51. Poção Mágica

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O cemitério não era grande e pouco tempo de caminhada colocou Regina, Grace e Henry frente à imensa lápide do pai de Regina. Era de pedra cinzenta, na mesma tonalidade que um céu carregado de nuvens tempestuosas. Duas colunas grandes seguravam o teto longo. A porta era de madeira marrom avermelhada. Regina antecipou-se à fronte da cripta, com seu terninho feminino. Levantou a mão e a porta da lápide brilhou numa luz breve, como se algo relampejasse.

- Agora podemos entrar. - Regina disse e virou-se para Grace, que a olhou. - Faremos uma poção poderosa. Pra não perder tempo, antes preciso ter certeza de que você realmente se importa com esse tal Alex.

- Sim, eu tenho sentimentos verdadeiros por ele. - explicou.

- Não vi nem um pingo de determinação. - criticou Regina, arqueando as sobrancelhas. - Saiba que, se não adiantar, a culpa não será minha; e sim sua, por usar esse pobre coitado para esquecer de Pan.

Grace sentiu um gosto amargo.
Regina subiu os dois degraus que davam entrada para a lápide e graciosamente abriu as portas com magia, num gesto da mão. Grace foi deixada com cara de tacho. O sangue ebuliu em rancor. Henry a segurou no ombro num toque consolador. As íris castanhas amendoadas dele, em conjunto com o rosto complacente, acalmaram seus ânimos.

- Peço desculpas por minha mãe. - disse ele, com a voz calma. - Ela é assim mas no fundo tem bom coração. Regina sofreu muito e as vezes não percebe o quanto é capaz de machucar, mesmo sem querer.

Grace sorriu para Henry, admirada com a serenidade dele.

- Obrigada. - disse e sua onda de raiva dissipou. - Gostaria que ela entendesse que gosto mesmo de Alex.

- Você não precisa provar isso pra ninguém. - explicou Henry e se adiantou para dentro da lápide. Grace o seguiu. - Apenas acredite, e a poção vai funcionar.

Ela assentiu e se deixou ser envolvida pelo interior do mausoléu. Desceram um lance de escadas. O espaço era gelado e inteiramente de pedra bruta. Inúmeras entradas nas paredes guardavam potes de formatos estranhos, ingredientes e substâncias mágicas, além de velas com chamas trêmulas. A energia era funesta. Grace, sendo muito sensitiva, percebeu a atividade enfeitiçada.

Regina separou os componentes em cima de uma pequena mesa. Um caldeirão transbordava fumaça branca, ao lado dela.

- Venha aqui, garota. Preciso de seu sangue.

- Sangue?? - perguntou Grace, se aproximando de Regina. Henry ficou parado para assistir.

- Claro. - falou a morena revirando os olhos, como se isso fosse óbvio. - Você espera só olhar, e não ajudar?? Somente você poderá trazer as memórias de Alex de volta.

 - Você espera só olhar, e não ajudar?? Somente você poderá trazer as memórias de Alex de volta

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Regina esticou a palma, pouco acima do caldeirão, e esperou receber a mão de Grace. Ao recebê-la, pegou um punhal de lâmina fina. Tocou a ponta afiada na palma da jovem e desferiu um corte rápido e longo. Grace castigou o lábio inferior com uma mordida e suportou a dor. O sangue correu para dentro do caldeirão. Assim que pingou, denso e em boa quantidade, a fumaça borbulhante mudou de cor, tornando-se rubra.

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