Espera eterna

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Stiles. Stiles. Stiles. Stiles. Stiles. Stiles.

O nome dele girava em minha mente, perfurava meu estomago. Tinha quase certeza de que seu nome também saía de meus lábios. Mas eu não conseguia me ouvir. A preocupação, o medo, parecia me deixar surda.

Aquele era o momento mais inapropriado para pensar nos momentos que já compartilhei Stiles. No entanto, não pude me conter. Estava tão desesperada com a ideia de perdê-lo para sempre, que simplesmente fechei os olhos e me permiti lembrar por longos segundos.

Forcei a mente para recuperar cada lembrança, cada momento. Não queria esquecer nada, não podia. Nem mesmo o que aconteceu antes da Eichen House. Cada detalhe era importante, essencial.

Todas as vezes que Stiles me seguiu pela escola falando sem parar. Todas as vezes que me magoei com Jackson e ele estava ali por mim, me consolando. O baile em que ele foi capaz de fazer com que eu me sentisse linda. Quando o beijei para parar um ataque de pânico, ou pelo menos, foi a desculpa que usei.

Deus! Era incontável as vezes que Stiles disse palavras gentis para mim. Pensei em quando eu mal o conhecia e ele era obcecado por mim e em como de repente, nos tornamos melhores amigos.

O sabor de sua língua, de sua pele. A textura do seu corpo, o aperto de suas mãos. A força de seus braços. Os dedos dispostos a me proporcionar prazer, a boca enlouquecedora.

Pensei em todas as preliminares que se estenderam por meses e finalmente, na nossa primeira vez no chuveiro. Percebi que chorava quando minha mente focou em todas as vezes que rendi meu corpo durante o sexo. Céus! Ele fazia com que eu me sentisse segura, desejada, amada.

— Lydia, você precisa ficar calma. — Aquela frase me resgatou da imensidão de pensamentos.

Com um tremor desagradável, finalmente notei meu estado. Abri os olhos e escancarei a boca. Não conseguia respirar! O ar não invadia meus pulmões e meus braços estavam dormentes.

O choro caía de forma compulsiva. Meu rosto estava cada vez mais molhado pelas lágrimas, os soluços rompiam da minha boca. Eu tremia, tremia. Não conseguia parar de chorar, a visão estava desfocada.

Onde estava Stiles? Já não sabia de qual direção veio sua voz doce. Eu não conseguia enxergar. Não podia me orientar. A angustia esmagava meu peito, era uma dor tão forte que atingia meu físico.

A sensação era horrível, porém conhecida. O pânico não permitia que eu me acalmasse ou voltasse a respirar. A dor aumentava, aumentava, aumentava. Não conseguia mais suportar!

— Lydia, Lydia. Olhe para mim! Shh, olhe para mim. — Novamente aquela voz me chamou. Lutei para retomar o controle sobre mim.

Palavrões saíram daquela voz doce e invadiram meus ouvidos. Não conseguia enxergá-lo. Não podia ver nada, somente a escuridão estava diante dos meus olhos. Eu precisava me acalmar!

Fui salva por um deja-vu. Uma boca fina se encontrou com meus lábios secos. Foi algo breve, um pequeno e inocente selinho. Porém foi o suficiente para que eu prendesse a respiração e sentisse a gravidade do mundo mudar de posição.

Não era mais o imã da terra que me mantinha no chão. Era aqueles lábios que me sugavam para a realidade, me mantinham viva e presa a lucidez que tentava fugir de mim. Eu não podia enlouquecer novamente!

Aquele breve encontro de bocas foi o suficiente para me fazer voltar a consciência. A dor não sumiu, no entanto, pude respirar mais uma vez. As lágrimas continuaram escapando de mim, porém os soluços pararam de me açoitar ao sair de minha garganta.

Aniquila-meOnde histórias criam vida. Descubra agora