ouviu a voz dela e descobriu que por telefone era quase tão bela quanto pessoalmente.

MEU TORMENTO 04 - confiar e perdoar Onde histórias criam vida. Descubra agora