2. A Lagarta e a Formiga

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(POV Momo)

Como toda boa história, a nossa teve início em um domingo de manhã, um dia tranquilo no qual acordei com meu pai arrancando os cobertores da cama e abrindo as cortinas do quarto, o principal motivo para nossa já prevista discussão.

-Espera ai, o que você pensa que está fazendo? - eu pergunto, levantando de meu leito antes que o mesmo abra a janela do quarto.

-Mais respeito comigo, garota, sua cunhada chega em 5 minutos, e como foi decidido ontem a noite, você vai dividir o quarto com ela.

Senti um frio na barriga ao ouvir a palavra "cunhada", mas isso não fez com que eu baixasse a guarda diante do velho.

-Eu, por acaso, mencionei estar de acordo com isso? -perguntei, incrédula.

Ele revirou os olhos, abrindo a janela, e antes que eu pudesse expulsa-lo do quarto ele responde.

-Eu e sua mãe decidimos noite passada que você dividiria o quarto com Mina, e a não ser que você tenha dinheiro o suficiente para comprar uma casa só pra você, quem manda aqui somos eu e ela, então trate de tomar um banho e arrumar esse quarto, quero você na cozinha em 15 minutos.

-Eun Chang não é minha mãe!

-SAIA DESSA CASA SE ESTÁ ACHANDO TÃO RUIM! -é o que ele diz, encerrando a discussão e batendo a porta ao sair.

Contrariada, pego uma toalha limpa no guarda roupa retrô e adentro o banheiro, ainda sem ter ideia da frente fria por vir nas próximas duas horas.

Como eu poderia saber no que estava me metendo? Hirai Momo devia ser apenas uma garota normal obrigada a passar os próximos meses na companhia frequente da irresistível namorada do seu irmão.

Mas ai que estava a questão : apesar de nunca antes a ter visto pessoalmente, nosso primeiro encontro acenderia uma chama inapagavel, eu não fazia ideia de onde estava me metendo.

No exato momento em que desligo o chuveiro e sinto as ultimas gotas de água atingirem meu rosto com desdém, ouço o ronco estridente da BMW de Jimmy estacionar em frente a casa e os passos alucinados de papai correndo para recebe-lo.

Ligo novamente o chuveiro e deixo-me voltar para a segurança de meu banho, na esperança de entrar no quarto e não ver as duas malas simples de viajem postas encima da minha cama.

A única coisa nova no meu quarto quando deixo o banheiro, além da prevista bagagem, é um colchão de solteiro pra visitas posto no chão ao lado da cama.

Eu simplesmente entrei em pânico ao ver suas coisas, pensando em como seria sufocante ter que dividir meu quarto com uma estranha pelos próximos meses, e é nesse momento que deixo a toalha que cobre meu corpo cair e a porta do quarto se abre.

Ao me ver com o corpo a mostra, Myoui Mina trata de fechar os olhos, evidentemente constragida.

-Você deve ser a Momo -ela murmura sem me encarar.

-Você evidentemente é a Mina -respondo, agachando-me para pegar a toalha.

-Não foi uma boa maneira de começar uma conversa -ela diz, se referindo a minha nudez.

-Você ainda não viu nada...

Vou até o guarda roupa, pego roupas limpas e me visto, vendo a loira na porta do quarto se segurando para não rir.

Mais tarde eu iria descobrir que sua personalidade cativante parecia se adequar perfeitamente ao meu humor negro interior.

-Parece que vamos nos divertir muito dividindo o quarto -ela ri.

Enquanto as Ondas Quebram {Mimo} Onde histórias criam vida. Descubra agora