Cap 50 : Ela aceitou ser minha

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~POV Momo~

Bati a porta do carro ao descer, tirando minhas botas de salto e as deixando na areia da praia. Os raios de sol despontando no horizonte acariciavam minha pele enquanto eu corria de encontro a água salgada do mar, sentando-me em meio as pedras e tirando a caixinha vermelha do bolso. V e eu havíamos comprado os anéis antes mesmo de chegar para buscar Mina, essa era minha surpresa particular : pedir minha deusa em casamento na beira da praia.

-Ei! -ouvi a mais velha gritar do outro lado dos bancos de areia.

-Venha -chamei, sorrindo ao vê-la correr desengonçada em minha direção.

Esperei longos segundos até senti-la me alcançar, abraçando minha cintura e rindo animada.

-Planejava nadar sem mim? -zombou, saindo de minhas costas e sentando a minha frente nas pedras.

-Na verdade, se você permitir.. -abri a pequena caixinha e me ajoelhei diante da mais velha- Não quero sair do seu lado nunca mais.

Sorri, vendo-a corar, e puxei seu braço afim de por a aliança em seu dedo. Ela parecia encantada quando aproximei sua mão de meus lábios e a beijei, para em seguida sorrir.

-Você ainda tem dúvidas? -Mina puxou-me para um beijo, levando sua mão a meus cabelos, sua língua fundindo-se a minha.

Após nos separarmos para tomar ar, sorri e peguei em sua mão, puxando-a para o mar. A água salgada nos engolindo enquanto nossos corpos se entrelaçavam e eu beijava seu pescoço. Já era tarde e o sol se punha manhoso no horizonte, lançando feixes de luz alaranjados que deixavam a pele de Mina ainda mais bela. Sua lingua passeava preguiçosamente por minha boca, suas mãos explorando cada pedacinho do meu corpo.

-Ei, esperem por mim -ouvi Teahyun gritar, ainda na areia da praia.

-Venha -gritei de volta, acenando para que o mesmo se juntasse a nós na água maravilhosa da baía.

Era um dia abafado de sol, daqueles em que tomar banho de praia era renovador. Após sair do lugar que a muito tempo atrás chamei de lar, me senti longe das raizes, mas por mais libertador que isso possa soar, me senti desemparada. Sem lugar fixo para voltar, sem familia, não tinha mais pra onde ir. Tinha apenas uma BMW, um primo gay assumido e uma namorada maravilhosa prestes a se tornar minha noiva, e claro, um futuro herdeiro para se desenvolver em meu ventre.

Enquanto V, Mina e eu iniciavamos uma guerra de água do mar, eu travava uma guerra interna em mim. O pensamento de um dia ser mãe era algo muito "distante" pra mim, e apesar de nunca ter falado sobre isso com Mina, se casassemos um dia, a mãe seria ela. A mais velha era toda carinhosa, responsável e sei que pensava todos os dias na possibilidade de ser mãe. Esse futuro se adequava perfeitamente a ela, mas o título nunca se adaptaria a mim.

-No que você ta pensando? -perguntou Mina, quando parei de jogar água em Tae e fiquei boiando no mar toda pensativa.

-Oh, nada, só que... -me aproximei da mesma e roubei-lhe um beijo- ... Minha noiva é a mais linda do mundo.

-Pois então, você.. Já tem mais ou menos uma ideia de onde vai ser a cerimônia?

-Não temos exatamente para onde ir agora, mas tenho alguma coisa já em mente.. O que acha do Havaí? Uma cerimônia particular, seriam apenas umas poucas pessoas, e claro, acho que elas vieram te ver...

-Elas quem?!

Antes que Mina perguntasse-me mais alguma coisa, foi impedida pelo barulho das portas do carro se fechando e logo em seguida ouvimos os gritos alegres do casal.

-Como estão as noivas mais sexys da cidade?? -gritou Tzuyu, entrando na água para se juntar a nós. Logo a trás vinha Nayeon, toda animada para nos dar os parabéns.

-Compraram as passagens? -perguntei a Nayeon, já que Tzuyu estava ocupada demais acertando os detalhes do casamento com Mina.

-O avião sai daqui a 2 horas.. Não quero estragar nossa linda reunião familiar, mas acho que está na hora de ir..

-Você ta pronta? -me dirigi a Mina, segurando sua mão fria embaixo da água.

-Então é isso? Devo dizer adeus? -murmurou para si mesma, fazendo todos ficarem em silêncio.

Não era um silêncio doloroso, no qual todos tentam encontrar algo a dizer mas não falam. Era um silêncio bom, no qual várias lembranças coloridas e distantes rodeavam a cabeça de cada um. Um silêncio de respeito. Uma despedida.

-Bom, então vamos? -acordei do transe, puxando a mais velha pra perto e a abraçando.

Estávamos prestes a embarcar em um avião rumo ao Havaí, onde enfim iriamos nos casar, e eu não culpo Mina por estar com medo. Por mais amor que sentissemos uma pela outra, o casamento nunca foi devidamente discutido por ambas. Era um momento de extrema felicidade para as duas, mas quando a viajem terminasse, eu precisaria voltar para cumprir o acordo.

E precisava fazer isso sozinha.

CONTINUA.

Enquanto as Ondas Quebram {Mimo} Onde histórias criam vida. Descubra agora