Capítulo Quinze - Desespero

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Alissa acordou e sentiu uma mão quente envolvendo sua cintura.

— Volta a dormir, ainda é de madrugada — Kyle murmurou sem abrir os olhos

Alissa sorriu antes de sentar na vida cama.

— Preciso ir ao banheiro — E se levantou, apenas para cair logo em seguida.

Kyle pulou da cama e a ergueu, Alissa desacordada em seu colo, pálida. Ele a colocou deitada na cama enquanto ligava para o hospital e falava com a atendente. Eles estavam sem ambulância no momento. Decidido ele a pegou no colo, Crystal abriu a porta nesse momento e veio até o irmão.

— Ela desmaiou?

Kyle jogou o telefone para ela e disse:

— Ligue para a fazenda. Avise que estamos indo para o hospital.

Ele a colocou deitada no banco de trás, com a cabeça apoiada no colo de Crystal que falava com Carlo. E entrando, deu partida no carro, rumo ao hospital. Quando passou pela fazenda, viu outros carros seguindo com ele, mas não podia parar, cada segundo contava em saber que ela estava bem. A viagem que levaria quase 30 minutos, não chegou a levar 20 direito. E ao chegarem, uma equipe já estava a postos aguardando.

Alissa foi levada antes que ele pudesse dizer algo, e logo em seguida a família chegou. Todos sem exceção

— O que houve? — A voz de Carlo traia seu medo

— Ela levantou para ir ao banheiro e caiu desacordada.

A enfermeira veio e os levou para a ala onde estavam cuidando dela e pediu que se sentassem e aguardassem.

Nina sentou e ficou olhando o nada, assim como Cara. Às duas mortalmente pálidas.

— Nina amor, fique calma — Vitor pediu em um tom suave.

— Não me peça calma. Melhor, cala a boca Vic.

Kyle teria rido da expressão do amigo, mas não conseguia expressar emoções, sentiu uma mão tocá-lo e virando o rosto deu com o olhar preocupado de Crystal. Ele apertou a mão dela e aguardaram.

Cerca de trinta minutos mais tarde, quando todos estavam perto de explodir, o médico chegou com notícias.

— São a família da Srta. Sandoval?

Carlo levantou dizendo:

— Somos, todos.

O Médico assentiu e disse:

— Conseguimos estabilizar o quadro da paciente, mas devido ao câncer sua imunidade está muito baixa, o que lhe fez contrair uma anemia ainda maior. Nesse momento precisamos tratar a anemia e fortalecer sua imunidade antes de iniciar qualquer tratamento específico, se não agirmos assim a paciente ficará ainda mais fraca, então precisamos mantê-la no hospital para o tratamento.

— Quais as chances dela? — Javier estava rouco

O Médico o olhou bem, como se pesasse as palavras.

— Como não temos o histórico da paciente aqui, pedimos ao hospital que a atendia que tudo fosse enviado, por sorte o Dr. Eduardo que foi médico dela está conosco e poderá nos dar mais detalhes.

Kyle rosnou na menção do nome do irmão. Não o queria perto de Alissa, ainda mais depois do que ele havia feito. Mas o médico foi irredutível. Até saberem mais sobre a doença e em que grau ela estava, Eduardo era necessário. Quando ele saiu, e todos ficaram sozinhos, Carlo perguntou:

— Porque ele não é aconselhável ficar perto de Alissa?

Kyle então contou tudo o que havia acontecido entre eles e a atual atitude do irmão. Todos praguejaram e fizeram ameaças.

Eduardo chegou nesse momento, com um sorriso cínico no rosto ao avistar os irmãos. Crystal levantou como um raio e chegando perto dele desferiu um tapa violento nele. Carlo disse a ele calmamente:

— Não pense que vá manter esse sorriso por muito tempo. Assim que você não for mais necessário para ela, o que vai ser logo, sua carreira estará acabada.

Eduardo riu antes de dizer:

— Quem vocês pensam que são?

Todos os homens responderam basicamente a mesma coisa:

— O fim da sua carreira.

Alissa sentia o corpo doer, não queria se levantar, estar ali com Kyle era tão bom, e ela queria mais. Ela continuou nesse torpor até recordar o que havia acontecido. Ou partes ao menos.

Abrindo os olhos se viu em um quarto, todo branco. Um hospital.

Ficando nervosa, ela gritou:

A porta se abriu e um Javier entrou apressado, seguido por todos os outros. A enfermeira desistindo de pedir que fossem aos poucos.

Ela tentou sorrir, mas não conseguiu.

Esticando as mãos para ele, esperou que ele chegasse perto o bastante para dizer:

— Eu disse que sou boa em saídas triunfais.

Kyle sorriu e beijou as mãos que segurava.

— Eu deveria dar umas palmadas em você por me assustar assim.

Ela sorriu suavemente.

— Isso foi apenas um Trailer do que está por vir. Agora é a hora Kyle, de decidir se pode ficar ou não.

Todos aguardaram a resposta dele. Mesmo que disfarçassem.

— Você vai ter que fazer melhor que isso se não quiser que eu fique por perto.

E lhe deu um beijo.

Nesse momento o médico platonista entrou no quarto e calmamente começou a explicar a ela o que estava acontecendo e as medidas que precisariam tomar. Alissa não gostou, mas sabia que seria necessário. Ele se despediu dizendo que o médico indicado para o caso dela logo viria até o quarto e saiu. Tudo ia bem até que Eduardo entrou.

— O que ele faz aqui?

Antes que alguém pudesse responder, ele disse:

— Surpresa! Sou o seu médico.

Se virando para a ele, ela disse sem emoção:

— Nem mesmo no inferno.

Eduardo deu de ombros e continuou olhando para ela. Kyle o pegou pelo braço dizendo:

— Vamos ali bater um papo, irmãozinho.

Ele arrastou o irmão até longe do quarto de Alissa e assim que se viu longe o bastante disse:

— Não pense que vai ficar perto dela mais do que o necessário. E quanto ao que você fez, saiba que vai pagar por tudo. A começar por sua pensão tão lindamente paga todos os meses. Ela acaba de ser cortada. E não me olhe assim, todos sabemos que você não teria direito a ela. Que eu lhe dou por questões familiares. Questões estas que você destruiu ao atacar uma mulher indefesa. E ainda por cima a minha futura mulher.

E se virou para voltar ao quarto. Mas como lembrou de algo olhou novamente o irmão:

— Estarei assumindo a presidência novamente.

Eduardo gemeu, antes de dizer:

— Você não pode fazer isso, aliás, você nem gosta da cidade.

Kyle sorriu sem humor para ele ao dizer:

— Acabei de amar os negócios da família, obrigado irmão por isso.

E se afastou.

Entrando no quarto, ele foi rapidamente para perto de uma Alissa nervosa. E a acalmou.

Lidaria com os problemas depois. Por hora nada era mais importante que ela.

MEU TORMENTO 04 - confiar e perdoar Onde histórias criam vida. Descubra agora