Capítulo 15 - Felipe

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Aurora tinha razão.

Nunca achei que fosse dizer algo do tipo, mas ela tinha razão. E eu não podia negar. Estava usando Larissa, mas era sem querer. Eu... Eu não tinha percebido. Bem, não até agora. Resolvi deixar isso de lado um pouco. Aquelas duas me deixavam louco! Larissa era mais delicada, mas eu não me sentia confortável perto dela. Não o bastante... Já Giovana, deuses! Que garota complicada, mas quando ela não estava brava comigo, ela era legal, e, até certo ponto, sensível, mas na medida certa. Eu gostava disso. Não pude deixar de esboçar um sorriso. Após o almoço, vaguei pelo Acampamento, pensando nas palavras de Aurora. Quando me dei conta, o sol já estava se pondo. Ouvi o som da concha anunciando o jantar. Me dirigi ao refeitório.

Aurora chegou pouco tempo depois de mim. Ela estava com um olhar meio vazio naqueles dias. Sabia o motivo, mas não me atrevia a dizer, por que se eu fizesse isso, ela me mataria. Literalmente, já que ela tem poderes suficientes para isso. Ela se sentou a meu lado na mesa de Hades. Eu perguntei, um pouco preocupado:

- Você está bem?

- É claro que sim! – Ela respondeu de mau-gosto. Eu a encarei e ela revirou os olhos. – Por favor, é hora do jantar... Não estrague meu momento preferido do dia com suas perguntas estúpidas que só servem para aumentar meu mau-humor.

- Tudo bem! Sinto muito.

- É bom mesmo! – Ela respondeu com um sorriso no rosto.

Eu revirei os olhos. Ela me cutucou e riu. Sorri. Era a primeira vez que a vi rir desde alguns dias, quando a missão foi anunciada. Não digo isso em voz alta, é claro, mas eu faria de tudo para ver minha irmã rir assim todos os dias. Ela deve ter reparado que eu a estava encarando, pois parou de rir. Ainda sorrindo, se virou para mim.

- O que foi? – Ela perguntou.

- Nada. – Respondi. Olhei em volta. Muitas pessoas já estavam comendo. – Mas acho melhor você começar a comer, por que perdeu algum tempo nessa nossa discussão.

Ela olhou em volta e reclamou, sobressaltada:

- Isso é culpa sua!

Ri. De repente, seu prato já estava em sua frente, e ela já o estava devorando. Comi meu jantar tranquilamente. Esperei minha irmã terminar. Não sei como ela conseguia comer tanto!

Quando ela terminou, saímos do refeitório e nos dirigimos à fogueira. Os chalés tem uma disposição correta, ás vezes, ela é desfeita, mas não com muita frequência. Os chalés dos Três Grandes ficam lado-a-lado, como de costume. Assim, Percy ficava ao nosso lado e ao lado dele, Jason. Olhei para filho de Poseidon e reparei que ele não parava de encarar o chalé exatamente a sua frente. O chalé 6, o chalé de Atena, que agora contava com Margo sentada no banco da frente, ao centro. Ela era a "segunda-conselheira" e estava lá porque a "primeira" não estava presente. Eu o entendia, mas não sabia exatamente o que fazer, por isso, fiquei quieto. Cantamos algumas músicas e, depois de alguns minutos, fomos para os chalés.

Quando entrei, tomei um banho, troquei de roupa e me deitei. Ouvi o som da concha que a anunciava o horário de recolher.

- Aurora, vamos logo! Temos que apagar as luzes! – Gritei de minha cama para o banheiro, onde Aurora ainda se trocava.

- Já vou!

Ela então, apareceu de camisola. Eu ri e ela me encarou por um instante.

O metrô da meia noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora