61. Déjà Vu

761 41 66
                                    

O assombro fez o coração de séculos de Peter Pan bombear disparado e um formigamento afligiu as mãos. Arquejou com a caixa torácica doendo, ao se dar conta que Alex o encarava. O ar o asfixiou, teve certeza que o sufoco não teria fim.

Os planos, que até então pareciam perfeitos, ruíam pouco a pouco da pior maneira possível. Manteria a consciência em branco e suportaria a vingança. Faria isso por Neverland, desesperado para sumir daquele Reino antes que se fechasse em mais desgraça.

Precisava do coração de Alex e o conseguiria! Recordou-se do "antigo" Peter Pan que reinava repleto de magia, numa época que tinha tudo sob controle. Seus dons persuasivos e temperamento ardiloso o colocavam no cume, e nada o destruía. O mal costume com os poderes acabou se tornando sua fraqueza. Decidiu aguentar o martírio de assistir Grace e com o inimigo, que no momento estavam sentados aos beijos na cama e assim que pudesse retornar pra sua terra imortal, vingaria-se das atitudes dela. Alex o encarava em afronta e Peter não se desviava do desafio.

Enquanto isso, Grace se entretinha com o beijo. Alex era preciso e acurado, com movimentos decididos de língua, abrindo caminho na boca dela e a sorvendo primoroso, algo que chegava a surpreender, afinal, não era experiente. Dessa vez, ela não fugiria, como fez a primeira vez em Nova York, por mais que parte de seus pensamentos fossem aterrorizados por Peter. Mal imaginava que o próprio testemunhava cada um de seus ofegos. Entregava-se de corpo e alma à Alex, e o envolvia com os braços, apoiados sobre os ombros. Ele a segurava na cabeça, com os dedos firmes nos fios de cabelos.

O toque de tórax a estimulou, com os mamilos se roçando no peito do menino. Encheu os pulmões e esticou as costas. Desceu a mão em busca do mastro. Em seu esconderijo, Peter via Grace cedendo. Que tipo de garota se joga na frente de um revólver disparando bala para salvar uma vida e depois se entregar à quem atira? Revirou os olhos e clamou ao além pra algo arrancá-lo dali, mas suas preces não foram ouvidas.

Alex a soltou do beijo. A ponta dos dedos de Grace se aventuraram pelo abdômen masculino em direção à elevação na calça. Ele se afastou o suficiente pra olhar pra baixo. Queria vê-la o apalpando, sonhou com isso várias vezes. Ela notou a cicatriz grande nas costelas, com hematomas arroxeados ao redor, como se não estivesse curado. Lembrou da violência da cena, Peter o esfaqueando. Naquela hora, achou que o perderia para a morte. Afastou as lembranças ruins e fitou com atenção a ereção se destacando. Sorriu e segurou sobre o tecido.

Alex suspirou e colocou o quadril pra frente. Grace sentiu a pele do membro se mover e empurrou com a palma. A corrente sanguínea ressaltou a rigidez. Parecia enorme, pelo que deduzia. Curiosa e instigada, pegou no elástico da calça e puxou pra baixo, levando a cueca junto. O sexo dele saltou pra fora, deixando-a boquiaberta.

Ele sorriu de canto e seus olhos apertados ficaram menores. Pousou o olhar em Peter. As íris verdes brilhavam entre as frestas. Irritado, o demônio não se preocupou em disfarçar a respiração raivosa. Mesmo com Grace sentada na frente, viu parcialmente a pálida masculinidade do outro. Seu estômago gelou, não soube interpretar o que aquela visão causou.

- Nossa, Alex... - fez Grace, parte deslumbrada e parte assustada.

- O que?

- É enorme!

Alex voltou a encará-la e depois fitou o próprio sexo.

- Isso é bom? - indagou, e ela percebeu um timbre malicioso na voz estável.

Ela subiu e desceu a mão pela extensão, abismada com o tamanho. Não possuía veias salientes como de Peter. Pensou como seria ser invadida, com certeza a destruiria. Mas a vontade era tanta que ansiou até pela dor que aquilo poderia causar.

Dark Paradise || Peter Pan • OUATOnde histórias criam vida. Descubra agora