Espionagem

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Ver Stiles lavando minhas calcinhas de renda, já era uma visão interessante. Mas ver Stiles limpando as calcinhas, sem camisa e rebolando ao som de uma música eletrônica que berrava de seu celular, era melhor ainda.

O quadril se empinava, requebrava, girava. As pernas dobravam ao som das batidas da música e um sorriso irônico, divertido, estava aprisionado nos lábios lindos. Enquanto isso, suas mãos enxaguavam minhas rendas no tanque.

— Não sei se devo rir ou ficar excitada.

Stiles pulou de susto e olhou para mim. O rosto deliciosamente corado, a boca entreaberta. Seu peitoral nu estava repleto de água e espuma que espirrava do tanque. Suas pupilas estavam retraídas por causa do sol que entrava na pequena aérea de serviço. A visão era de tirar o fôlego.

— Você devia virar uma agente secreta da cia. — Mesmo constrangido, um novo sorriso surgiu ao me afrontar com a fala. — Vive me espionando.

— Não tem como resistir. — Encolhi os ombros. Sorri.

Ele revirou os olhos e voltou a se concentrar nas minhas calcinhas. Era engraçado pensar que durante aqueles meses, eu nunca tive que me preocupar com nenhuma tarefa de casa.

Stiles limpava e arrumava tudo. Cozinhava, passava, trocava as roupas de cama. Deixava tudo em perfeita ordem sem que eu precisasse pensar em nada. Ele cuidava de mim em todos os aspectos possíveis.

— Vai continuar me olhando?

Cruzei os braços acima do peito e me apoiei na parede mais próxima. A música desconhecida continuava tocando, alta demais. Não tentei reconhecer a letra ou as batidas, pois pensava na forma divertida e sexy que ele estava se movendo minutos antes.

— Eu não queria atrapalhar sua dança.

Ele me olhou de relance. Suspirou e mais uma vez, uma expressão debochada tomou seu rosto. Quando ergueu a sobrancelha, soube que estava prestes a soltar um novo comentário provocativo.

— Aposto que rebolo muito melhor do que você.

Para minha surpresa, Stiles voltou a remexer o quadril. Dessa vez, ele estendia as calcinhas no varal enquanto deslocava o bumbum para os lados. Seus pés marcavam o ritmo, ajudando o rebolado incessante.

Ri com aquela visão deliciosa. Stiles se sentindo confortável o suficiente para dançar daquela forma na minha frente. Assim que estendeu todas as peças no varal, ele ergueu os braços para cima e com uma expressão de provocação, dobrou as pernas.

Continuou rebolando de um jeito quase feminino, enquanto descia aos poucos. Chegou tão perto do chão, que a bunda avantajada quase se esfregou no piso. O movimento parecia tão natural para ele, que ria durante a dança.

— Eu não esperava por isso. — Confessei gargalhando ao vê-lo levantar.

— Sabia que rebolava melhor. — Se gabou, acompanhando minha risada logo depois de ter rebolado até o chão.

— Se eu sentar no seu colo, aposto que aprendo rapidinho a rebolar mais do que você.

Não esperava pela indecência que saiu da minha boca. Porém, Stiles me surpreendeu muito mais do que a minha própria atitude. Ele arregalou os olhos, me encarou dos pés à cabeça e em vez de ri com timidez, retribuiu com outra provocação.

— Nunca vai requebrar mais o quadril do que eu, quando eu estiver me enfiando dentro de você. — Ele mordeu a boca ao perceber o que falou. Eu prendi a respiração. — Desculpe.

— Eu amo quando você fala assim.

Ele me olhou com dúvida. Automaticamente, caminhei até ele e pus as mãos em seu peito molhado. Fiquei nas pontas dos pés e sorri. Mesmo com a interrogação em seu rosto, Stiles devolveu o sorriso.

Aniquila-meOnde histórias criam vida. Descubra agora