Enquanto as Ondas Quebram {Mimo}

Cap 19 : Não solte minha mão.

~POV Mina~

Invadi o banheiro do segundo andar em pânico, ouvindo pequenos flashbacks da discussão e pensando desesperadamente em salvar Momo. Girei a maçaneta e a mesma não abriu, como eu já esperava que acontecesse.

Desci as escadas de volta ao primeiro andar e fui até a gaveta da cozinha procurar a chave reserva, mas percebi então que estava me atrasando, que quando voltasse ao segundo andar com a chave certa talvez fosse tarde demais.

Levei as mãos a cabeça e voltei a subir as escadas, tentando pensar em como resolver aquilo a tempo de salvar Momo. Imediatamente pensei na ideia mais improvável e joguei meu corpo contra a porta, tentando abri-la com o peso. O silêncio repentino no outro lado da porta me assombrava, então continuei me jogando contra a porta até ouvir um clic e cair no piso frio do banheiro.

Senti uma dor alucinante em minha perta direita, mas me pus em pé imediatamente, a tempo de ver Elisa empurrando Momo da janela. Gritei seu nome, mas só tive tempo de correr até as duas, empurrar a ruiva para longe, mas foi nesse momento em que Momo caiu.

Me lancei sobre a janela, pegando a mão da mesma, e por um momento nós duas achamos que ela estava morta. Eu tentava acalmar minha respiração ofegante e meu coração que martelava firme em meus ouvidos, mas não pude segurar as lágrimas.

-Me desculpa Momo -implorei, suas mãos escorregando das minhas em meio a um turbilhão de adrenalina e emoções.

-Mina.. Me solta logo.. Você não vai aguentar o meu peso todo -ofegou a mais velha.

-Ta ficando louca? Eu não vou soltar você, e se cair eu caio junto!

Eu estava tão assustada que sequer notei as pessoas correndo lá embaixo, gravando a cena, algumas vindo para dentro da casa me socorrer, outras se enfileirando lá embaixo para pegá-la.

Sua mão escorregou um pouco mais enquanto lágrimas escorriam por meu rosto, borrando o rímel e o restante da maquiagem. Momo e eu ficamos em silêncio, olhando uma no olho da outra, evitando falar para talvez garantir um minuto a mais de vida.

Finalmente ouvi gente entrando no banheiro, alguns garotos tiraram Elisa dali e outros correram pra janela me ajudar. Meus músculos todos doiam e sentia minha perna direita latejar, certamente quebrada. Não conseguia desviar meus olhos dos de Momo, eu a segurava mas não conseguia puxar.

Os minutos seguintes foram uma extrema confusão de corpos, mas eu só me concentrava em ignorar a dor e segurar a mais velha mais um pouquinho, enquanto os garotos a puxavam pra dentro.

Quando seu corpo caiu inerte no chão, desabei ao seu lado e me agarrei forte a ela. A pequena tremia em meus braços, cabelos molhados pela piscina e os lábios roxos de medo. Confesso que eu também tremia, mas a única coisa que queria realmente ouvir eram as batidas de seu coração assustado.

Não sei em que momento fomos levadas para o quarto, mas na manhã seguinte acordei toda limpa e com roupas cheirosas, bem tapada em uma cama confortável do segundo andar, e, claro, com Momo segura em meus braços..

CONTINUA.