52. Olhos de Assassino

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Peter esperava a enfermeira retornar. Puxava e repuxava a algema, estudando o que poderia ser feito para se livrar.

Nessa hora, um garoto alto apareceu do lado de fora do quarto. Peter arqueou uma sobrancelha e tentou enxergar, ele estava de costas e olhava para o anão adormecido.

- Hey! Não acorda ele! - falou, chamando a atenção da pessoa. O rapaz se virou e entrou no quarto, curioso.

Peter achava que já tivera surpresas demais em um espaço curto de tempo. Mas essa, definitivamente essa surpresa em especial, aterrorizou o bastante, a ponto de perder o ar. Abriu a boca, assombrado. De pé, frente à sua cama, estava ele... A pele pálida, os olhos azuis gélidos, os lábios finos, a fisionomia imóvel. Alex Frost.

- E aí. - fez Alex, naturalmente. Colocou as mãos nos bolsos da calça e observou com atenção o rosto de pânico de Peter. Reparou que ele estava preso. - Você é um criminoso ou algo assim?

- Que caralho você tá fazendo aqui??!! - Peter gritou.

Os olhos avermelharam-se e os dentes rangeram. Alex levou um susto, mas mal demonstrou.

- Ahn?? - fez confuso.

- Filho da puta! - exclamou Peter, com a raiva crescendo.

O menino de Neverland sabia que estar em Storybrooke era um pesadelo, o verdadeiro inferno na terra. No entanto, estar naquela cidade com Alex junto era demais pra cabeça! Os ferimentos ferroaram, em especial o braço. O pior de tudo era a circunstância de merda, preso, destruído, quebrado e à mercê de seu inimigo. Praguejou Grace em pensamentos. Ela disse que traria Alex e assim o fez!

O garoto de preto franziu o cenho e se afastou. Julgou que Peter fosse algum louco, para xingá-lo gratuitamente. A atitude mais sensata seria sair dali.

- Espera!! - Peter chamou e tentou se mover. Devido ao efeito do remédio, as dores amenizaram. - Que porra aconteceu com você?! - indagou, comprovando que ele estava diferente, como se não o reconhecesse. - O que tá fazendo aqui??

- Eu não sei. - Alex falou. - Acordei e me disseram que eu tava sem memória.

- Sem memória?? - questionou Peter.

Um silêncio estranho tomou o quarto. Os dois trocaram olhares confusos, Peter perplexo e Alex intrigado.

- Minha vida é imprevisível mesmo. Cada dia uma surpresa. - riu Peter, desacreditando no que estava acontecendo. - Não lembra seu nome?

Alex meneou negativamente a cabeça.

- Falaram que eu me chamo Alex. Você tá sendo escroto comigo, então melhor eu sair daqui.

- Não!! Alex... espera. - falou Peter. - Não me deixa sozinho.

- Você me conhece?

- Eu?? Não, nunca te vi na vida. - falou se divertindo pela primeira vez em muitos dias.

- Por que me xingou?

- Desculpa... Só tô revoltado por me prenderem.

- E por que tá preso? - questionou Alex aproximando-se da cama.

A sombra de um sorriso suave pairava no canto do lábio de Peter.

- Eu invadi minha escola. - disse ele. - Matei vários alunos, aqueles malditos... Desde que sou criança, não teve um dia da minha vida que não me desprezavam.

- Compreendo. - comentou Alex, meio impressionado com a confissão.

- Pois é! - exclamou Peter. Passou a língua nos lábios e sorriu. - Fiz mal??

Dark Paradise || Peter Pan • OUATOnde histórias criam vida. Descubra agora