PRÓLOGO

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Alissa olhava ao redor, observando as paredes brancas e os móveis sóbrios. Duas coisas que detestava, paredes brancas e sobriedade em móveis. Ela era amante de cores e de móveis que falassem sobre a personalidade de seus donos e do ambiente. Sorriu irônica ao lembrar que estava em um consultório médico, então talvez aquilo fosse necessário, quem daria más notícias em um ambiente alegre?

Riu ainda mais ao pensar que sua irmã Cara daria. A pequena loira era uma chama por onde passava.

A médica entrou e ela viu os exames em suas mãos. Sentiu seu corpo enrijecer.

— Alissa… — Ela começou a dizer… — Eu lamento, mas…

Depois que a médica terminou de falar, Alissa entrou em uma espécie de estupor, não conseguia acreditar. Mas infelizmente era verdade. Ela que sempre foi tão forte, tão centrada, estava doente. Mortalmente doente.

Deixando o resultado cair em seu colo, olhou pra médica a sua frente. A mesma a olhava com bondade nos olhos.

— Quanto tempo? — Perguntou

— Alissa não é tão assim, temos tratamentos, alternativas.

Levantando a mão ela interrompeu a mulher:

— Eu quero saber quanto tempo.

Suspirando a médica disse:

— Um ano, talvez um pouco mais.

Levantando ela agradeceu a médica e se despediu. Não iria ceder agora. Mas uma lágrima e depois outra caiu dos seus olhos. Passados alguns momentos, ela secou os olhos e foi até o banheiro se recompor, seu irmão precisava dela e nada era mais importante que aquilo.

Voltando a sala de espera onde sua família estava, ela parou olhando a todos. Ela não queria deixá-los. Mas já não estava em suas mãos.

Dando um beijo no pai ela se desculpou e saiu. Iria até a cafeteria pegar algo. Mas o que gostaria mesmo era esquecer, ignorar que talvez tivesse apenas um ano.

Ela não sabia ao certo o que fazer, mas aquele não era o momento para falar nada. Sua família já tinha muitos problemas.

MEU TORMENTO 04 - confiar e perdoar Onde histórias criam vida. Descubra agora