49. Pai e Filho

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Henry estava ensonado, com o olhar apático. Parecia abatido e confuso por Grace aparecer na casa de sua mãe adotiva tarde da noite.

- O que houve?? - perguntou fechando a porta às costas, parado no hall. O barulho dos grilos no jardim se misturavam ao som das cigarras na noite quente e abafada.

- Henry... - Peter, sob a forma de Grace, forçou cara de aflito, mas ainda com o sutil sorriso no rosto, como se procurasse se conter pra não deixar o outro preocupado. Segurou as mãos dele. - Preciso que você venha comigo.

- Pra quê?

Ele puxou o bisneto e o levou pela trilha do jardim.

- A Dark One mandou te chamar.

- Minha mãe?! Mas... para ir onde?? - Henry parou.

- Não tenho tempo pra explicar, Henry! - Peter disse, parecendo ansioso, com a voz de Grace saindo num sussurro tenso. - Venha. Tenho medo do que ela fará se eu não obedecer.

- Eu não quero falar com ela!

- Como não?!

- Ela fez algo horrível com Violet... Algo que me decepcionou muito.

Peter pensou consigo quem raios seria Violet. Franziu o cenho e se esforçou pra não demonstrar impaciência com a relutância de Henry. Era bom ator se quisesse, porém na situação quase emergencial e desesperadora não possuía o costumeiro auto-controle e convicção.

Raciocinou com rapidez o que Grace faria ou falaria.

Raciocinou com rapidez o que Grace faria ou falaria

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- O que ela fez com Violet??

Henry abriu a boca pra explicar. Uma luz se acendeu dentro da casa. Ele se virou e Peter olhou assustado.

- Regina vem vindo! Rápido... Não podemos ser vistos!

Sem esperar a total compreensão do menino , Peter o puxou com agilidade pelo pulso, quase arrastando para fora do jardim. Inquieto, Peter o guiou pelas ruas escuras e vazias de Storybrooke.

- Tô evitando minha mãe Emma. - explicou Henry, sendo levado. - Quando estive em Camelot, ela arrancou o coração de Violet. Não sei se você sabe, Grace, mas quando se arranca o coração mágico de alguém, se tem controle sobre essa pessoa. E Emma controlou Violet para que ela me desse um fora.

Peter percebeu a indignação e mágoa na voz de Henry, que por sinal estava mais grave, muito diferente de quando ele esteve em Neverland. E pelo jeito, Henry confiava em Grace, para expor suas confidências amorosas.

Peter não soube o que dizer.

O empenho de brincar com os traumas de Henry evaporaram. Não sabia a razão, mas algo o atormentava e ele se deixava levar involuntariamente pela insegurança. Sem falar na roupa desconfortável, em especial o sutiã apertando nas costas.

Dark Paradise || Peter Pan • OUATOnde histórias criam vida. Descubra agora