Cap 35 : Flashback pt 3.

93 11 1
                                    

Vale ressaltar que essa é a última parte do flashback.
Boa leitura.

~POV Mina~

Tentei levantar, mas me afundei ainda mais em meu próprio sangue. As torneiras abertas preenchiam o espaço vazio em meus pulmões, enquanto sentia a água entrar em meu corpo e me deixando cada vez mais sem fôlego. Minha visão a muito escurecera. Eu podia ouvir a água cair no chão, ouvia as batidas urgentes na porta. As sirenes da polícia já eram ensurdecedoras a essa altura.

-Droga -uma voz áspera ressoou a meu lado, em um misto de angústia com ira.

Tentei me desvencilar de seu branços enquanto o mesmo tentava me afogar na água escura da banheira. Eu já não sentia mais meu corpo, tomada pela certeza de que iria morrer. Engolia água e mais água, sentindo meus pulmões em chamas. Ouvia gritos na porta, pessoas se empurrando e tentando entrar. Talvez não chegassem a tempo. Eu ia morrer.

-ABRAM A PORTA!! POLÍCIA DE SEOUL!!

Ouviu-se um estrondo por toda a casa quando Xiumin me soltou e enfim pude voltar para a superfície. Eu tocia, vomitando na parede alguns litros de água e sangue. Ví o momento exato em que Xin fugira pela janela, mas a essa altura não me impirtava mais. O melhor a fazer era aguentar firme.. Minha cabeça latejava, mas me esforcei ao maximo par clarear a visão.

Gritos ainda ressoavam pela casa, mas no exato momento em que avistei Yumi vindo em minha direção, perdi o fôlego novamente. Eu não conseguia me mover mas evitei queixar-me de dor quando a mesma me tomou em seus braços. Senti seu doce cheiro de morango contra minha pele, respirei fundo seu perfume. Pessoas e mais pessoas corriam em meu auxílio.

-ELA TA VIVA -unnie gritou para um amontoado de pessoas no quarto, sua voz refletia o desespero e a surpresa, enquanto me apertava firme em seus braços- Tragam a maca rápido, ela ta muito ferida!

A senti se afastar, ainda alarmada. Sei que eram fatos demais para a mais velha assimilar, mas eu sabia também que precisava dela ali comigo. Quando se virou novamente pra mim, pude ver o horror em seus olhos, enquanto tocava os pequenos hematomas em meu pescoço. Antes que eu pudesse dizer alguma coisa, algumas pessoas que eu nunca vira antes (provavelmente visinhos de Xiumin) entraram no banheiro e me tiraram da água. Fui posta encima de uma maca, enquanto os policiais davam uma procurada geral na casa e um número absurdo de enfermeiros me enchia de esparadrapo da cabeça aos pés. Sequer pude dirigir a palavra a Yumi..

Não me movi em momento algum, sendo arrastada apressadamente pelos corredores intermináveis da grande mansão. Senti um solavanco me atingir quando a maca chegou a calçada. O dia estava nublado, mas uma claridade abusiva me cegava. Tapei os olhos com a mão boa.

-Vamos, abram a porta -um dos paramédicos que ajudara a me enfaixar comandou, dirigindo a maca para a ambulância.

-Espere -ouvi Yumi gritar.

Me virei em direção a sua voz, mas o medico me parou antes que eu me levantasse.

-Se afaste senhorita -murmurou o mesmo, tentando me afastar de seu toque.

Yumi tentou chegar até mim, mas o pequeno grupo de paramédicos a afastou. Sei que meu estado era grave, mas eu realmente precisava de seu toque. Não sei se conseguiria sem ela.

-Deixa.. Eu.. Quero Yumi com-comigo -juntei forças pra sussurrar, enquanto uma multidão de pessoas curiosas se amontoava a nossa volta.

Dois dos enfermeiros se entre olharam, soltando os pulsos da mais velha. Logo os demais repetiram o mesmo, e eu sorri de forma triste quando a mesma se ajoelhou ao meu lado no chão. Lágrimas brilhavam em seus olhos, suas mãos acariciando meu rosto frio. Suspirei, absorvendo seu cheiro perdido no ar.

-Ta bom -o médico cedeu- Levem a maca, a mocinha aqui vai junto..

Não tivemos tempo para agradecer, pois quando me dei conta já estava dentro do veículo a quilômetros de distância de casa. Durante o trajeto olhei meus pulsos cortados, lembrando a causa de tudo aquilo. Eu havia sido agredida, e pela pessoa que mais amava..

Yumi deitou-se ao meu lado no leito do hospital, passou três dias sem comer pra me acompanhar, e esteve ao meu lado durante meu coma. Eu não queria acordar, mas sabia que era preciso.

"A brincando apenas começou, minha querida.. "

Descobri da pior forma que psicopatas sempre tem razão..

Enquanto as Ondas Quebram {Mimo} Onde histórias criam vida. Descubra agora