Cap 23 : Sozinhas.

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~POV Mina~

Assim que chegamos novamente ao primeiro andar vi Tzuyu e Nayeon de joelhos no chão com as mãos atrás da cabeça, a polícia local rodeando a porta da frente, mantendo as duas sob mira de armas potentes. Momo me puxou de volta para o quarto lentamente e tapou minha boca no momento em que pensei em gritar. Me espantei com a tranquilidade da mesma ao trancar a porta atrás de si.

Sentei-me na cama tentando pensar em como escapar dali, mas não conseguia tirar Nayeon e Tzy da cabeça. Já Momo encaminhou-se decididamente a janela, tentando manter o controle sob suas próprias emoções e achar uma forma de fugir dali. Ela era forte por nós duas.

-Ei, tem uma escada aqui -Momo exclamou, fazendo-me aproximar da mesma.

Eu não fazia ideia do que aquela relíquia enferrujada fazia ali, mas não contestei ao ajudar a mais velha a puxa-la.

-Eu vou primeiro, ai seguro a escada pra você descer depois -sussurrou, enquanto amarrava seu casaco na cintura e subia no parapeito da janela.

Fiquei em pânico vendo a mais velha perto de uma queda mortal, mas esperei em silêncio que a mesma descesse os primeiros degraus e segurei a ponta da escada, observando Momo deslizar degrau por degrau até atingir o chão lá embaixo. Agitou as mãos para que eu descesse em seguida, e engoli em seco ao sentar no parapeito.

Notei que estava tremendo quando meu pé tocou o primeiro degrau, mas mesmo com vertigem evitei olhar para baixo e me concentrei em meus pensamentos enquanto descia meticulosamente. Eram apenas 14 horas da tarde, e havíamos combinado de cruzar a fronteira à noite, mas os pais de Momo pareciam ter outros planos para nós. Por um minuto desejei simplesmente que Nay e Tzy estivessem comigo.

Eu não havia descido nem cinco degraus quando ouvi batidas urgentes na porta, que me fizeram olhar pra baixo e vi Momo com uma expressão sombria. Me apressei e consegui descer mais cinco degraus de uma vez, mas ainda faltavam uns quinze para chegar ao chão.

O barulho da porta sendo arrombada me fez agarrar firme a escada, eu não conseguiria descer a tempo e o medo me empedia de me mover mais um centímetro que fosse.

-Mina, pula -Momo gritou.

-Você ta maluca? -me virei para encara-la
e sua expressão era séria.

-Sério, Baby, pula, eu pego você.

-E se não pegar?

-Mas é claro que vou pegar, você já me segurou uma vez, agora eu vou te devolver o favor. Solta a escada. Vai ficar tudo bem.

Agarrei ainda mais firme a mesma.

-Eu prometo, vai ficar tudo bem.

Respirei fundo, fechei meus olhos e soltei a escada no momento exato em que a polícia surgiu na janela, sentindo um corpo quente me envolver quando atingi o chão lá embaixo. Momo me abraçou forte, meu coração latejando no ouvido, e me colocou de pé no chão. Senti uma dor alucinante na coxa esquerda quando cheguei lá embaixo, e soltei um arquejo.

-Você ta bem? A gente vai ter que correr -estendeu-me a mão.

-Eu não sei se consigo, minha perna está doendo muito.. -soltei outro arquejo enquanto a dor se alastrava sobre a pele.

-Eu ajudo você, estou aqui agora, e não vou te deixar sozinha. Se acontecer algo com você, vai acontecer o mesmo comigo.

Por fim aceitei sua mão estendida e corremos loucamente pelo quintal, contornando a casa aos tropeços. Eu mancava, mas mesmo assim ela estava ali comigo, apoiando meu corpo no seu e me ajudando a caminhar.

Assim que chegamos a frente da casa, ouvi gritos atrás de nós na mata, mas quando atravessamos o portão não vi mais ninguém. Momo me pegou no colo e me carregou até o carro, me apoiando no mesmo, mas assim que tentei soltar o peso na perna esquerda, senti a coxa queimar, não havia jeito de fugirmos apé.

Foi no momento em que abri a boca pra falar isso a Momo que ouvi gritos e olhei pra trás, vendo Nayeon e Tzuyu correndo em nossa direção. Quando chegaram ao meu lado entramos todas no carro e Momo pisou fundo no acelerador.

Olhei no retrovisor a tempo de avistar os policias na frente da casa, vendo com rosto irado nosso carro se afastar. Suspirei aliviada, me virando para a motorista e apertando forte sua mão.

CONTINUA.

Enquanto as Ondas Quebram {Mimo} Onde histórias criam vida. Descubra agora