Capítulo Dezessete - Decisões

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Kyle saiu do quarto para não perder a calma, ele que raramente se irritava, sentia vontade de entrar em desespero, Alissa pretendia ir embora, e ele não podia aceitar isso, mas tampouco poderia impedi-la.

Ele foi até o café do hospital e pediu um expresso triplo. Sentiu uma mão tocar seu ombro e se virando, viu que sua irmã o seguira, ela esteve o tempo todo por perto, lhe dando apoio. Coisa pela qual ele era grato.

— Sei que o que ela disse o incomodou. Mas você precisa pensar em como ela está se sentindo. — Crystal disse suavemente

Ele assentiu:

— Sei, embora não torne nada fácil, eu não desejo que ela se vá, mas se for o melhor para ela, que seja.

Dito isso ele lhe deu um beijo suave na testa e se afastou. Em direção a saída.

Crystal o chamou e quando ele se virou disse em uma risada:

— Vou adorar ver você na cidade, em meio a tudo aquilo.

Kyle franziu a testa, relembrando que detestava a agitação de grandes locais, mas a decisão havia sido tomada.

— Se ela precisa disso, que seja. Eu sempre posso me afogar em um pote de sorvete.

E saiu.

Precisava ver algumas coisas na cidade e ligar para seu advogado.

Alissa viu a cunhada entrar e nada de Kyle. Sentiu o coração apertar.

— Ele logo vem, foi apenas resolver algumas coisas. — Crystal sentou numa cadeira perto dela.

Elas conversaram por um longo tempo, rindo, brincando, até que Crystal perguntou:

— Alissa e quando tudo isso terminar, você já pensou em ter filhos?

O silêncio no quarto foi absoluto. Alissa sabia que mais cedo ou mais tarde isso ocorreria.

— Não sei Crystal, mas de qualquer forma, eu já havia tomado as medidas necessárias. Congelei alguns óvulos muito antes de saber da minha doença.

— Porquê? — A outra quis saber

Ela olhou para os outros antes de dizer:

— Porque eu estava ocupada demais com minha carreira para pensar em conhecer alguém ou ter filhos. Não tão cedo, agora… Pode ser tarde.

Nesse momento Kyle entrava e ouviu as últimas palavras dela. Cumprimentando a todos, ele se aproximou da cama dela e questionou:

— O que pode ser tarde?

Sem desviar o olhar dele, que estava lindo, parecendo recém saído do banho, com um moletom e camisas confortáveis, ela disse:

— Ser mãe, me casar, ter uma família.

Ele sentou do lado dela, segurando as mãos que de repente estavam geladas, e as beijou.

— Porque isso está distante? — Ele perguntou suavemente

Ela tentou virar o rosto, mas ele não deixou.

— Porque agora eu talvez não tenha mais tempo.

Ele lhe deu um beijo suave antes de dizer baixinho:

— Família você já tem, o noivo também, os filhos? Nós veremos quando chegar a hora.

Foi possível ouvir os suspiros das mulheres no quarto, incluindo a enfermeira e a médica que haviam entrado pouco antes.

Alissa sorriu para ele.

— Alissa, quem mais falta fazer exame de compatibilidade? — Jess sua médica perguntou

MEU TORMENTO 04 - confiar e perdoar Onde histórias criam vida. Descubra agora